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Quando a Marvel convoca um senhor de 85 anos para salvar o MCU

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O Universo Cinematográfico da Marvel acaba de sofrer um abalo sísmico. Sem aviso prévio, a Disney e a Marvel lançaram um vídeo colossal de cinco horas e meia revelando o elenco de ‘Vingadores: Doomsday’.

Nada de teaser misterioso ou pôster enigmático – essa foi uma jogada para dominar o cenário pop e incendiar as redes sociais. E o impacto da manobra foi gigantesco.

A Marvel não apenas anunciou nomes, mas criou um evento capaz de transformar simples confirmações em uma experiência narrativa cheia de expectativas e teorias, antes mesmo das filmagens começarem.

O problema é quando a salvação do Multiverso depende da convocação do Magneto e do Charles Xavier de 25 anos atrás que, hoje, estão com 85 e 84 anos de idade, respectivamente.

E… nada contra os atores ou a idade deles. É só um sinal claro de que o MCU só poderá ser salvo na base da nostalgia como moeda de troca.

 

O elenco estelar e a surpresa mutante

O vídeo construiu o sentimento de antecipação de maneira magistral: cadeiras vazias exibiam nomes de atores, elevando a tensão para qual seria o próximo nome a confirmar sua participação.

Mas a grande bomba veio no final – e ninguém estava preparado para isso.

A formação dos Vingadores foi reforçada com rostos já esperados, mas nem por isso menos empolgantes. Chris Hemsworth retorna como Thor, enquanto Anthony Mackie assume de vez o escudo do Capitão América. Paul Rudd (Homem-Formiga), Florence Pugh (Yelena Belova), Simu Liu (Shang-Chi), Sebastian Stan (Soldado Invernal) e Letitia Wright (Pantera Negra) devem completar o time principal de heróis.

Tom Hiddleston (Loki) foi confirmado no elenco, e esse marca o retorno do ator ao MCU após os eventos da segunda temporada da série do seu personagem, e deve assumir certo protagonismo em função do seu novo status dentro dessa narrativa.

Tenoch Huerta (Namor), Ebon Moss-Bachrach (O Coisa), Joseph Quinn (Tocha Humana) e Pedro Pascal, confirmado como Reed Richards (Sr. Fantástico), solidificam ainda mais o elenco, e devem ser integrados de alguma forma ao grupo de defensores da atual inha tempora.

Mas foi no desfecho que a Marvel soltou a cartada mais explosiva: o retorno do elenco original dos X-Men da Fox.

Patrick Stewart (Professor X) e Ian McKellen (Magneto) lideram a volta, acompanhados por Alan Cumming (Noturno), Rebecca Romijn (Mística), James Marsden (Ciclope) e até Channing Tatum, finalmente estreando como Gambit. Kelsey Grammer (Fera), que fez uma breve aparição em As Marvels, também retorna.

E como se não bastasse, a escolha mais ousada de todas: Robert Downey Jr. retorna. Mas não como Tony Stark. Agora, ele será o vilão Doutor Destino.

A Marvel está jogando alto, apostando que essa reinvenção de um ícone será o diferencial que elevará ‘Doomsday’ a um novo patamar.

A decisão reacende a nostalgia dos primórdios do cinema de super-heróis e une diferentes gerações sob a bandeira do MCU. E, ao mesmo tempo, deixa flagrante um problema narrativo que os irmãos Joe e Anthony Russo terão que resolver.

 

Reviver o passado é o suficiente?

Por mais que reviver o passado em um crossover que promete ser épico seja uma solução bem interessante (na verdade, é incrível mesmo), isso passa bem longe de ser algo inovador ou revolucionário nos aspectos narrativos.

Entendo que tudo isso é feito para agradar aos fãs dos quadrinhos e, em partes, aos fãs mais veteranos do cinema. Quem viu a franquia original dos X-Men com certeza vai retornar para revisitar esses personagens no presente.

E todo fã de quadrinhos sabe a essa altura do campeonato que esse filme vai adaptar o arco “Vingadores vs X-Men”, um dos mais emblemáticos da Marvel. E ver tudo isso transmutado em filme é um sonho se tornando realidade.

Porém, quando você depende de personagens veteranos para salvar a ideia do Multiverso, além de você correr o risco de macular o passado dos personagens, você pode inclusive comprometer o futuro de sua franquia, mesmo que o plano seja “o reboot de tudo”.

Na prática, tudo isso é uma ideia. Uma boa ideia. E é a estratégia que a Marvel tem que adotar mesmo: levar as suas histórias dos quadrinhos para o cinema, adaptando estética e linguagem, mas mantendo a essência que tornou o conteúdo tão popular.

Mas para uma empresa que recebe a alcunha de “A Casa das Ideias”, me parece uma saída relativamente fácil.

A Marvel claramente aposta na nostalgia como motor principal de ‘Doomsday’, mas isso pode ter um preço. A estratégia já funcionou antes – ‘Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa’ provou que o público ama reencontros emocionantes.

Mas… há um limite para essa aposta?

Trazer de volta atores que interpretaram seus papéis há mais de 20 anos, como Ian McKellen (85 anos), pode ser um risco. Como justificar personagens ágeis como Noturno e Fera sendo interpretados por atores que já ultrapassaram os 60 anos?

A nostalgia é um chamariz poderoso, mas será suficiente para sustentar um evento da magnitude de ‘Vingadores: Doomsday’? Ou essa dependência do passado revela uma crise criativa no MCU?

Em 2026, descobriremos se essa aposta foi um golpe de mestre ou um erro colossal.

 

Via The Verge


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