Você está em | Home | Notícias | Por que a Apple não sofre da “febre do centro de dados”

Por que a Apple não sofre da “febre do centro de dados”

Compartilhe

As grandes empresas de tecnologia como Amazon, Microsoft, Google e Meta, planejam investir pilhas de dinheiro em inteligência artificial em 2025. Juntas, a quantia seria de US$ 320 bilhões (R$ 1.85 trilhão) só no segmento de IA.

É mais dinheiro que no ano anterior (US$ 246 bilhões), o que mostra que aparentemente nenhuma delas aprendeu nada com o DeepSeek. E os investidores que se virem para arranjar tanto dinheiro.

Quem mais vai gastar dinheiro em 2025 com IA, data centers e processadores dedicados é a Amazon, que projeta mais de US$ 100 bilhões em investimentos, seguida pela Microsoft com US$ 80 bilhões e o Google com US$ 75 bilhões.

Tudo isso, em nome da computação na nuvem.

Mas… e a Apple?

A Apple, como sempre, adora ser diferente.

 

Para a Apple, outra rota

A Apple planeja manter seu capex (despesas de capital) para 2025 quase estável, na casa dos US$ 12 bilhões. Comparando com as demais Big Techs, é um nada.

Isso sugere que a Apple está (muito provavelmente) focada em outras áreas de crescimento, ou se mantém mais cautelosa em implementar a IA nos seus produtos e serviços.

Vai ver a Apple está realmente com medo de não ver o retorno financeiro que as demais colegas apostam que virão.

Os investimentos pesados das Big Techs são fortemente influenciados pelo comportamento do mercado de ações, e bem sabemos como isso pode ser algo volátil e temperamental.

A apresentação de resultados financeiros e as previsões de curto prazo geraram uma espécie de efeito de contágio, impulsionando as empresas a investirem pesadamente em data centers para evitar a punição dos acionistas.

O problema é que a DeepSeek plantou a pergunta na cabeça de todo mundo: precisa investir tanto para desenvolver uma boa plataforma de Inteligência Artificial?

 

O “efeito DeepSeek”

Alguns analistas questionam se esses investimentos bilionários trarão um diferencial competitivo real ou apenas diminuirão os lucros destinados aos acionistas no curto prazo.

A preocupação reside na eficiência do investimento, e se ele garantirá vantagens competitivas de longo prazo para as empresas.

O exemplo do DeepSeek, mesmo que os gastos totais no processo do aprendizado de IA não sejam de apenas US$ 5.5 milhões, pode ser replicado por outras empresas.

Logo, é mais do que natural que todo o mercado (principalmente os investidores) comece a se perguntar se é realmente necessário gastar tanto dinheiro no desenvolvimento desse tipo de plataforma.

Enquanto isso, algumas empresas podem sair ganhando com todo esse movimento

A NVIDIA, como fornecedora líder de unidades de processamento gráfico (GPUs) para IA, é apontada como a grande beneficiária desses investimentos colossais das Big Techs.

Com a crescente demanda por chips de IA, a NVIDIA está bem posicionada para receber uma parcela significativa dos gastos das grandes empresas em infraestrutura de IA.

Isso é, se os investidores não mudarem de ideia e não exigirem que as empresas clonem o modelo de negócio da China.

Estima-se que o capex da NVIDIA para o ano fiscal de 2025 seja de cerca de US$ 3 bilhões, um aumento expressivo em relação aos US$ 1 bilhão em 2024.

A única que pode embaçar o rolê de todo mundo (e acredito que a Apple já olhou para este cenário) é a DeepSeek.

A ascensão da plataforma de código aberto chinesa tirou o sono de muitas gigantes de tecnologia, o que resultou (inclusive) na venda em massa de ações de algumas dessas empresas.

A competição com a DeepSeek pode influenciar as estratégias de investimento das Big Techs, e todo mundo pode ser obrigado a buscar soluções mais eficientes e acessíveis em médio e longo prazos.

Com alguma sorte, o barateamento dos custos de inteligência artificial deve levar a uma maior demanda por produtos de IA, democratizando o setor.

Tudo vai depender do altruísmo das Big Techs. Se vão abrir mão do lucro e investimentos obscenos pelo bem comum.

Enquanto isso, a Apple só observa. Calmamente.

Tal e como fez em outras oportunidades.


Compartilhe