Press "Enter" to skip to content
Você está em | Home | TV Por Assinatura e Streaming | Por que a final da UEFA Champions League será um desafio para as operadoras de telefonia e internet (inclusive aqui no Brasil)

Por que a final da UEFA Champions League será um desafio para as operadoras de telefonia e internet (inclusive aqui no Brasil)

Compartilhe

Chegamos na semana da final da UEFA Champions League, a final do campeonato europeu de futebol e um dos eventos esportivos mais importantes da temporada. O jogo entre Real Madrid e Borussia Dortmund será realizado no próximo sábado, 1 de junho, em Londres.

O evento também é encarado como um enorme desafio logístico e tecnológico para a cidade anfitriã e para todo o setor de telecomunicações ao redor do planeta. Aqui no Brasil, muitos se perguntam se o Max (serviço de streaming que detém os direitos de transmissão, via TNT) e demais operadoras que transmitem o sinal de TV paga pela internet vão dar conta da demanda dos fãs de futebol.

Vamos entender como será o impacto da final da UEFA Champions League na internet e no streaming, pois este artigo pode ser a explicação caso tudo dê errado na hora do jogo (sinceramente… eu torço para estar errado dessa vez…).

 

O problema na Europa

Os grandes eventos esportivos, como é o caso da final da UEFA Champions League, normalmente causam picos de tráfego de dados substanciais. Nas partidas anteriores da competição, foi registrado um aumento de até 25% no tráfego de dados, especialmente no início dos jogos, que é quando os torcedores enviam mais fotos e vídeos para as redes sociais.

Algo absolutamente normal na era das redes sociais e comunicadores instantâneos. E não necessariamente você precisa estar no estádio para compartilhar o conteúdo nas redes: muitos torcedores que estavam assistindo aos jogos das semifinais da Champions enviaram conteúdos de casa, a partir de capturas do que era exibido na tela da TV ou do smartphone.

Durante o jogo de ida entre Bayern de Munique e Real Madrid na fase semifinal da competição, a operadora O₂ na Alemanha registrou um aumento de 50% no uso de dados em comparação com a mesma hora na véspera de Ano Novo, um dos maiores picos de consumo do ano.

No Allianz Arena, o pico de uso de dados ocorreu no início do jogo, com 42% do tráfego sendo utilizado para upload de vídeos e fotos. Em Madrid, durante o jogo de volta, o tráfego aumentou 3,5% em relação aos dias anteriores, com um pico de 12% entre 21:00 e 22:00 (horário local).

E isso porque não estamos levando em consideração o consumo de volume de dados com o streaming do jogo, que é muito maior pelo simples fato de ser a reprodução de vídeo de um evento ao vivo.

Logo, é fácil entender que a tarefa das operadoras é complexa. Dar conta de tanta demanda de dados vai exigir uma robustez tecnológica enorme.

 

Como as operadoras europeias estão se preparando

As principais operadoras de internet e telefonia europeias estão utilizando análises detalhadas das últimas partidas e, com esses dados, preparam suas infraestruturas para garantir (ou pelo menos tentar) que suas redes suportem o aumento temporário e repentino no uso dos dados.

As estratégias mais utilizadas nesse caso são a alocação de largura de banda adicional e o monitoramento do tráfego em tempo real para responder em tempo aos imprevistos do cenário.

E é uma tarefa bem complicada para países menores como são os casos de Espanha e Alemanha. Que dirá no Brasil, um país com dimensões continentais.

Transmissões de eventos como a final da UEFA Champions League são assistidas por milhões de pessoas ao redor do mundo, causando um impacto global no tráfego de dados pela internet. E o Brasil já tem o seu próprio histórico de problemas em cenários como esse, inclusive em competições que são menores que a final do futebol europeu.

Um caso clássico foi o da Claro TV+, que não deu conta do volume de acessos com a final da Copa Sul-Americana em um passado não muito distante. E neste momento, o serviço está enfrentando um bloqueio absurdo de sinal aqui em Florianópolis por causa de um conflito de canais (mas quero falar sobre isso em um momento oportuno).

Não podemos encarar a final da Champions League como um evento qualquer. É uma decisão que atrai o interesse do mundo inteiro, e é uma prévia do que as operadoras deverão enfrentar na final da Eurocopa e durante os eventos de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Paris.

Vai ser interessante ver o contorcionismo das operadoras para dar conta de tanta demanda de internet em um curto espaço de tempo.


Compartilhe