É… parece que a Sony não aprendeu absolutamente nada com todas as críticas que recebeu no PS5, repetindo o mesmo “modelo de negócio” no PS5 Pro.
O console de meio de geração da Sony chegou prometendo entregar tudo o que não foi cumprido no PS5 em termos de desempenho e qualidade gráfica. Porém, os testes iniciais com o produto continuam, e as decepções continuam.
O pessoal do Digital Foundry analisou o desempenho de um jogo específico no PS5 Pro (e eu reconheço que este pode ser um caso pontual), e constatou uma experiência decepcionante para um console que não tem tantas margens de erro.
Como o PS5 Pro rodou Avatar: Frontiers of Pandora?
Repito que o mesmo pode vir a não acontecer com outros jogos no PS5 Pro, mas que este é mais um exemplo do quão difícil é para a Sony cumprir com expectativas.
O jogo Avatar: Frontiers of Pandora apresentou desempenho inferior no PS5 Pro em relação ao PS5 padrão, incluindo gráficos de menor qualidade e instabilidade.
A análise da Digital Foundry expõe falhas no aproveitamento do hardware que é mais potente no papel, mas mal otimizado por parte da Sony.
De um modo geral, os jogos “otimizados” para o PS5 Pro frequentemente estão entregando inconsistências gráficas e de fluidez. Em vez de superar o modelo padrão, o Pro tem sido alvo de críticas devido à falta de otimização e de entregas gráficas visivelmente superiores.
O ray tracing, tecnologia amplamente divulgada pela Sony como um dos diferenciais do PS5 Pro, tem causado mais problemas do que melhorias em jogos recentes.
Os desenvolvedores estão evitando o seu uso nos jogos para o console, só para garantir estabilidade de performance.
Desse modo, quem decidiu ficar no PS5 não está perdendo absolutamente nada. Pelo contrário: está ganhando o dinheiro que economizou ao não investir no modelo Pro.
Fragmentação no ecossistema PlayStation
A introdução do PS5 Pro complicou ainda mais o desenvolvimento de jogos, forçando estúdios a lidar com duas configurações de hardware para o mesmo jogo.
E ainda teve alguns “especialistas em games” que tiveram a coragem de dizer que era a Microsoft quem estava limitando o desenvolvimento de jogos ao lançar o Xbox Series S e X…
No caso do console da Sony, quem desenvolve vai ter que gastar a mais para criar duas versões de jogos. E, mesmo assim, corre o risco de comprometer o desempenho e a qualidade gráfica dos títulos do mesmo jeito.
Quem comprou o PS5 Pro espera dele um desempenho consistentemente superior em relação ao PS5, mas isso não está acontecendo na realidade prática.
O console, ao invés de ser uma evolução clara, é um “meia geração” frustrante, que não está justificando o dinheiro investido nele, pelo menos neste primeiro momento de vida.
A Sony que se explique
A recepção negativa do PS5 Pro levanta ainda mais dúvidas sobre sua real necessidade de existência, algo que estou dizendo neste blog faz tempo.
Para muitos, o Pro é uma tentativa de prolongar o ciclo de vida do PS5, agindo como “lei de compensação” para quem se frustrou até agora com as promessas não cumpridas.
Até agora, não existe nenhuma real inovação ou ganho prático no PS5 Pro. Pode ser que isso aconteça no futuro, mas isso pode levar tempo demais, o que pode enterrar ainda mais a atual geração de consoles.
Está cada vez mais difícil para a Sony justificar a existência ou validade do PS5 Pro diante dessa insatisfação crescente.
Além de comprometer a confiança dos jogadores, o console corre o risco de ser lembrado como um erro estratégico no segmento intergeracional.
Seria mais um erro da Sony, que carrega em 2024 o peso do fiasco de Concord, que é considerado por muitos “o maior fracasso da história dos videogames”.
O PS5 Pro está caminhando a passos largos de se tornar um claro exemplo do “como não executar uma atualização de um console”.
Ainda dá tempo da Sony e dos estúdios de jogos envolvidos aprenderem com os erros técnicos e de marketing e corrigir tudo para tentar salvar o PS5 Pro.
E não estou dizendo que essa será uma missão fácil.
Mas a tentativa precisa acontecer. Ou vamos nos lembrar dessa geração apenas e tão somente como aquela do mar de mentiras nunca cumpridas.