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Por que a Copa do Mundo FIFA Feminina na Netflix é mais um prego no caixão da TV por assinatura

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A Netflix anunciou a aquisição dos direitos de transmissão nos EUA para as Copas do Mundo Feminina da FIFA de 2027 e 2031.

A parceria é mais um passo a favor do crescimento do futebol feminino e, ao mesmo tempo, a continuidade da estratégia de expansão de programação esportiva da plataforma de streaming.

Este é o primeiro contrato da Netflix que abrange a transmissão completa de uma grande competição esportiva dentro da plataforma. Antes, apenas eventos de demonstração ou jogos pontuais de esportes localizados fizeram parte de sua programação.

E a Netflix aproveita o momento de crescente interesse no futebol feminino para estabelecer uma parceria com a FIFA, que considera o acordo um marco para o esporte.

 

Isso interessa aos brasileiros

A Copa do Mundo de 2027 será realizada no Brasil, entre os dias 24 de junho a 25 de julho, enquanto a edição de 2031 ainda não tem um país anfitrião definido. E é aqui que a Netflix fez o movimento correto nos aspectos comerciais.

Além de já garantir uma enorme audiência no seu mercado doméstico (Estados Unidos, um país que tem forte tradição no futebol feminino), a Netflix aponta também para o Brasil, país sede do torneio, e com uma população que está aprendendo a apreciar as mulheres em campo.

A Netflix planeja oferecer transmissões ao vivo em inglês e espanhol, além de criar uma cobertura abrangente que incluirá programas de estúdio e conteúdos adicionais.

É de se esperar que a plataforma de streaming faça o mesmo tratamento localizado para a audiência brasileira, mas nada foi dito sobre o assunto até agora.

Além das transmissões ao vivo, a Netflix produzirá séries documentais exclusivas que destacarão as trajetórias das principais jogadoras e o crescimento do futebol feminino globalmente.

Não é difícil imaginar que o número de assinantes na Netflix tende a crescer por aqui, caso a plataforma de streaming tenha adquirido os direitos da competição no Brasil.

Tudo leva a crer que sim, pois este acordo tende a ser global.

 

Um desafio logístico para a Netflix

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, elogiou o acordo como um passo crucial para aumentar o perfil do futebol feminino globalmente. Ele destacou o potencial dessa parceria para elevar a visibilidade e o valor do esporte entre os fãs.

A Copa do Mundo envolverá um mês inteiro de competição com 32 seleções, representando um grande teste para a infraestrutura ao vivo da Netflix.

A empresa já fez experiências anteriores com eventos esportivos menores que não foram tão bem-sucedidos assim, como foi o caso da transmissão da luta entre Jake Paul e Mike Tyson.

A mesma Netflix terá mais uma chance de mostrar que está evoluindo nas transmissões esportivas globais. Em 25 de dezembro, vai transmitir os jogos de Natal da NFL, com direito a show do intervalo com a Beyoncé em um dos jogos.

A Copa do Mundo FIFA Feminina Brasil 2027 será, de longe, o maior desafio da Netflix nas transmissões ao vivo.

Mas se tudo der certo para a empresa, ela reforça de vez que “mudou de ideia”, apostando com tudo nos eventos esportivos ao vivo para aumentar a sua audiência.

 

Uma tendência no streaming

O movimento da Netflix se alinha a uma tendência crescente entre plataformas de streaming que buscam expandir suas ofertas com eventos ao vivo.

Concorrentes como Apple e Amazon também estão investindo em direitos esportivos, refletindo uma mudança no consumo de mídia onde os esportes ao vivo são vistos como uma nova fronteira para engajamento e retenção de assinantes.

A Apple já tem a MLS, inclusive com Messi como um efetivo “garoto propaganda”. A Amazon já transmite a NBA e o futebol brasileiro por aqui. E o Max tem nas mãos a UEFA Champions League.

E isso porque não estou falando da Disney, que tem nas mãos a ESPN (que, lá fora, tem streaming próprio) e até mesmo do Globoplay, que pode deixar o Premiere e os canais Sportv exclusivos na sua plataforma online no futuro.

Se tudo sair como o planejado, todos os lados envolvidos saem ganhando nessa parceria.

A Netflix amplia a sua base de assinantes, se posicionando como uma plataforma de streaming também focada para os esportes.

A FIFA consegue a expansão global do futebol feminino, um desafio que se torna mais fácil quando a principal plataforma de streaming do planeta transmite o torneio.

E a TV por assinatura tradicional, tal e como conhecemos, recebe mais um prego no seu caixão, pois é mais um conteúdo esportivo a menos para esse serviço.

Para mim, é um cenário de mudança que não tem mais volta. O fim da TV a cabo é uma questão de tempo. E a Copa do Mundo Feminina na Netflix é apenas mais um capítulo de uma história que todo mundo já sabe como vai terminar.

 

Via The Verge, Netflix


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