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Por que a Nintendo suspendeu a pré-venda do Switch 2 nos EUA (e não ao redor do mundo) após as tarifas de Donald Trump

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A pré-venda do Nintendo Switch 2 nos Estados Unidos, inicialmente prevista para 9 de abril de 2025, foi adiada, e o motivo todo mundo que está antenado sobre os últimos acontecimentos sabe muito bem qual é: a nova rodada de tarifas sobre importações anunciada por Donald Trump.

A medida, que impõe uma taxa de até 24% para produtos vindos do Japão e até 46% para o Vietnã, colocou a Nintendo em alerta. A empresa decidiu segurar os pedidos antecipados para reavaliar o cenário econômico e seu impacto sobre o console.

Não demorou nem 48 horas para que a Nintendo apertasse o freio no lançamento do Switch 2, antes que tudo saísse do controle. Vamos entender melhor qual é o cenário, pois certamente a decisão vai afetar o preço e as vendas do novo console no Brasil.

 

Estratégia ajustada, mas lançamento mantido

Apesar da mudança nos planos de pré-venda, o lançamento oficial do Switch 2 permanece marcado para 5 de junho de 2025. Segundo comunicado enviado ao The Verge e ao Polygon, a Nintendo está monitorando as flutuações do mercado e o impacto potencial das tarifas antes de definir uma nova data para reabrir as reservas nos EUA.

Fora dos Estados Unidos, no entanto, o cronograma segue inalterado. Em países como Espanha e Brasil, a pré-venda continua prevista para as datas originais, e o lançamento global ocorrerá simultaneamente.

 

Tarifas devem afetar preço final do console

O Switch 2 foi anunciado por US$ 449, um valor que já provocou reações da comunidade gamer. E a situação pode piorar: se as tarifas forem repassadas integralmente ao consumidor, o preço do console e de seus acessórios poderá subir significativamente no mercado norte-americano.

Além disso, os jogos também não escapam da polêmica. Já com valores entre US$ 69,99 e US$ 79,99, há previsões de que possam ultrapassar os US$ 90. Esse cenário tende a acirrar as críticas ao novo posicionamento de preços da Nintendo, especialmente em um ambiente cada vez mais sensível a custos.

 

Produção exposta à guerra comercial

Boa parte da produção da Nintendo ainda está concentrada na China, embora a empresa já tenha transferido parte das operações para o Vietnã — países diretamente impactados pelas novas tarifas dos EUA. Enquanto a China enfrenta uma tarifa de 34%, o Vietnã, novo polo de montagem da marca japonesa, será atingido por uma tarifa ainda mais agressiva: 46%.

A Nintendo não está sozinha. Gigantes como Apple e Samsung também correm para reestruturar suas cadeias de produção e reduzir os impactos de tarifas semelhantes. Porém, na prática, esses custos geralmente acabam nas mãos do consumidor, como alerta a Tax Foundation.

 

O contexto político por trás da decisão

O anúncio do aumento das tarifas por Trump ocorreu no mesmo dia em que a Nintendo revelou o Switch 2 ao mundo. A medida faz parte de um pacote de “tarifas recíprocas” voltadas a dezenas de países, sob o pretexto de equilibrar as relações comerciais dos EUA.

A decisão pegou o setor de tecnologia de surpresa e causou reações imediatas. Fabricantes de jogos, empresas de eletrônicos e até montadoras já classificam o cenário como “um desastre de proporções épicas”. Para a Nintendo, o impacto é direto e imediato: repensar toda a estratégia de lançamento de um dos produtos mais aguardados do ano.

 

Expectativa alta, mas cenário incerto

Mesmo sem pré-venda ativa nos EUA, a demanda pelo Switch 2 continua elevada. O console traz novidades importantes, como uma tela maior de 7,9 polegadas em 1080p, 256 GB de armazenamento interno e novos recursos para comunicação durante os jogos — como o botão “C” para bate-papos no game.

Nos bastidores, a Nintendo cogita permitir pré-vendas diretas a partir de convites enviados a usuários selecionados, mas essa iniciativa ainda não foi confirmada.

A Nintendo busca evitar riscos e garantir estabilidade antes de iniciar as vendas antecipadas do Switch 2 nos EUA. O jogo político de Washington acabou impactando diretamente o cronograma da empresa japonesa, que agora precisa agir com cautela para não comprometer o sucesso de seu novo console.

O mercado de games, já pressionado por preços altos, entra em compasso de espera — e tudo depende dos próximos movimentos da Nintendo e do governo dos EUA.

 

Via The Verge, PolygonEngadget


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