Fim de uma era.
O canal Viva deixa de existir na TV paga brasileira a partir do dia 9 de junho, quando mudará oficialmente seu nome para Globoplay Novelas, reformulando completamente a sua grade de programação.
A mudança estratégica do Grupo Globo marca o fim de um canal que existiu por 15 anos, se transformando agora em uma plataforma 100% voltada para as novelas, abandonando outros formatos que ainda mantinha em sua grade.
Vamos entender o que vai acontecer a partir de agora, e por que o Viva deixa de existir, tal e como conhecemos.
Como será o novo Globoplay Novelas?
A nova programação do Globoplay Novelas contará com um vasto acervo de produções dentro do seu segmento, incluindo clássicos consagrados da teledramaturgia brasileira, sucessos internacionais de países como Turquia e México, além de novelas originais produzidas especificamente para o Globoplay.
O reposicionamento de marca vai aproveitar o imenso catálogo da plataforma de streaming, que atualmente conta com mais de 200 títulos de dramaturgia disponíveis para os assinantes.
Com a reformulação, a grade do canal será estruturada em quatro novas faixas de programação, com uma novela exclusiva da Globoplay sendo exibida no novo canal, em uma espécie de “horário nobre”.
Tudo começa com “Guerreiros do Sol”, uma produção original Globoplay, que começará a ser exibida no dia 11 de junho, com capítulos de segunda a sexta-feira às 22h40, e reapresentação aos sábados.
Na plataforma de streaming, a novela terá cinco episódios liberados semanalmente, oferecendo flexibilidade aos espectadores que preferem maratonar o conteúdo.
Mais ou menos no mesmo estilo que o Max está fazendo na sua parceria com a Band para exibir “Beleza Fatal”.
Na faixa das 18h, o canal apresentará um mix de produções nacionais e internacionais, reforçando o caráter abrangente da nova proposta do Globoplay Novelas, que quer contemplar diferentes estilos narrativos e culturais dentro do gênero novelístico.
O poder de escolha para o assinante
Uma das novidades do Globoplay Novelas será a participação direta do público na escolha de parte do conteúdo exibido.
Através de enquetes promovidas pelo gshow, os telespectadores poderão votar em “batalhas temáticas” que determinarão quais novelas entrarão na grade.
A primeira disputa já foi anunciada e tem como tema as “Helenas de Manoel Carlos”, colocando em confronto as personagens interpretadas por Regina Duarte em “Por Amor” e por Vera Fischer em “Laços de Família”. A vencedora da votação estreará em julho no Globoplay Novelas.
E para onde vão as comédias do Viva?
Com o fim da marca Viva, também se encerra em definitivo a exibição de programas de humor que ainda mantinha em sua programação, como as reprises de “A Grande Família”, “Tapas e Beijos” e “Escolinha do Professor Raimundo”.
Para quem é fã desses conteúdos, sobram as seguintes alternativas:
- Torcer para que o Grupo Globo eventualmente lance um canal Globoplay Humor (porque acervo existe para isso);
- Esperar que esse conteúdo seja redirecionado de alguma forma para o Multi Show (pois é o canal que melhor pode receber essas produções);
- Assinar o Globoplay, pois podem se tornar conteúdos exclusivos da plataforma de streaming.
Por que o Viva acabou?
Porque está bem claro para o Grupo Globo que as novelas dão muito mais audiência do que qualquer outra coisa do acervo do canal, e que os seus assinantes querem ou rever histórias do passado ou consumir novas narrativas novelescas no presente.
De acordo com Tatiana Costa, diretora de Conteúdo e Canais Globo, a decisão estratégica reflete o reconhecimento do poder das novelas como produto cultural de grande impacto. E isso é uma realidade histórica do nosso país.
Em comunicado à imprensa, Tatiana destacou que as produções novelísticas são altamente valorizadas pelo público brasileiro, possuindo a capacidade única de gerar engajamento, estimular debates sobre temas sociais relevantes e se tornarem pauta de conversas cotidianas, justificando assim a aposta do grupo neste formato específico.
Quem lê o TargetHD.net com maior frequência (ou é inscrito no canal de vídeos do site) sabe que essa decisão não chega a ser uma grande surpresa, pois cantei a bola recentemente.
Um dos problemas da Globoplay era depender demais de produções originais, e investir em novelas era uma das salvações da plataforma.
Aliás, as novelas poderiam ser também a salvação para a Netflix não perder a liderança no streaming brasileiro, mas isso é assunto para outro momento.
E o movimento da Globo com o Globoplay Novelas é totalmente racional neste aspecto. Dá até para dizer que os canais FAST do Viva temáticos por década (que estavam disponíveis no streaming) foram uma espécie de “testes” para essa decisão.
No final das contas, o Globoplay Novelas serve como mais uma via de acesso para o objetivo final da Globo: aumentar a carteira de clientes do Globoplay, que entrega uma maior lucratividade por assinante que os clientes da TV paga.
Por tudo isso, o Viva acabou. E vai fazer falta para uma galera (que não é a maioria).
Via Meio & Mensagem