A Microsoft está empenhada em fazer a convergência entre o Xbox e o Windows, pois entende que a sua filosofia de jogos de videogames precisa estar em qualquer lugar, e no maior número de dispositivos possível.
E faz todo o sentido começar pelo seu sistema operacional, que domina em um tipo de dispositivo que os usuários estão mais do que acostumados com a experiência de uso.
E a Microsoft deixou claro suas perspectivas para a convergência entre Xbox e PC com as recentes declarações de Jason Ronald, vice-presidente de “Next Generation” da Microsoft. Neste artigo, apresento os cinco principais pontos que emergem desse contexto.
As mudanças na experiência de jogo portátil
Jason Ronald destacou que a Microsoft está se preparando para transformar a experiência de jogo portátil no Windows ainda este ano.
Ele enfatizou que a empresa não está apenas focando em um novo console, mas também em como as inovações do Xbox podem ser integradas ao ecossistema Windows, melhorando a experiência para usuários de dispositivos portáteis.
A mudança é vista como uma resposta à crescente demanda por jogos que possam ser jogados em qualquer lugar, refletindo uma tendência no mercado que é mais do que evidente.
É só você observar a quantidade de PCs em forma de consoles portáteis que apareceram no mercado nos últimos anos, principalmente para competir com o Steam Deck da Valve, a principal referência do setor.
Os motivos para essa fusão de experiências
Ronald afirmou que o objetivo da Microsoft é unir as melhores características do Xbox com o sistema operacional Windows.
Ele mencionou que, embora o Windows tenha sido tradicionalmente um sistema operacional voltado para desktops, há um esforço contínuo para torná-lo mais amigável para jogos, especialmente em dispositivos portáteis.
A ideia é criar uma interface que priorize a experiência do jogador, minimizando as distrações típicas do ambiente Windows.
Algo que também é feito pela concorrência, mas não necessariamente utilizando o Windows. Algumas empresas usam plataformas proprietárias para entregar o mesmo objetivo, o que faz com que a Microsoft perca terreno também neste aspecto.
Os desafios da atual interface do Windows
Um dos principais desafios mencionados por Ronald é a necessidade de tornar o Windows mais acessível para controles e dispositivos de entrada não tradicionais, como são os joypads ou joysticks dedicados.
Ele reconheceu que muitas funcionalidades do Windows não foram projetadas com jogos em mente, o que pode dificultar a experiência do usuário.
Portanto, há um foco em simplificar essa interface e garantir que os jogos sejam o centro da experiência.
Ou seja, um Windows “menos Windows” e “mais Xbox”, trabalhando dessa forma na interface e nas funcionalidades que vão simplificar o processo de adaptação à plataforma por parte dos jogadores.
Os investimentos em melhorias futuras
A Microsoft já começou a implementar melhorias na interface dos aplicativos do Xbox no Windows, tornando-os mais adequados para uso em dispositivos portáteis.
Ronald indicou que haverá mais investimentos e atualizações ao longo do ano, sugerindo um compromisso contínuo com a evolução da experiência de jogo portátil.
Isso pode incluir novas funcionalidades e ajustes na forma como os jogos são acessados e jogados no Windows.
É um processo lento e progressivo por parte da Microsoft, mas que ao menos parece ser algo sustentável o suficiente para afirmarmos que não estamos diante de uma aventura ou experimento.
E preciso dizer isso por causa dos usuários traumatizados até hoje com o Google Stadia.
A visão de longo prazo para jogos portáteis
A visão da Microsoft inclui não apenas melhorar a experiência atual, mas também explorar possibilidades futuras para um console portátil.
Isso é algo que Phil Spencer, o chefão do Xbox, confirmou em outras oportunidades que deve acontecer em um futuro distante.
Embora não haja um dispositivo específico anunciado ainda, há uma clara intenção de entrar nesse mercado para concorrer de frente com os players que já estão nele.
A ideia é criar um ecossistema onde os jogadores possam acessar seus jogos favoritos de maneira fluida, seja em consoles tradicionais ou em dispositivos portáteis.
Aqui, está reforçado o conceito do “Xbox em qualquer lugar”, independente do dispositivo que você possui. O que, de forma indireta, enfraquece o protagonismo do console tradicional.
Ainda acredito que os consoles Xbox e PlayStation vão desaparecer no futuro, e a Microsoft parece ter essa mesma certeza para investir tanto em transformar o Windows em algo mais amigável para os jogos.
E garantir que o público que você já tem vai abraçar a sua proposta (e não a da concorrência) é um primeiro (e muito importante) passo nesse processo de conquista dos videogames em múltiplas plataformas.