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Os problemas dos patinetes elétricos compartilhados

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Eu acho a ideia dos patinetes elétricos algo sensacional. De verdade. E não é nem pelo fato de viver em um momento da minha vida onde eu voltei a dar ênfase e valor para os meios de transporte alternativos (eu sou um ser humano bem melhor com a minha bicicleta elétrica), mas principalmente porque eu vivo em uma cidade que precisa abraçar de vez essas soluções.

Florianópolis (SC) tem carros demais nas ruas, e algumas pessoas que simplesmente não se importam com outros meios de transporte, pois entendem que tem o direito de usar os seus caros carros de forma exclusiva nas ruas. Para o desespero dessas pessoas, aos poucos está se desenvolvendo na cidade um replanejamento pensado na mobilidade urbana. E o resultado disso é um maior número de ciclovias e ciclofaixas.

A cidade agradece. E eu também.

Por isso, eu naturalmente me torno um defensor dos patinetes elétricos. É prático, é sustentável, ajuda no deslocamento e é funcional. Entendo que é preciso sim criar toda uma legislação para que as mesmas andem de forma mais livre e consciente pelas ruas, além de uma educação do coletivo para respeitar o próximo em um trânsito compartilhado.

Porém… sempre tem um porém…

Os serviços de patinete elétrico compartilhado, que estão dentro do meu pacote de elogios para os serviços de mobilidade, podem ter algumas pedras no caminho.

 

 

Para começar, o sistema ‘dockless’, que autoriza os usuários a abandonar o veículo em qualquer lugar, funciona bem para comunidades bem educadas a isso. O que eu vejo aqui em Floripa são as pessoas deixando o veículo em qualquer lugar, atrapalhando a via dos pedestres. Algo que vai contra as normas de uso da Grin e da Yellow (as duas empresas que fornecem o serviço na cidade).

Sem falar que é difícil de acreditar que esses veículos duram muito tempo com vida útil. Tudo bem, a manutenção é feita todos os dias. Mas haja peças de reposição quando temos uma cidade com ruas cheias de buracos e imperfeições, e alguns usuários mais propensos a depredar do que a conservar o item que está utilizando.

Além disso, o serviço de patinetes elétricos compartilhados é relativamente caro. O preço cobrado para um deslocamento curto sai quase a mesma coisa de ir de Uber, e gastando um tempo menor. Pode até valer naquelas horas de correria e, ainda assim, para andar no plano, na ciclovia ou ciclofaixa. E, dependendo do lugar, você não consegue andar.

Fora isso, os preços cobrados pelo serviço são salgados e não muito vantajosos. Tudo bem, você tem uma maior liberdade de deslocamento e não fica preso no trânsito. Mas a relação custo/benefício acaba não se pagando, se comparando com outras soluções de deslocamento.

Por isso, os serviços de patinete elétrico compartilhado precisam rever os seus conceitos e estratégias no Brasil. Se lá fora alguns dos detalhes que eu abordei nesse post começam a ser observados com maior ênfase, que dirá por aqui, onde a proposta ainda está engatinhando.

Mesmo assim, deixo o registro que o tal patinete elétrico, para desespero dos motoristas almofadinhas, já pegou. E é um caminho sem volta.


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