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Por que muitos desconfiam da HMD?

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A verdade é uma só: a HMD Global não fez muito esforço para ter os seus smartphones conhecidos ao redor do planeta. Aqui no Brasil, por exemplo: a marca fechou uma parceria com a Multi (finada Multilaser), e poucos dispositivos com a nova dona da Nokia vieram para cá.

A parceria entre HMD e Multi se encerrou no Brasil porque a primeira decidiu abandonar a marca Nokia nos smartphones, apostando apenas na nostalgia dos telefones básicos e revivals de modelos do passado para a marca finlandesa centenária.

Agora, existem os smartphones da HMD. E tanto aqui quanto lá fora, essa marca é vista com certo ceticismo, já que ainda é uma ilustre desconhecida de todos.

 

Uma breve reflexão

Antes de prosseguir no tema central do artigo, vale uma breve reflexão sobre os movimentos da HMD Global no mercado de telefonia móvel.

A empresa assumiu os direitos de uso comercial da marca Nokia após a Microsoft acabar com sua divisão de telefonia móvel apenas e tão somente para ficar com as patentes.

Nem mesmo o saudoso Windows Phone sobreviveu, e Satya Nadella se arrepende até hoje dessa decisão infeliz.

A HMD chegou a lançar alguns smartphones cheios de conexão com a Nokia do passado, investindo na nostalgia dos seus clientes.

Eram modelos que contavam com a confiabilidade e a durabilidade que todos admiravam nos telefones da marca finlandesa, mas com propostas e recursos atualizados.

E é muito estranho ver que a HMD desistiu da marca Nokia para investir tempo e recursos para consolidar a sua marca própria, que é apenas “mais uma” dentro do mercado de telefonia.

Pelo visto, eu não fui o único a não entender o que a HMD fez neste caso. Os clientes da marca também não entenderam, e começam a desconfiar se esses novos dispositivos vão entregar uma qualidade minimamente aceitável para justificar o investimento neles.

 

Muitos desconfiam da HMD porque…

Diversos clientes relatam insatisfação com atrasos nas entregas, problemas no atendimento ao cliente e falta de suporte para reparos.

Para uma empresa que já tem alguns anos de mercado, são falhas quase inadmissíveis. Ainda mais para uma HMD, que tinha o dever de carregar o legado da Nokia adiante.

Produtos com atraso nas entregas, um pós-venda problemático e dificuldades para consertar um dispositivo são três fortes motivos para que qualquer pessoa comece a desconfiar da HMD.

Até porque qualquer cliente merece respeito ao dinheiro investido.

E não são apenas os smartphones da marca que estão apresentando problemas. Celulares básicos e tablets também apresentaram anormalidades que resultaram nas reclamações dos itens mencionados nos relatos pela internet.

Chama a atenção o caso de um tablet que foi enviado para a assistência técnica da HMD, ficou por lá durante seis semanas e nenhum indício de reparo ou previsão de devolução com o problema resolvido.

Outros clientes destacam falhas como a entrega de aparelhos com bateria descarregada, mas que após a recarga completa podem funcionar sem maiores problemas.

Modelos básicos como o Nokia C22 e Nokia C32 estão travando e aquecendo abruptamente, e os dois modelos não entregam a quantidade de RAM informada pelo fabricante.

Ou seja, os indícios de que a HMD não conseguiu manter o padrão de qualidade da Nokia são inúmeros, o que reforça que a marca só se escorou na nostalgia, mas não na qualidade.

 

Nem tudo parece ser ruim na HMD…

Alguns usuários estão fazendo avaliações positivas sobre os produtos da HMD, principalmente os clientes que compram em lojas como a Amazon.

Esses compradores compartilham boas experiências com o processo de entrega e o desempenho de bateria com os dispositivos da HMD, o que pode indicar que não são todos os clientes que foram afetados ou prejudicados com os problemas apresentados.

Nesse sentido, os comentários positivos envolvem modelos mais potentes, como é o caso do Nokia XR20. Um usuário apenas reclamou da demora na entrega do produto, mas não tem nada a dizer de desfavorável sobre autonomia de bateria ou desempenho.

E tem aqueles que também compraram os modelos mais básicos da Nokia e reconhecem alguns pontos positivos nos dispositivos, principalmente na autonomia de bateria, que é naturalmente maior por serem modelos menos potentes.

Os clientes de modelos básicos da Nokia devem estar cientes das limitações técnicas e, dessa forma, precisam lidar com isso e aceitar que são telefones que apostam muito mias na relação custo-benefício do que na potência do telefone em si.

 

HMD: vale a pena?

A HMD está sim enfrentando críticas dos seus clientes, principalmente em relação ao suporte e à logística de entrega dos produtos.

Mas compreendo que essas reclamações estão diretamente relacionadas com o simples fato de a HMD ser uma empresa naturalmente menor que a grande maioria dos seus concorrentes dentro do setor de telefonia.

Talvez o Brasil sofra menos por isso porque tem (ou melhor, tinha) a Multi como parceira em nosso mercado. Logo, o brasileiro espera menos pelo produto e tem um suporte técnico maior.

De qualquer forma, os telefones da HMD ainda são vistos como opções interessantes para quem busca por produtos que entregam uma boa relação custo-benefício, com foco na autonomia de bateria.

Só não sei se a longo prazo a marca vale a pena com o fim da parceria com a Multi. Sinto que os clientes serão abandonados com o passar do tempo.


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