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Por que a Apple “não se casou” com a OpenAI

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Sam Altman e Tim Cook possuem personalidades muito diferentes, e eu não consigo imaginar essas pessoas juntas em relações comerciais. Por isso, a Apple optou estrategicamente por não investir na OpenAI, apesar da parceria estabelecida entre as duas empresas.

E o motivo para isso acontecer é bem claro: a Apple morre de medo de mandar o recado errado para os seus usuários, e não quer ter a sua imagem associada à possibilidade de comprometer a privacidade e os dados dos seus usuários.

E tudo o que a Apple não quer neste momento é queimar o seu filme com um casamento de conveniência com a OpenAI.

Ainda mais com “essa” OpenAI.

 

A Apple é “certinha demais”…

Gostem os puristas ou não, Tim Cook possui um legado consolidado na Apple, e a empresa é, hoje, a sua cara. O que tem pontos positivos e negativos.

A Apple de hoje é estável, cautelosa e até previsível. Exatamente do jeito que Tim Cook é.

E é uma Apple completamente diferente da OpenAI e de Sam Altman, onde todos nós testemunhamos a volatilidade de liderança e a inconstância de decisões e comportamentos.

Ou você já se esqueceu de toda a novela que foi a tentativa de exclusão de Altman do comando da OpenAI (e só agora entendemos melhor por que tudo aquilo aconteceu)?

Mas o que realmente separa esses dois mundos é mesmo a pauta de privacidade, e os modelos de IA (de um modo geral) não se encaixa com a visão da Apple no processo de coleta e manipulação dos dados dos usuários.

Já são vários os processos contra empresas de IA pelo uso indevido de dados para treinamento de suas plataformas, o que passa longe de combinar com todo o discurso que a Apple pregou até hoje sobre a privacidade dos usuários.

 

“Privacidade é um direito humano fundamental”

Foi o que Tim Cook disse em 2018, e esse discurso não pode ser quebrado. E essa parceria com a OpenAI que já temos hoje é sim uma forma de arriscar a autenticidade dessa fala.

Em 13 anos da “era Tim Cook”, a Apple passou a correr muito menos riscos para sempre se manter no terreno seguro, melhorando o que já tem, mas sem inovar tanto.

A ponto de ser acusada de continuísta e conservadora demais aos olhos daqueles que sentem falta de Steve Jobs até hoje.

Por outro lado, as IAs generativas representam neste momento a maior inovação tecnológica dos últimos anos, e a OpenAI está totalmente alinhada com a visão e personalidade de Sam Altman: se mover rapidamente, com mudanças bruscas durante a jornada.

A Microsoft optou por entrar de cabeça no mercado de Inteligência Artificial, a ponto de ser uma das investidoras da OpenAI. E, ainda assim, já flerta com o divórcio com Sam Altman.

A Amazon também fez um grande investimento na Anthropic, e o Google chegou a flertar com a ruptura com o seu próprio legada para integrar a Gemini nos seus mecanismos de busca.

Já a Apple repete o comportamento de Tim Cook: respira fundo e espera, apostando em um desenvolvimento gradual da IA como um todo.

Mesmo que esse comportamento deixe a Apple muito para trás nessa corrida pela empresa de referência na Inteligência Artificial junto ao grande público.


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