O aumento da popularidade das apostas de jogos de azar no Brasil é evidente, com 68% da população participando ativamente de alguma forma de jogo. Os dados alarmantes foram levantados através de uma pesquisa comandada pela empresa especializada Hibou.
O fenômeno é uma mudança cultural com relevante impacto econômico, que merece uma análise aprofundada sobre suas implicações sociais e financeiras.
Conduzida entre 07 e 09 de agosto de 2024, com 2.839 brasileiros de todas as classes sociais, o estudo é uma importante fotografia do coletivo brasileiro que está ativamente envolvido com algum tipo de jogo de azar, mostrando a real necessidade de providências sobre o assunto.
As preferências dos brasileiros nas apostas esportivas
A pesquisa destaca a loteria como a modalidade mais popular, com 47% dos entrevistados optando por ela.
A tradição da loteria no Brasil é forte, e muitos veem nela uma oportunidade de transformação de vida, o que pode ser explorado em um contexto mais amplo, incluindo a análise de outras modalidades como rifas e apostas esportivas.
Um dado alarmante é que 53% dos apostadores brasileiros já gastaram mais do que ganharam, e 16% enfrentaram problemas financeiros devido às apostas.
Aqui, está ilustrada a real necessidade em programas de educação financeira, e a conscientização sobre os riscos associados ao jogo.
A influência da publicidade e dos influenciadores
A pesquisa revela que 42% dos apostadores são impactados por propagandas na TV, enquanto 19% são influenciados por figuras públicas.
A análise do papel da publicidade e dos influenciadores no comportamento dos apostadores é importante para entender como as empresas de apostas atraem novos clientes e mantêm os existentes.
O setor segue em ascensão no Brasil, com investimentos de publicidade cada vez maiores em áreas como patrocínios de times de futebol, o que influencia diretamente na decisão do usuário em seguir apostando.
Além disso, a recomendação de amigos acaba atuando como uma estratégia de marketing indireto das plataformas, mesmo que de forma “inconsciente”.
Sobre o fenômeno do “Jogo do Tigrinho”
O chamado “Jogo do Tigrinho” se destaca como o favorito entre os cassinos online, com 69% de preferência entre os jogadores.
A popularidade deste jogo pode ser analisada em termos de design, usabilidade e o que o torna atraente para os apostadores, além das preocupações sobre vícios e controle financeiro.
A pesquisa mostra que 50% dos apostadores definem um limite financeiro mensal, enquanto 36% não têm limites nos valores apostados.
E é aqui que a necessidade de regulamentação no setor de apostas se materializa em resultados práticos a favor dos apostadores.
Neste momento, as casas de apostas não assumem qualquer tipo de responsabilidade sobre os prejuízos que os usuários podem ter nas casas de apostas.
Pela ausência de regulamentação ou legislação sobre o assunto, todos os prejuízos são de responsabilidade exclusiva do apostador que, em muitos casos, é refém dos vícios.
Os 32% de brasileiros que não apostam citam desconfiança e falta de dinheiro como principais razões para ficarem de fora do fenômeno.
Por fim, a pesquisa indica que 73% dos não-apostadores acreditam que as empresas de jogos devem pagar mais impostos, e 39% acham que a legalização e regulamentação do jogo traria mais segurança para quem aposta.