Existe uma corrida entre os fabricantes de smartphones para entregar um smartphone que conte com a maior autonomia de bateria possível e, ao mesmo tempo (se possível), a recarga mais rápida possível deste componente. Porém, não podemos ignorar que esses aspectos combinados podem entregar efeitos colaterais sérios ao dispositivo.
Neste ponto, chegou a hora de mostrar de forma mais clara quais são os efeitos da tecnologia de recarga ultrarrápida de bateria nos smartphones, pois para muitos usuários a questão da degradação da bateria com o passar do tempo é algo que precisa ser evitado a todo custo.
A pressa pode ser inimiga do smartphone neste caso
Carregar uma bateria de 2.500 mAh é algo bem diferente do que carregar uma bateria de 6.000 mAh. Dependendo da velocidade do carregador, o processo pode levar muitas horas, deixando a impressão que essa recarga pode ser uma experiência torturante e interminável.
Por isso, as tecnologias de recarga rápida são necessárias, por mais que os efeitos colaterais sejam sentidos. É melhor você aceitar a realidade que a bateria do seu smartphone vai recarregar 100% em no máximo uma hora e perder a sua vida útil com o passar do tempo do que ter que esperar várias horas para esse processo acontecer.
O problema é que, em um curto espaço de tempo, os carregadores que antes eram de 18W hoje podem chegar nos 200W ou mais. Algo surreal, mesmo considerando todo o avanço tecnológico que testemunhamos nos últimos anos.
Uma coisa que não pode ser ignorada (pois é uma verdade inescapável) é que a recarga rápida pode e vai danificar a bateria em um tempo muito menor do que o processo de recarga em tempo normal. Afinal de contas, você está colocando mais energia em menos tempo, e a bateria vai pagar o preço desse processo.
Vamos pegar como exemplo o Xiaomi 11T Pro, que vai chegar ao mercado com uma recarga de 120W via cabo. Como os usuários estão preocupados com essa degradação, a empresa já explicou que os usuários poderão esperar uma capacidade de bateria de pelo menos 80% depois de 800 ciclos de recarga (ou aproximadamente dois anos de uso).
Pode não parecer muita coisa, mas na prática, perder apenas 20% da capacidade total da bateria do smartphone em apenas dois anos é pouco. É a média de perda de autonomia de bateria registrada pela grande maioria dos telefones disponíveis no mercado, e no caso do Xiaomi 11T Pro, este é um dispositivo de alto desempenho, o que naturalmente exige mais da bateria.
Então.. o que fazer para evitar a degradação da bateria?
A Xiaomi repete o conselho de vários outros especialistas em tecnologia. Quando você deixar o smartphone carregando durante a sua sagrada noite de sono, deixe o dispositivo conectado em um carregador lento, justamente para preservar a vida útil da bateria a longo prazo.
É uma relação matemática, praticamente: um carregador por cabo de 65W faz com que a bateria do dispositivo só perca 9% de sua capacidade depois de 800 ciclos de recarga. Agora, imagine o que um carregador de 18W pode fazer pelo seu telefone? É só fazer as contas.
No final das contas, o senso comum pode ser decisivo para ajudar a manter a vida útil da bateria dos smartphones. Isso, e o saber usar o carregador rápido quando você realmente precisa: naqueles minutos de pausa do trabalho ou durante a hora do almoço.
E, ainda assim, a bateria do smartphone precisa estar próximo dos 20% de autonomia para essa recarga rápida realmente valer a pena.