Como evitar o reconhecimento facial automático (AFR)? Um especialista em tecnologia encontrou uma forma de enganar esses sistemas: pintar o seu rosto de palhaço.
A descoberta aconteceu quase que por acidente. Os fãs do grupo de hip-hop Insane Clown Posse costumam aplicar maquiagens que alteram os rostos, e os sistemas de reconhecimento facial ficam loucos com tal técnica.
O sistema de reconhecimento facial automático se baseia nas distâncias de diferentes pontos considerados essenciais no rosto. A maquiagem distorcem esses pontos, e os algoritmos de reconhecimento buscam padrões tradicionais de sombra-celhas, nariz, boca ou barba, e falham nessa tentativa.
O problema é que todo mundo teria que sair pintado de palhaço nas ruas para evitar um reconhecimento automático coletivo.
É estimado que o FBI já conta com uma base de dados com aproximadamente a metade dos rostos de toda a população dos EUA, coletando as imagens em prisões, fotos para passaportes e a base de dados de motoristas norte-americanos.
Essa grande quantidade de informação não garante a precisão dos sistemas, que podem falhar ao identificar os rostos de pessoas da raça negra, o que, segundo alguns estudos, faz com que os afro-americanos sejam preços três vezes mais do que os brancos, para melhor alimentar a suposta base de dados.
É uma tecnologia interessante para as autoridades, mas mais uma vez abre o debate entre privacidade e segurança. Mesmo que a maquiagem engane a maioria dos sistemas, é provável que, com o tempo, os algoritmos serão treinados para superar esse obstáculo.