Eu detesto ser portador de más notícias, ou comentar as tragédias alheias. Mas… gamers das antigas do PlayStation… a Sony tem más notícias para vocês.
A Ubisoft confirmou que o futuro PlayStation 5 (PS5) será retro compatível com o PS4, mas não terá compatibilidade com os jogos do PS3, PS2 e PS One. E nem dá para dizer que os gamers foram pegos de surpresa, pois se dependesse exclusivamente da desenvolvedora japonesa, o console da próxima geração não teria compatibilidade com nada do passado.
É importante olhar para essa questão a partir de diferentes perspectivas. Tanto para os desenvolvedores de jogos como para os gamers, e até olhar com uma certa dose de cuidado e atenção para o lado da Sony. E, principalmente: procurar entender o que está acontecendo aqui.
A retrocompatibilidade como um dos pilares da próxima geração
Levando em consideração que o mundo ainda está em uma crise econômica que, por sua vez, é resultante de uma crise sanitária, não dá para imaginar uma corrida dos gamers para as lojas e/ou e-commerces para comprar os novos jogos da nova geração de consoles.
Primeiro, porque todo mundo vai querer economizar dinheiro e, por isso, vai rodar os jogos que já tem no novo console, pelo menos em um primeiro momento. Segundo, porque esses jogos de nova geração vão chegar um pouco mais caros do que as gerações anteriores, o que deve afastar um pouco os gamers no início da nova geração.
Logo, a retrocompatibilidade recebe um papel importante nesse início de nova geração de consoles. E a Sony deveria olhar para isso, da mesma forma que a Microsoft está olhando.
Não exatamente da mesma forma, pois a Sony nunca se prestou a esse papel. Mas pelo menos de forma semelhante.
Estratégias diferentes para Microsoft e Sony
A Microsoft deixou bem claro que o Xbox Series X será retro compatível com praticamente todos os jogos das gerações anteriores dos seus consoles, e usa essa característica como um forte argumento a seu favor. Talvez porque entende que a maioria das pessoas não vão comprar os jogos de nova geração logo de cara, e que as pessoas não querem perder os anos de jogos investidos nas gerações anteriores.
Essa “arte” em carregar os jogos das gerações anteriores para as novas gerações é um ótimo artifício que a Microsoft usa para fidelizar os seus jogadores e, ao que tudo indica, vem funcionando bem. E é algo que me agrada e muito.
Já a Sony entende que os gamers só podem jogar os títulos novos nos consoles novos, abandonando os consoles antigos justamente para incentivar a migração ao novo. Não sei se isso é exatamente algo inteligente a se fazer, pois entendo que o PS4 ainda gera algum caldo no mercado, e como claro vencedor nas vendas da atual geração de consoles, certamente os gamers não querem perder esse investimento feito ao longo do tempo.
Porém, como os japoneses entendem que a roda da economia precisa seguir girando (e uma forma eficiente para isso acontecer é obrigar todo mundo a investir no novo), as coisas acontecem dessa forma.
Uma última pergunta: você ainda joga os games do PS3, PS2 ou PS One?
É importante levantar esse questionamento para saber se vale a pena a Sony investir tempo e recursos na retrocompatibilidade dos consoles excluídos.
Eu sei que existem ótimos títulos nas gerações do passado, e que muita gente gostaria de ver esses títulos remasterizados ou com resoluções mais avançadas. Mas… será que tem tanta gente jogando esses títulos?
Na verdade, até tem. Caso contrário, a moda retrô e a busca por emuladores para rodar esses jogos teriam enfraquecido nos últimos anos, e isso não aconteceu (pelo contrário). Agora, tenho minhas dúvidas se tem tanta gente rodando esses games para justificar o trabalho da Sony em desenvolver a retrocompatibilidade no PS5 a esse ponto.
Mesmo assim, prefiro ver uma empresa oferecendo a possibilidade dos jogadores em revisitar o passado do que olhando cegamente para o futuro, como se essa fosse a única alternativa válida.
Via Polygon