O Ubuntu mudou muitas coisas no mundo Linux, e tentou aproximar o sistema operacional do grande público. O seu slogan, ‘Linux for human beings’ destacava essa vocação para facilitar o acesso a esta distribuição, e uma das estratégias da Canonical por anos foi enviar os CDs da distribuição para qualquer pessoa que quisesse testar o software. E de graça. Isso fez com que o Ubuntu ganhasse popularidade.
Hoje, a prática não existe mais, mas outras empresas vendem CDs e DVDs do Ubuntu e outras distribuições de software livre, e segundo GPL, vender mídias com Linux é algo 100% legal.
A internet não era rápida, mas o envio de CDs sim
Em 2004, o Windows XP dominava o mercado de PCs, e as distribuições Linux não tinham muito sucesso. Então, Mark Shuttleworth criou a Canonical e lançou o Ubuntu, uma distribuição pensada em facilitar o acesso ao mundo Linux e ao Open Source.
Eu recebi um CD do Ubuntu quando eu morava em Araçatuba, SP. E não demorou tanto para chegar até lá.
O foco do Ubuntu foi diferente de outras distribuições em vários aspectos, inclusive no comercial e publicitário. A Canonical até criou o ShipIt, serviço de envio dos CDs das novas versões do Ubuntu totalmente de graça.
A estratégia funcionou, e o Ubuntu teve outros acertos. Não só os CDs eram enviados, mas etiquetas com código de download começaram a ser comuns entre os usuários, que aos poucos se transformaram em fãs, impulsionando a popularidade de sistema operacional.
O ShipIt deixou de funcionar em 2011, porque as conexões de banda larga se tornaram mais populares. A medida tinha sentido: fazer o download de uma distribuição e gravar em um CD já era algo muito mais fácil.
Depois, foram as unidades de CDs e DVDs que foram desaparecendo dos computadores, e a solução foi criar os instaladores em pendrives, uma alternativa muito mais popular nos dias de hoje, combinadas com as imagens ISO dos instaladores em máquinas virtuais.
Sem falar que a Microsoft habilitou a capacidade de várias distribuições Linux rodarem no Windows 10, com o Windows Subsystem for Linux, incluindo os apps com sua interface gráfica.
Ainda tem gente vendendo CDs e DVDs do Ubuntu e de software livre
Em pleno 2019, ainda há mercado para vendas de CDs e DVDs com distribuições Linux e de software livre. Várias lojas oferecem esses conteúdos, inclusive com as últimas versões de várias distribuições em DVD ou pendrives.
Hoje, você pode comprar tanto o Ubuntu como até 11 DVDs com repositório completo de softwares e distribuições Linux em pendrive, com múltiplas versões e variantes de outras distribuições. Outras lojas oferecem um DVD com as últimas versões de várias distribuições, e na internet é possível encontrar CDs e DVDs com uma vasta quantidade de software livre para venda.
Muitos podem pensar que os vendedores estão cometendo uma fraude, mas eles argumentam que estão vendendo um software que é livre, que é de graça e pode ser baixado da internet sem problemas, onde eles só estão lucrando com isso.
Porém, todo esse software distribuído está sob a licença GPL, onde qualquer pessoa pode obter benefício econômico e vender aplicativos, pois eles contam com o direito de vender cópias desse software, mesmo que o tal software possa ser obtido de graça na internet.
Os vendedores podem colocar o preço que quiser nos seus produtos, e a internet está aí para oferecer as versões de distribuições e aplicativos Open Source, mas tais alternativas podem ser interessantes para quem ainda tem uma internet precária ou para quem quer ter o suporte físico e descomplicado desse software.