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realme C55 no Brasil é a prova cabal que a importação não vai morrer tão cedo por aqui

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Sabe quando você fica seriamente preocupado com o tipo de conteúdo que você produziu para aquele seu canal capenga do YouTube, e percebe que você precisa reescrever o roteiro do vídeo, só para ficar em paz com você mesmo?

Então… o que muitos gênios chamam de “surto criativo” eu entendo que é “crise de consciência” mesmo. E não quero ficar revirando na cama durante três madrugadas consecutivas, achando que o meu conteúdo é um lixo e que eu não sei mais ser um comunicador eficiente em uma plataforma digital.

Por isso, estou refazendo o artigo do vídeo do Realme C55 por completo. Só para desencargo de consciência.

 

O que eu quero com este artigo?

Meu objetivo aqui não é só comentar o lançamento do Realme C55 no Brasil. Eu quero aproveitar o hype do momento, que é falar mal da Receita Federal por causa das novas políticas de impostos de importação de produtos de tecnologia. Aliás, eu não vou entrar no mérito dessa questão com a mesma profundidade que youtubers treteiros estão cavando de forma excepcional. Mas vou deixar claro três coisas antes de continuar:

  1. Os impostos de importação sempre existiram, e o problema não está na cobrança, mas sim na gambiarra que algumas lojas chinesas estavam fazendo para burlar a lei no Brasil.
  2. Não é o atual presidente do Brasil o grande vilão, já que o anterior também estava bem alinhadinho com a indústria e o comércio varejista para cobrar os tais impostos de importação, inclusive para que um velho fantasiado de cosplay de Louro José se desse bem;
  3. Pode não parecer, mas eu estou do seu lado, pois essa cobrança desenfreada de impostos de importação fará com que os anunciantes fujam do meu site da mesma forma que fariam se vissem a Damares pelada em cima da goiabeira.

Estamos conversados?

Ah, sim… um último ponto… o próprio lançamento do Realme C55 no Brasil é um claro exemplo de como a dinâmica do mercado brasileiro pode mudar com essa nova política de cobranças de impostos para produtos importados. E, ainda assim, pode ser um bom negócio importar smartphones pagando 60% de imposto.

É só você continuar a ver esse vídeo, que você vai concordar com a minha teoria.

Vamos lá.

 

O realme C55 no Brasil é legalzinho, mas não é honesto

O Realme C55 chegou ao Brasil pelo preço sugerido de R$ 2.299. Bom, é um valor decepcionante para esse produto, já que ele não é um smartphone de linha média que está no mesmo patamar que os seus principais concorrentes no mercado brasileiro. E aqui, eu estou obviamente falando de Samsung e Motorola de forma prioritária, já que as outras marcas chinesas que estão presentes em nosso belo país vão enfrentar os mesmos problemas que a Realme está encarando para trazer o C55 para cá.

E eu não estou querendo aqui dizer que o Realme C55 é uma grande porcaria, um lixo tecnológico ou o time do Avaí ou do Figueirense (você pode escolher qualquer um deles, pois dá no mesmo). Para o que ele se dispõe a ser, até que é um smartphone bem honesto.

Bom, quero dizer, desde que você não chame o Realme C55 de Samsung Galaxy S54 5G, é claro.

O processador MediaTek Helio G88 é o suficiente para as tarefas mais básicas, a tela IPS LCD dá pro gasto (mas não é uma AMOLED), ele tem uma câmera principal de 64 MP com recursos de inteligência artificial e algumas pessoas podem se impressionar com isso (eu, particularmente, não sou uma dessas pessoas), ele tem 256 GB de armazenamento, o que é excelente (e eu não estou sendo sarcástico neste caso) e vem até com uma espécie de Dynamic Island wannabe que existe para agradar aos que não podem pagar uma fortuna em um iPhone 14 Pro Max.

Sem falar que sua bateria de 5.000 mAh com recarga rápida SUPERVOOC de 33W vai durar um dia inteiro de uso (mas não se iluda com um nome que carrega a palavra SUPER, pois o SUPER GÊMEOS existem e não servem para muita coisa).

Ah, sim… eu ia me esquecendo… ele tem 4G. E nenhum telefone de linha média que preste em pleno 2023 conta com 4G. Logo, por mais que a Realme tente mentir para si mesma e para você, o Realme C55 é sim um telefone de entrada.

Então, depois de tudo o que acabei de dizer com tom sarcástico e bem humorado, dá pra chamar o Realme C55 de legalzinho, no máximo. Mas seu preço no Brasil não tem nada de honesto.

 

Tem alternativas melhores no Brasil?

Vamos descobrir.

Se você não quer recorrer à importação da China desse produto porque está com medo que a Receita Federal fique com o telefone, o seu dinheiro e a sua dignidade com um bloqueio de importação safado, saiba que uma rápida pesquisa no Google fez com que eu encontrasse esse telefone no Mercadolivre na versão com 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento por módicos R$ 1.270.

Um preço bem mais honesto para um smartphone de entrada premium (se é que dá para dizer isso de um telefone que foi pensado no baixo custo).

E se você quer arriscar no AliExpress, ele tem preço inicial sugerido de R$ 1.177 (na cotação do dólar a inacreditáveis R$ 4.92, em 14 de abril de 2023).

Agora, coloque 60% de imposto nesse valor, e o mesmo Realme C55 com 6 GB + 128 GB custa razoáveis R$ 1.880. Tudo bem, você abre mão dos 256 GB de armazenamento, mas já são R$ 500 a menos saindo do seu bolso, que podem ser investidos em uma compra do mês, uma roupa nova na C&A, ou até mesmo, sei lá… investindo nesse canal de vídeos.

Então, meu amigo… o Realme C55 chegou ao Brasil com um preço meio salgado, mesmo na sua versão com 256 GB de armazenamento. O Galaxy A54 5G com os mesmos 256 GB está custando R$ 2.899 em preço promocional de lançamento. E isso, porque eu não morro de amores pela Samsung, que finge que eu não existo.

E até para quem é fã da Motorola o mar está mais favorável, pois o Moto Edge 30 pode ser encontrado a R$ 2.159. E eu tenho enormes reservas técnicas contra a Motorola.

Sem falar que o POCO X5 5G com 8 GB RAM + 256 GB pode ser encontrado R$ 1.999 com relativa facilidade.

E todos os modelos que citei são tecnicamente melhores que o Realme C55.

 

Respire e pare de bater na mulher por causa disso

Para concluir, eu digo com uma voz calma e aveludada: eu entendo você, e sinto a dor que você sente.

Sei como é difícil conseguir o suado dinheiro do dia a dia sendo atendente do McDonald’s ou atuando como laranja de um traficante de drogas qualquer que bate na sua cara. E sei que nesse momento importar smartphones deixou de ser um negócio da China para ser um negócio de Curitiba (e eu sei que você vai entender essa referência).

Mas… pense por outro lado: esse momento pode passar, pois tenho sérias dúvidas se a Receita Federal vai chegar no ponto de deixar de receber dinheiro dos brasileiros pelo fato das importações estancarem.

E eu também entendo perfeitamente que o preço do Realme C55 no Brasil não é culpa exclusiva da Realme. Ela está jogando as regras do jogo, como tem que ser.

Mas afirmo que pagar 60% de impostos na importação de um smartphone pode não ser um negócio tão ruim assim, dependendo do dispositivo que você vai comprar.

Logo, vamos ser pacientes, dar tempo ao tempo e parar de bater na esposa por causa disso. Sua filha Valentina não precisa se tornar uma velha traumatizada no futuro porque você foi o pior exemplo masculino possível ao não conseguir importar o seu Xiaomi em 2023.

O Realme C55 é apenas um indício que o mercado de importação no Brasil não vai acabar tão cedo. É só você saber usar a calculadora. E respirar fundo. E ter um pouco de calma.

E se alimentar direito.

E saber se informar direito.

Viu? Pouca coisa!


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