Desde que Elon Musk comprou o Twitter em outubro de 2022 por US$ 44 bilhões, ele prometeu que faria muitas mudanças na plataforma, algo que efetivamente aconteceu, mas não do jeito certo.
Musk entregou uma maior liberdade de expressão e reduziu a moderação de conteúdos que os usuários publicavam na rede social. Hoje, o X (finado Twitter) está virando o local perfeito para a verborragia, conteúdos adultos e pirataria desenfreada.
Isso teve efeitos práticos nas receitas do X. E agora, um muito incomodado Elon Musk está processando ex-anunciantes da plataforma.
Por que?
Fuga de publicidade
Desde que Musk comprou o Twitter e rebatizou a rede social para X, a plataforma está perdendo uma enorme quantia de dinheiro na receita publicitária.
Relatórios indicam uma redução de 53% na receita no segundo trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior.
E Musk decidiu colocar a culpa em alguém por essa extraordinária perda de dinheiro.
O X está acusando a Global Alliance for Responsible Media (GARM) de organizar um boicote publicitário contra a plataforma.
Como se isso fosse realmente necessário.
O GARM e suas empresas membros, que incluem marcas como Unilever e Mars, teriam “conspirado” para retirar bilhões de dólares em publicidade…
…de acordo com a opinião de Elon Musk, é claro.
A GARM expressou preocupações sobre o cumprimento dos padrões de segurança de marca por parte do Twitter após a aquisição.
Já o X afirma que sempre cumpriu com esses padrões, mas enfrenta críticas de reguladores sobre o aumento de desinformação e discursos de ódio na plataforma.
Que apareceu em larga escala por causa das decisões polêmicas de Elon Musk.
Te vejo nos tribunais
A direção do X iniciou ações judiciais contra vários dos seus antigos anunciantes que abandonaram a rede social depois da chegada de Musk e a própria GARM.
O processo alega que essas empresas violaram leis antimonopólio dos EUA e organizaram boicotes para prejudicar a rede social de forma deliberada.
Documentos obtidos pelo The New York Times mostram que a receita do X no segundo trimestre de 2024 foi de US$ 114 milhões, uma queda gigantesca quando comparada aos US$ 1.190 milhões no segundo trimestre de 2021.
Essa diminuição de receita publicitária já levanta dúvidas sobre a viabilidade financeira da rede social sob a gestão de Musk.
É quase surpreendente ver que a empresa ficou desse jeito porque fez valer aquilo que alguns acionistas temiam: a compra do finado Twitter por Elon Musk.
Já o dono da Tesla afirmou que tentou “paz por dois anos” e agora está em “guerra” contra os boicotes.
Linda Yaccarino, CEO do X, escreveu uma carta aberta acusando a GARM de coordenar esforços para desmonetizar plataformas e criadores de conteúdo.
Diante de tudo isso, veremos vários dos antigos anunciantes sendo obrigados a debater a questão de forma direta com ninguém menos que Elon Musk.
Atrair novos assinantes para o X parece ser uma missão praticamente impossível, considerando os fatos apresentados.
Elon Musk está com algumas doses de paranoia, pois o esvaziamento da publicidade no X é muito mais responsabilidade dele do que um boicote contra a plataforma.
E o X precisa se virar para bolar novos planos para recuperar a confiança dos assinantes. E esse desafio parece ser maior do que arrancar (ainda) mais dinheiro dos investidores.