O ano de 2024 está chegando ao fim, e uma das promessas que fizeram para nós é que a Inteligência Artificial (IA) iria desembarcar em nossos smartphones. E eu não sei você, mas passamos os últimos 12 meses vivendo de falsas promessas.
A grande maioria dos smartphones que chegaram ao mercado não contam com NPUs para o uso da IA da forma como prometeram. Apenas os telefones premium contam com os chatbots nativos. A grande maioria ainda usa o recurso via internet, com a ajuda de servidores na nuvem.
O que diabos aconteceu aqui? Por que eu só agora consegui substituir o Google Assistente pelo Gemini?
E será que tudo será diferente em 2025?
Expectativa vs Realidade
Todo mundo esperava que a IA iria escrever os e-mails sozinhos, jamais permitiriam que a gente perdesse um novo evento na agenda, ou que pudesse escrever o trabalho escolar de horas em poucos segundos.
Porém, como as IAs ainda não sabem o que é contexto e não conseguem realizar ações proativas, ainda somos obrigados a criar os prompts para fazer os memes das fotos da união entre o Faustão e a Selena Gomez. E não fomos muito além disso.
A experiência prática com as funções de IA em 2024 foi algo decepcionante. Os recursos disponíveis mais parecem demonstrações de uma tecnologia em desenvolvimento do que algo realmente útil.
Eu até uso a IA para facilitar a minha vida na hora de escrever artigos para o blog, mas ele só serve mais para resumir o conteúdo, mostrando a ideia central.
Com o tempo, voltei a escrever os textos palavra por palavra, pois a qualidade do conteúdo entregue era muito ruim.
Nem mesmo as tarefas mais simples, como tradução em tempo real de chamadas ou chats de texto, entregavam resultados satisfatórios. As falhas são constantes, e os memes são quase instantâneos.
E a Inteligência Artificial mais parece a burrice natural dos humanos. E aí, vou assumir a burrice e fazer eu mesmo.
Smartphones que prometeram e não cumpriram
Alguns dos principais lançamentos de smartphones em 2024 foram símbolos de falsas promessas na ideia de oferecer uma IA independente e eficiente.
Começando pela Samsung, com o Galaxy S24 e o seu Galaxy AI, que não trouxe nada de novo na experiência de uso.
Recursos com modificar e melhorar fotos ou traduções de conversas em tempo real são mais distrações do que inovações.
E os usuários pagaram caro para se decepcionarem com os resultados alcançados.
Já o Google Pixel 9 Pro recebeu o Gemini, com uma promessa de integração profunda da IA com o Android.
O modelo possui recursos mais úteis do que o Galaxy S24 na IA, mas ainda não estabeleceu uma conexão entre os diferentes recursos que usam o Gemini.
Da mesma forma que a Samsung, o Gemini no smartphone também parece muito mais um experimento do que uma realidade prática, mesmo sendo um pouco melhor.
Por fim, até a Apple fracassou com o Apple Intelligence no iPhone 16.
As funcionalidades iniciais são consideradas limitadas, e o cenário só deve mudar em 2025 com as atualizações.
Foi mais uma que prometeu e não cumpriu. E tudo fica mais confuso pelo fato de ter o Apple Intelligence e, ainda assim, ter a parceria com a OpenAI para contar com o ChatGPT nativo no sistema operacional.
Tim Cook é uma pessoa muito confusa.
Como estamos hoje?
Esperando pelo cumprimento das promessas.
Às vezes penso que nós, usuários de tecnologia, somos muito pacientes. Vamos esperar que, em 2025, todos os recursos de IA prometidos apareçam nos smartphones que chegarão ao mercado e nos modelos que apareceram em 2024.
Neste momento, há um debate sobre a possibilidade de estarmos diante de uma bolha de IA prestes a estourar, ou se o grande boom do setor finalmente vai acontecer.
A ambivalência de visões vai se refletir nos lançamentos de smartphones de 2025.
Várias barreiras técnicas, como autonomia de bateria, eficiência de processadores, RAM e armazenamento mais rápidos e NPUs eficientes, precisam ser superadas para que a integração da IA nos smartphones seja efetiva.
Ao mesmo tempo, as plataformas precisam ser mais intuitivas para atrair ao grande público consumidor, ou ao usuário comum que, neste momento, ainda tem medo do ChatGPT.
Em 2024, a IA no smartphone foi uma grande decepção. Só espero que 2025 seja menos 2024.
Estou cansado de ouvir as marcas gritando “LOBO”, e eu sair correndo, que nem um idiota, para encontrar o nada.
Pior: encontrar um amontoado de mentiras.