VPN.
Essa é uma sigla “mágica” para muita gente, pois pode quebrar uma máxima contraditória que venderam para nós ao longo de pelo menos duas décadas de vida conectada: a internet não tem fronteiras.
Errado. Tem fronteiras, sim. Várias. E, em alguns casos, tem barreiras, bloqueios e até muros de fogo.
Você até pode navegar de forma livre pela internet, acessando vários sites, ferramentas e serviços. Porém, em algumas situações específicas, você fica limitado ao acesso de um conteúdo regionalizado, que não está disponível no Brasil, pelos mais diversos motivos. E isso acontece porque governos, provedores e plataformas de conteúdo sabem que você é um “visitante”, um “estrangeiro” ou um “imigrante” que está tentando acessar conteúdos daquele país.
O caso mais clássico disso é o da Netflix.
O serviço de streaming não oferece o mesmo conteúdo em todos os países do mundo. Cada país tem um acordo específico para a distribuição de conteúdo dentro da plataforma (o que torna a plataforma fascinantemente complexa), e muitos usuários procuram um serviço de VPN para acessar a esses conteúdos nas versões internacionais da Netflix.
O mesmo uso da VPN pode ser aplicado para a compra de jogos e outros conteúdos no Xbox Live. Algumas promoções disponíveis lá fora não estão habilitadas por aqui, e para quem possui uma conta internacional, o procedimento pode garantir descontos exclusivos.
Não vou ficar questionando sobre a legalidade disso, mas é fato que a VPN está aí e muitas pessoas usam tal recurso para essas e outras finalidades.
Porém, o problema é quando utilizamos uma VPN gratuita, já que nem tudo o que é de graça é algo tão bom assim.
VPNs gratuitas podem ser problemáticas
A maioria dos serviços de VPN disponíveis são privados e pagos, o que garante uma maior confiabilidade e qualidade final do serviço. Porém, existem as VPNs gratuitas na internet, que também oferecem o anonimato na navegação, acesso aos conteúdos bloqueados regionalmente e a promessa de manter seus dados e as buscas realizadas “seguras”, da mesma forma que os serviços pagos.
Será mesmo?
Se você realmente quer usar uma VPN gratuita, precisa antes saber alguns aspectos que merecem a sua atenção, pois tais plataformas podem ser perigosas para os seus dados e dispositivos quando não contam com a tal qualidade prometida.
A coisa mais importante que você precisa saber sobre esse tema (e sobre qualquer coisa para a vida, olhando em um sentido mais amplo) é: não existe almoço grátis. Para nada!
Ninguém oferece um serviço de VPN gratuita sem obter nada em troca. Logo, a tal promessa de anonimato e acesso aos sites restritos podem ser um convite para ser passado para trás, com um roubo de sua privacidade e dos seus dados. Um recente estudo realizado pela Softonic (site especializado em downloads gratuitos) informa que, de 238 plataformas de VPNs, 38% delas estavam infectadas com malwares.
Ou seja, procure ser o mais criterioso possível na hora de escolher uma plataforma de VPN gratuita. Ou deixe de ser pão duro e pague por uma VPN decente (tá, eu sei que muitos de vocês que estão lendo esse post não podem pagar por esse serviço, mas acho que vale a pena fazer um esforço, pois o roubo dos seus dados e da sua privacidade podem representar um prejuízo ainda maior a longo prazo).
Os problemas que podem acontecer
– Seus dispositivos podem ser sequestrados por hackers via malwares.
– Essas VPNs guardam registros de sua atividade na internet.
– São pouco confiáveis para acessar conteúdos bloqueados por geolocalização.
– Tem muitos anúncios, o que deixa os dispositivos mais lentos.
– Podem vender a largura de sua banda de internet, envolvendo você em atos ilícitos sem o seu conhecimento.