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Qual é a do o1, o ChatGPT que “raciocina”

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O duro mesmo é ter que confiar em uma tecnologia que é gerenciada pelo Sam Altman

Bom, a OpenAI lançou o o1, modelo de Inteligência Artificial que tem como principal objetivo melhorar as respostas que envolvem a resolução de problemas matemáticos, conhecimentos científicos e linguagens de programação.

Então… já podemos dar como certa a cura do câncer? Ou estamos ainda mais próximos da produção de vírus e malwares em massa?

Não sei se essas pessoas viram alguns filmes no cinema, mas quando uma IA começa a raciocinar e possui capacidades de reconhecer erros, é porque (talvez) estamos um pouco mais próximos de ter problemas ainda mais sérios para resolver.

Principalmente se a IA concluir que nós, humanos, somos o principal problema.

 

Melhor que o GPT-4o em matemática, péssimo para todo o resto

Com um índice de acerto de 83% nas questões matemáticas em comparação com o GPT-4o (apenas 13%), é de se imaginar que o o1 tem tudo para ser o nosso novo ministro da economia.

A OpenAI não perdeu a oportunidade de cutucar a concorrência na apresentação do produto. Afinal de contas, o GoogleDeepMind “só alcançou” a medalha de prata na última edição das Olimpíadas de Matemática.

Porém, o o1 deve mesmo aposentar contadores e nerds de plantão, já que ele só é melhor que o ChatGPT nas tarefas específicas que exigem o raciocínio matemático mais apurado.

Para todo o resto, ainda dependemos das demais ferramentas disponíveis no mercado neste momento.

Além disso, o novo modelo só aceita entradas em texto, já que não processa imagens ou documentos. Também não é capaz de buscar informações na internet, além de ser mais lento que o GPT-4o.

A OpenAI vai oferecer duas versões do novo modelo: o o1-preview e o o1-mini, onde o segundo pode desenvolver códigos de programação.

O recurso está disponível para os planos Plus e Team (pagos) do ChatGPT, e os usuários dos planos Enterprise e Edu também contarão com acesso gratuito à plataforma.

Os usuários gratuitos do ChatGPT devem receber o recurso em breve.

 

Projetado para resolver problemas difíceis

A OpenAI dá a entender que o1 vai pensar antes de oferecer uma resposta, da mesma forma que uma pessoa faria.

Depende da pessoa. Bem sabemos que existem pessoas que fazem uma porção de coisas sem raciocinar, e o resultado tende a ser um desastre na maioria das vezes.

Em um segundo momento, o o1 vai refinar o seu pensamento em função das interações e, dessa forma, poderá reconhecer os próprios erros com o passar do tempo.

Até por isso que suas respostas são mais lentas. A o1 vai precisar “pensar um pouco ou raciocinar” para oferecer uma resposta.

É um salto importante nas ambições da empresa de Sam Altman. Será que um dia a IA vai mesmo desenvolver consciência e, dessa forma, descobrir que é o ser humano o grande problema do planeta.

Pode parecer apocalíptico o que escrevi no parágrafo anterior, mas cientistas sérios pensam mais ou menos o mesmo que eu.

Por outro lado, a questão passa bem longe de ser uma unanimidade.

Bob McGrew, diretor de pesquisa da OpenAI e matemático de formação, afirma que o o1 é capa de lidar com tarefas que exigem um raciocínio profundo, como exames avançados de física e química.

Palavras de McGrew:

“Este modelo é melhor do que eu para resolver o exame de matemática AP.”

De qualquer forma, o o1 vai ser muito útil em tarefas acadêmicas, onde a precisão dos dados é essencial para os resultados positivos.

Segundo a OpenAI:

“Os pesquisadores de saúde podem usar o o1 para anotar dados de sequenciamento de células, físicos para gerar fórmulas matemáticas complicadas necessárias para a óptica quântica e desenvolvedores em todos os campos para criar e executar fluxos de trabalho de várias etapas”

O o1 é o primeiro de uma nova série de modelos de Inteligência Artificial da OpenAI que são treinados para simular esse processo de pensamento humano.

Ou seja, vem mais por aí, e sempre poder ser cada vez pior, pois essas IAs vão poder raciocinar no futuro, e isso é algo assustador para algumas pessoas.

O que pode limitar o desenvolvimento de plataformas como o o1 é o seu elevado custo, incluindo os valores do milhão de tokens para consulta.

Sem falar nos recursos relevantes na API que ficaram de fora do o1 por enquanto.

Neste momento, o o1 está bem longe de ser perfeito, pois ainda comete erros em tarefas aparentemente simples. O modelo ainda não consegue jogar o Jogo da Velha, para você ter uma ideia.

Em compensação, é um modelo que mente e alucina menos nas respostas, uma das características mais gritantes das plataformas de IA neste momento.

E a OpenAI confirma que ainda não resolveu o problema das mentiras no o1.

No final das contas, o que a OpenAI quer mesmo é criar agentes autônomos, que respondem perguntas e também tomam ações independentes em nome dos usuários.

Mas não podemos descartar essa possiblidade de raciocínio do o1. Podemos estar diante de um novo ponto de partida, uma nova corrida no campo da IA que pode resultar em caminhos inesperados.


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