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Por que algumas marcas e produtos não contam com concorrência aparente?

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Leitor de eletrônicos é Kindle. Smartwatch é o Apple Watch. Buscador na web é o Google. E-commerce é a Amazon. Essas e outras marcas e produtos contam com domínio absoluto dentro dos seus segmentos, e aparentemente não contam com concorrência.

E isso, amigo leitor, é um problema enorme para todos nós.

 

 

 

Ter opções é algo importante

 

Ter a percepção que só existe a Amazon como única via para adquirir produtos no comércio eletrônico (já que faz isso muito bem, com bons preços e prazos de entrega muito reduzidos) é um problema que limita o poder de escolha da grande massa de usuários, matando a diversidade de alternativas e tirando a visibilidade para a concorrência.

Produtos e serviços com cotas de mercado assombrosas deixam os concorrentes com poucas chances de crescer. por outro lado, há quem defenda que todo empreendedor “de verdade” deve mirar o monopólio, evitando a todo custo a concorrência.

Tal mentalidade é perigosa, mas também é válida para muitos produtos que, por outro lado, evitam ser um monopólio de fato, mas sim complicar (e muito) a vida dos seus concorrentes. Quem tem um monopólio vai fazer todo mundo acreditar que está em um mercado incrivelmente competitivo, tal e como vimos a Microsoft vender essa ideia por anos.

 

 

 

E a culpa de tudo isso (em partes) é nossa

 

 

O Google Chrome não é líder no mercado de navegadores web por acaso. Ele é utilizado por duas a cada três pessoas do planeta, e a história mostra que lideranças são cíclicas. O Netscape tinha 80% de mercado em 1996, e no começo do novo milênio, o Internet Explorer superava os 90% de cota.

A maioria dos produtos contam com ciclos de vida e de domínio de mercado. O mais curioso aqui é que certos produtos dão a impressão que são imortais, mas não são. Quem viveu a época do Netscape jamais imaginou que ele seria destronado. Mas foi.

O mesmo pode acontecer com o Kindle, o iPad, a Amazon, o AirPods ou o buscador do Google. Todos contam com ótimas alternativas, mas ainda assim são líderes. Não porque são necessariamente melhores do que outros, mas sim pelo seu efeito em rede.

O consumo de uma pessoa influi diretamente na utilidade de outra: se todo mundo usa o WhatsApp, apps como Signal ou Telegram acabam com a vida complicada. Além disso, os ecossistemas impostos pelos fabricantes levam os usuários a comprar produtos que conversam melhor entre si. Ou seja, o iPhone é a desculpa para comprar AirPods, iPad, MacBook ou Apple TV.

O Google faz o mesmo: ter o Android dificulta a vida de quem não quer usar o Gmail, o Chrome, o Google Mapas e vários outros serviços da empresa.

Já outros fabricantes contam com a vida mais complicada, mesmo com serviços muito bons ou suficientemente bons. Ou bons o bastante para que os usuários aceitem a mudança. Às vezes o comodismo impede a mudança.

A Apple apresentou um marketing fantástico com o “Think Different”, mas no final das contas, fez todo mundo pensar igual, com os mesmos produtos. Pensar diferente no mundo de hoje é ter um smartphone Android da Samsung, um smartwatch da Xiaomi, um notebook da Dell e um Apple TV em casa.

É claro que produtos e serviços precisam ser bem feitos para triunfar, mas muito além disso, quem acaba definindo o mercado como ele é não são as empresas, mas os usuários.

Logo, a culpa do cenário atual também é nossa.

 


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