Quando anunciados, PS5 e Xbox Series X geraram grande expectativa entre os gamers. Afinal de contas, eram consoles de última geração que prometiam gráficos incríveis em função da potência bruta de suas especificações técnicas.
Comparando os dois consoles, o Xbox Series X era (em teoria) mais potente em especificações técnicas. Na prática, o PS5 entrega um desempenho superior em em certos jogos, levantando debates sobre a influência dos desenvolvedores e das ferramentas de desenvolvimento.
O que aconteceu aqui? Por que o PS5 superou o Xbox Series X em alguns jogos? E o quão relevante é essa diferença nos dias de hoje?
Onde está a diferença entre os dois consoles?
Segundo análises da Digital Foundry, o conjunto de ferramentas de desenvolvimento do PS5 está perfeitamente otimizado. Isso permite aos desenvolvedores extrair o máximo do hardware do console de forma mais objetiva, com menores dificuldades durante o processo de produção do jogo.
Já o Xbox Series X utiliza o DirectX com foco na compatibilidade com PC, o que facilita o desenvolvimento multiplataforma, mas pode limitar a exploração total do hardware do console.
Além disso, a GPU do PS5 opera em uma frequência maior, beneficiando certos motores gráficos, o que acaba se tornando determinante para o melhor desempenho em jogos de transição intergeracional. Os exemplos de títulos que se beneficiam dessa maior frequência incluem Assassin’s Creed Valhalla, Resident Evil 4, Call of Duty: Black Ops Cold War e GTA V Next Gen.
Cada motor gráfico possui suas particularidades, vantagens e desvantagens, influenciando diretamente no desempenho dos jogos. A GPU mais potente da Xbox Series X, com maior quantidade de shaders, pode ser aproveitada melhor em determinados motores, mas a divisão do sistema de memória pode impactar negativamente no desempenho de outros títulos.
Leve em consideração também que o PS5 possui um sistema de descompressão e armazenamento acelerado por hardware, liberando a CPU de tarefas intensas e melhorando ainda mais o desempenho geral.
No Xbox Series X, esse nível de otimização não é alcançado, o que pode sobrecarregar o processador, especialmente em situações de alta demanda.
O que muda na vida prática do gamer?
O principal diferencial prático para os jogadores ainda está no catálogo de exclusivos que cada console possui, pois este é o aspecto onde o desempenho dos jogos mais pode ser impactado por suas características de hardware neste caso.
O PS5 segue se destacando em termos práticos em um campo de segurança. A combinação de ferramentas de desenvolvimento e frequência de GPU acabam beneficiando principalmente os seus jogos exclusivos, e pelo motivo mais óbvio do mundo: eles são otimizados para o console da Sony, o que garante sempre o melhor desempenho possível.
O mesmo acontece com o Xbox Series X, que tem nos títulos próprios a melhor entrega de desempenho. A diferença prática é que o console da Microsoft parece não aproveitar todo o seu potencial de força bruta para oferecer aos jogadores o máximo de performance possível nos jogos.
E toda essa deficiência parece começar da raiz. Ou melhor, no desenvolvimento dos jogos. E não por culpa dos desenvolvedores, mas da própria Microsoft.