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Quando a Microsoft revolucionou a enciclopédia, e a Encarta reinou até a chegada da Wikipédia

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Teve um tempo em que a Microsoft entendeu que era fundamental oferecer cultura e conhecimento através do CD-ROM. E a Enciclopédia Encarta é o que podemos hoje considerar o “avô” da Wikipedia.

Tudo começou em 1989, quando os 26 volumes da Enciclopédia Compton foram parar em um minúsculo CD-ROM, sendo esta a primeira enciclopédia multimídia da história. A Microsoft então fundou no mesmo ano a sua divisão multimídia, e quis fazer o mesmo.

A base da Encarta foi o Bookshelf, apresentado por Bill Gates em 1987 como uma forma de promover o CD-ROM no mercado. A Enciclopédia Encarta reinou nos computadores pessoais, até morrer em 2009, quando caiu no esquecimento por causa da Wikipedia.

O projeto Gandalf teve um caminho complicado, já que a Enciclopédia Britannica se recusou a ver o seu conteúdo digitalizado, ainda mais quando a mesma custava na época valores entre US$ 1.500 e US$ 2.200.

O plano B da Microsoft foi criar a sua própria enciclopédia, licenciando conteúdos alternativos que foram a base para a construção da Encarta. Se não era possível competir com a Britannica em qualidade, eles criaram um produto totalmente multimídia, com mais de 11 mil fotos e ilustrações.

A primeira Encarta contava com nada menos que 200 megas de áudios, em uma época em que não existia o MP3. Foram mais de 80 mil palavras gravadas, além de clipes musicais e sons dos cantos de diferentes aves.

A Enciclopédia Encarta foi lançada oficialmente em 22 de março de 1993, com 22 mil artigos. Além do conteúdo multimídia, o seu potente buscador oferecia vários resultados com o escrever de apenas uma palavra.

E essa foi uma das grandes vantagens da Encarta. Tudo poderia ser buscado rapidamente, e enciclopédias de papel não contam com vídeos, gráficos e sons (obviamente).

 

 

Porém, o início da Microsoft Encarta também não foi fácil. Custando na época US$ 395, só conquistou 3% do mercado três meses depois. A Microsoft fez o preço despencar para US$ 99, e buscou alternativas para promover o produto, como acordos com fabricantes de computadores para incluir o software nos novos equipamentos.

Aos poucos, e com novas versões, a Encarta aumentou a sua qualidade e popularidade, incorporando novos conteúdos e inserindo traduções para diferentes idiomas.

A Encarta se tornou uma grande linha de negócios da Microsoft. A ponto de acabar com a Britannica, que foi vendida em 1996 com um preço muito abaixo do valor correspondente com a sua popularidade.

O tempo passou…

 

 

Em 2000, a Microsoft entendeu que era hora de modernizar a Encarta, com uma versão online gratuita com menos da metade de conteúdo, como uma demo para despertar o interesse em pagar a versão físcia. Depois, a empresa lançou uma versão paga via download.

Porém, naquela época, já havia a concorrência que era de graça. Em 15 de janeiro de 2001, Jimmy Wales e Larry Sanger lançaram a Wikipédia, uma enciclopédia colaborativa, algo que gerou rapidamente o interesse de muitos, aumentando a sua popularidade.

Especialmente porque trabalhou em paralelo com o crescimento da Google, que começou a exibir os seus artigos nos resultados de busca.

A Microsoft tentou contornar a situação. Primeiro, reduziu o preço da Encarta até US$ 30 na sua última edição. Depois, abriu a Encarta para colaboração pública. Mas nada disso foi suficiente, por causa do sistema de feedback da Microsoft que impunha sua supervisão aos colaboradores, de modo que escrever um artigo não dava garantias de publicação.

Por fim, em março de 2009, a Microsoft jogou a toalha, anunciando o fim do Encarta. E o ciclo se repetia: a Encarta acabou com a Britannica, e a Wikipedia acabou com a Encarta.


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