Bob Iger é um homem que cumpre com suas promessas.
Em julho de 2024, informamos que a Disney estudava uma maneira para acabar com a divisão de contas no Disney+, e eu mesmo cheguei a escrever aqui no blog que o fim do Star+, que foi absorvido pela nova plataforma que conhecemos hoje, era a “desculpa” para o fim da prática.
Dito e feito: o Disney+ já está com a proibição do compartilhamento gratuito de senhas em vários países, como Canadá, Estados Unidos, Costa Rica, Guatemala, Europa e Ásia.
Ainda não há previsão de quando essa medida chegará ao Brasil, mas deve acontecer em breve. E é melhor todo mundo se preparar para isso.
Até porque esse processo de divisão de contas vai piorar. Porque… sempre pode piorar.
Copia, mas não faz igual
Tal e como todas as demais plataformas de streaming fizeram (de forma até meio porca, diga-se de passagem), o Disney+ seguiu os passos da Netfilx em todas as piores práticas para aumentar os lucros para ela, ferrando com a vida do assinante de todas as formas.
Além de proibir o compartilhamento de senhas no serviço de streaming, o compartilhamento de senhas agora é feito por um pagamento de uma taxa extra por “membro adicional”.
A diferença aqui é que esse compartilhamento de senhas pode ser feito em qualquer conta contratada, incluindo o plano Básico com Anúncios.
Só tem um detalhe: a taxa extra por usuário adicional é bem salgada: US$ 6,99 por pessoa no plano Básico com Anúncios, e US$ 9,99 mensais por cada usuário adicional no plano Premium.
Os membros adicionais poderão acessar todo o catálogo do Disney+ e terão os mesmos benefícios de qualquer outro usuário da conta.
Cada membro adicional terá seu próprio perfil na conta do usuário proprietário para manter um registro de sua atividade.
E isso é o mínimo que se pede quando se paga o mesmo valor de uma assinatura de uma Netflix quando ela começou lá atrás (saudades desse tempo…).
E para os mais iludidos, acreditando que poderá compartilhar a conta do Disney+ com aquele primo lá do Rio Grande do Norte: existem algumas limitações impostas para os membros adicionais.
As contas extras só podem transmitir os conteúdos do Disney+ em apenas um dispositivo por vez. O que faz sentido, já que é uma conta adicional individual.
Da mesma forma, os membros adicionais só podem fazer o download de filmes e séries de TV em apenas um dispositivo, pelo mesmo motivo mencionado no parágrafo anterior.
Mas a pior parte desse sistema de usuários adicionais (e é aqui que a Disney ferra com todo mundo) é que todos os usuários de uma conta compartilhada no Disney+ devem morar no mesmo endereço.
Diferente da Netflix, que liberou esse compartilhamento para qualquer pessoa do planeta, desde que pague os tais R$ 12,99 por pessoa.
O novo normal (anormal)
Todas a plataformas decidiram combater o compartilhamento de contas, pois entenderam que foi essa prática que reduziu a lucratividade do streaming.
A Netflix começou com tudo isso, e todas as outras seguiram os seus passos. O compartilhamento gratuito de senhas é restrito aos dispositivos conectados à mesma rede de internet. Caso contrário, tem que pagar.
As demais foram para o mesmo caminho: Max, Globoplay e, agora, o Disney+ que, lá fora, pode custar até US$ 24 por mês para adicionar um membro extra nas contas, que terá que consumir o conteúdo na mesma casa.
Isso não faz o menor sentido.
Se Bob Iger cumpre com promessas, por outro lado, falha miseravelmente na coerência, pois tenta aumentar a lucratividade da plataforma a todo custo, sem olhar para as consequências disso.
E depois as plataformas reclamam que a pirataria é “o grande inimigo” da indústria…
Fonte: Disney + inicia repressão ao compartilhamento de senhas e contas (hollywoodreporter.com)