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Que fim levou Stephen Elop?

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A “culpa” pelo fim da Nokia tal e como conhecemos não pode cair por completo nas costas de Steve Ballmer. Outro executivo famoso foi responsável por acabar com uma das gigantes da telefonia móvel.

Dá para dizer que Ballmer mandou um belo “cavalo de troia” para a empresa finlandesa, e que esse “agente laranja” foi decisivo para o desaparecimento de um dos fabricantes de smartphones mais amados do mercado.

Seu nome? Stephen Elop. Um nome que causa arrepios nos fãs mais fiéis da Nokia. E algumas pessoas estão curiosas para saber que fim levou esse sujeito.

 

Como Elop chegou na Nokia

 

Em 2007, a Nokia era líder em telefonia móvel com mais de 50% de participação, mas em 2010, enfrentava uma queda na participação de mercado com a ascensão do iOS e do Android, contando com apenas 18% nas vendas.

Na época, a empresa ainda não era de propriedade da Microsoft, mas recebeu Stephen Elop como CEO, que já tinha passagem por outras grandes corporações, como Macromedia, Juniper Networks e… na gigante de Redmond, onde impulsionou o desenvolvimento de software em nuvem.

Ao assumir o posto, Elop enviou um memorando interno descrevendo a Nokia e, principalmente o Symbian, como “uma plataforma em chamas”, mostrando que era necessário buscar um novo paradigma para sobreviver no mercado.

Palavras de Stephen Elop em seu comunicado:

“O primeiro iPhone foi lançado em 2007 e ainda não temos um produto que chegue perto da experiência deles. O Android entrou em cena há pouco mais de 2 anos, e esta semana eles assumiram nossa posição de liderança em volumes de smartphones. Inacreditável.”

E a principal ideia que Elop colocou na mesa foi a parceria com a Microsoft, e aposta no Windows Phone.

Não podemos deixar de dar uma certa dose de razão para Elop, pois as tentativas que a Nokia fez em adaptar o Sybian para a ela dos telefones “todo tela” foram fracassadas.

Mas… era a Microsoft de Steve Ballmer, que precisava de um parceiro para fazer o Windows Phone vingar.

E a única que topou de verdade foi mesmo a Nokia. HTC e Samsung chegaram a lançar smartphones com essa plataforma, mas apenas os finlandeses abraçaram o sistema operacional como protagonista nos seus dispositivos.

 

Buscando no Windows Phone um diferencial

A Nokia lançou em 2011 o Lumia 800, o seu primeiro smartphone com Windows Phone, um sistema operacional que apontava para um caminho diferente em comparação com aquilo que Android e iOS estavam apresentando.

A principal característica do Windows Phone era a sua interface com as chamadas “tiles”, ou azulejos dinâmicos. O que não era uma ideia ruim. Eu mesmo gostava dessa proposta, pois era simples e direta.

O principal objetivo da aposta na plataforma da Microsoft era recuperar o espírito da Nokia e, ao mesmo tempo, se distanciar de Google e Apple na proposta de interação com o usuário.

Para a Microsoft, o objetivo era estabelecer o sistema operacional como uma plataforma que integrasse hardware, software, desenvolvedores, apps e serviços de busca.

Mais ou menos da mesma forma que a Microsoft estava fazendo com o iPhone, Mac, iPod e o recém-lançado iPad.

O grande problema do Windows Phone (além dos interesses de Steve Ballmer, obviamente) era o tempo. O sistema operacional teria um longo caminho a enfrentar para chegar no mesmo nível de ecossistema de aplicativos que iOS e Android já ofereciam com apenas 4 e 3 anos de vida, respectivamente.

Os efeitos colaterais vieram. A participação de mercado da Nokia cai para 3% em 2013, consolidando o fracasso da Microsoft em tentar acompanhar os passos das duas (já) gigantes plataformas do Google e da Apple nos sistemas operacionais móveis.

Com isso, neste mesmo ano de 2013, a Microsoft adquiriu o negócio de telefonia móvel da Nokia por US$ 5,4 bilhões. Como “prêmio” pela “operação bem-sucedida”, Stephen Elop se torna CEO do Grupo de Dispositivos da Microsoft, liderando produtos como HoloLens e os últimos smartphones Lumia que a gigante de Redmond ainda lançou.

Em 2014, o desastrado do Ballmer deixa o posto de CEO da Microsoft, sendo substituído por Satya Nadella, que executou mudanças ainda mais drásticas na empresa. Uma delas foi o fim da divisão de smartphones, incluindo o Windows Phone, medida da qual ele se arrepende até hoje de ter tomado.

Elop deixou a Microsoft em 2015, após a integração do Grupo de Dispositivos à divisão do Windows. Com isso, ele ficava sem função na empresa, ou seria subutilizado em posições que não exploravam toda a sua capacidade como executivo.

E tem muitos fãs da Nokia que atribuem à Elop a culpa ou responsabilidade maior pelo fim da Nokia como conhecemos.

 

Que fim levou Stephen Elop?

Stephen Elop ainda teve vida corporativa depois de sua passagem pela Microsoft.

Ele assumiu como líder de Tecnologia, Inovação e Estratégia na Telstra em 2017, deixando essa empresa em 2018 para assumir o posto de CEO da APiJET, empresa de análise de dados aeronáuticos, onde permaneceu no cargo entre 2019 e 2020.

Hoje, Stephen Elop está com 60 anos, e preside conselhos de administração, além de dedicar algum tempo para voar em seu Cessna CitationJet… que pode muito bem ser fruto da bonificação que ele recebeu pela absorção da Nokia por parte da Microsoft.

Ou seja… ele está bem melhor que todos nós.


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