TargetHD.net | Notícias, Dicas e Reviews de Tecnologia Por que o lançamento do HTC Desire 22 Pro, o “smartphone para o metaverso”, é algo decepcionante | TargetHD.net Press "Enter" to skip to content
Você está em | Home | Smartphones | Por que o lançamento do HTC Desire 22 Pro, o “smartphone para o metaverso”, é algo decepcionante

Por que o lançamento do HTC Desire 22 Pro, o “smartphone para o metaverso”, é algo decepcionante

Compartilhe

A “boa” notícia é que, de alguma forma, a HTC está voltando para o mercado de smartphones. E mesmo que a marca tenha desistido do Brasil faz tempo, ela é importante de alguma forma, já que ofereceu ao mundo primeiro smartphone Android da história.

Porém, ao que tudo indica, a única notícia “boa” é essa. E é preciso colocar a “boa” entre aspas, pois muitos estão considerando esse retorno como algo relativo e até decepcionante. O HTC Desire 22 Pro é um smartphone de linha média premium que é vendido como “o primeiro telefone para o metaverso”. Será mesmo?

Vamos olha para os detalhes escondidos no HTC Desire 22 Pro e tentar descobrir se ele cumpre o que promete, ou se ele não passa de uma promessa que não será cumprida na íntegra.

 

 

 

O que o HTC Desire 22 Pro tem para oferecer?

O HTC Desire 22 Pro é pensado no metaverso por contar com suporte para as tecnologias de realidade virtual da própria HTC. E é aí que podem estar escondidos parte dos problemas desse dispositivo.

Para começo de conversa, a HTC não está nem perto de ser uma das empresas líderes de vendas de smartphones como foi em 2012. A sua cota de mercado é ridícula, e seu catálogo de telefones é minúsculo. Ou seja, sua representatividade no mercado é restrita, e todas as decisões tomadas ao longo dos últimos anos mostram como os seus executivos perderam o bonde da história.

Por outro lado, o seu foco nos dispositivos de realidade virtual através da plataforma Vive fez da empresa um dos principais protagonistas dentro desse segmento. Agora, a HTC quer aproveitar essa expertise para voltar a explorar o setor de smartphones (que é o mais lucrativo nesse momento dentro do universo tecnológico) aproveitando a onda do metaverso, que ainda não se desenvolveu, mas que pode ser relevante no futuro. E todo mundo sabe que a empresa que consegue largar na frente no destaque junto ao grande público consumidor acaba se tornando referência no mercado.

Com tudo isso em mente, o HTC Desire 22 Pro passa a integrar o ecossistema Vivese da HTC. Dessa forma, os usuários podem visitar as comunidades do metaverso utilizando os seus navegadores web e dispensando a necessidade de usar dispositivos de realidade virtual, o que torna (em teoria) o acesso a essa estrutura de dados mais acessível e viável para qualquer usuário.

Obviamente, o HTC Desire 22 Pro também é compatível com os dispositivos próprios da HTC, como o Vive Flow VR. Combinado com esse dispositivo, o usuário pode explorar experiências em ambientes especificamente preparados para esse tipo de interação, ver filmes e programas de TV ou executar programas em realidade virtual.

Tudo isso parece algo incrível. E na verdade, é incrível sim. De novo, não podemos ignorar o fato que a HTC desenvolveu um interessante ecossistema de realidade virtual nos últimos anos. O grande problema para nós brasileiros é que dificilmente teremos acesso a esses recursos. A não ser que todo mundo apele para a importação, e isso pode tornar a brincadeira um tanto quanto cara.

E no final das contas, o HTC Desire 22 Pro ainda é um smartphone para o dia a dia. O dispositivo conta com uma tela de 6.6 polegadas (1080 x 2412 pixels) com taxa de atualização de 120 Hz, processador Qualcomm Snapdragon 695 5G trabalhando com 8 GB de RAM e 128 GB de armazenamento, bateria de 4.520 mAh com carga reversa, câmera traseira com sensor triplo de 65 MP (principal) + 13 MP (ultra grande angular) + 5 MP (detecção de profundidade), além de sensor frontal de 32 MP para selfies.

Até aqui, tudo mais ou menos certo.

O HTC Desire 22 Pro é um telefone com configurações bem ajustadas, prometendo como diferencial a possibilidade de uso do dispositivo com recursos de realidade virtual e metaverso. Em outros tempos, essa proposta seria considerada inovadora o suficiente para receber um destaque ainda maior. Mas não parece ser este o caso, ou não é isso o que está acontecendo.

Então, é preciso entender o que está acontecendo aqui.

 

 

 

Por que o HTC Desire 22 Pro é decepcionante?

Porque, apesar da tentativa em inovar por apostar no metaverso, ele não é atraente o suficiente na prática.

Como já foi destacado antes neste artigo, o metaverso não é uma realidade neste momento. Ainda é uma aposta para o futuro, e ninguém sabe se ele será realmente relevante ou dominante como Mark Zuckerberg prega ou deseja. Aliás, o próprio Meta se deu conta recentemente que ainda não temos tecnologia boa o suficiente para que o universo metafísico se torne uma realidade, de modo que teremos que esperar mais um pouco para efetivamente descobrir o que essa nova forma de interação pode nos oferecer.

É claro que temos que esperar pela evolução do metaverso para fazer afirmações mais contundentes sobre ele. E dependemos da chegada de dispositivos compatíveis com ele para que essa evolução aconteça. Porém, ainda tem um longo caminho a ser percorrido para que a tecnologia alcance esse ponto de maturidade.

Dito isso, o lançamento do HTC Desire 22 Pro não se justifica, e decepciona mesmo na tentativa em ser inovador neste momento.

Sem o metaverso, o HTC Desire 22 Pro é apenas mais um telefone de linha média premium com design sóbrio, configurações ajustadas e um preço maior do que um produto com as mesmas características custa no mercado neste momento. O diferencial de ser compatível com os recursos de realidade virtual da empresa não é algo relevante, principalmente quando isso só se torna útil quando o cliente usa os dispositivos da própria empresa.

Quando o grande apelo comercial do HTC Desire 22 Pro chegar, o telefone estará descontinuado. E por causa disso (também) esse lançamento é decepcionante. Você compra um telefone para um metaverso que não existe. Logo, comprou um smartphone caro demais para o que oferece.

E se decidir ir além disso, está preso aos dispositivos de realidade virtual da própria HTC, sendo obrigado a pagar a mais para ter a experiência completa prometida pela marca.

Para mim, não faz muito sentido. Mas… o golpe está aí. Cai quem quer.

 

 

 

HTC Desire 22 Pro: quanto custa?

Se você pensa que pode comprar o HTC Desire 22 Pro de forma imediata, saiba que terá que viajar até Taiwan para isso e, ainda assim, esperar até 1 de julho para pagar US$ 404 por ele. Se você não está com tanta pressa assim, pode esperar pelo lançamento do dispositivo na Europa, algo que vai acontecer em agosto, e pagar 399 euros pelo dispositivo.

Para promover o lançamento do smartphone, a HTC decidiu ser inteligente e lançou uma promoção que permite ao consumidor comprar o HTC Desire 22 Pro e o dispositivo Vive Flow VR de forma combinada por um preço reduzido, o que é melhor que pagar o valor cheio por dois produtos para ter uma experiência completa com o produto.

Tá… agora, dê uma olhada no preço do Oculus Rift e outros dispositivos de realidade virtual.

De nada.


Compartilhe