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Opinião | Por que um smartphone Android da Nokia faz todo o sentido (inclusive nesse momento)?

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Nokia-QG

Segundo divulgou o The Verge ontem (11), a Nokia possui, na pior das hipóteses, um protótipo de smartphone com o sistema Android. E, por incrível que pareça, o rumor fecha todo o sentido da compra da fabricante finlandesa por parte da Microsoft, que garante que o principal motivo da compra foi focar a Nokia em 100% no Windows Phone. Mas… não é bem assim.

Aqueles que imaginavam que uma aliança entre Nokia e Google poderia dar certo podem parar de se lamentar, pois esse casamento pode acontecer justamente agora. Mas não da forma explícita que todos queriam ou imaginavam. Afinal de contas, nada mudou: a Microsoft está comprando a Nokia para, basicamente, evitar que os finlandeses se entregassem de corpo e alma para o Android. Mesmo assim…

Aos fatos.

As coisas estão dando certo para a Nokia com o Windows Phone, mas no segmento de produtos de entrada e/ou linha média. Nos modelos de linha alta e nos feature phones, nem tanto. No primeiro grupo, Apple e Samsung são dominantes, e no segundo grupo, temos um mercado muito mais etéreo, onde os chineses estão prevalecendo, independente se é uma marca famosa ou não.

Nokia-Lumia-520

Os modelos Android top de linha seguem obtendo melhores resultados que os modelos Nokia Lumia mais avançados. Por conta disso, a própria Nokia investe mais nos modelos de entrada, tal como se posiciona o bem sucedido Lumia 520. Até a HTC e a LG consegue vender mais nos modelos top de linha do que a Nokia, e isso, com produtos com preços similares.

Para piorar a situação, o Android se destaca por ser um sistema operacional muito flexível, algo que a Nokia poderia se adaptar com isso, ainda mais contando com um hardware potente. E isso, eles nem podem sonhar em pensar em fazer usando o Windows Phone. Tudo bem, a Nokia ainda tem a linha Asha, que é composta por smartphones baseados no sistema S40, uma plataforma que pode se adaptar facilmente com um hardware barato, permitindo a oferta de produtos com preços competitivos em mercados emergentes.

Mas para o azar da Nokia, o Asha não está indo tão bem nas vendas como eles gostariam, e a cada dia perde mais terreno para os dispositivos chineses… com Android. Os asiáticos conseguem ofertar dispositivos com o mesmo preço de um Nokia Asha, com um sistema operacional mais maduro, e que mesmo que não ofereça uma experiência de uso fluída, conta com todo o tipo de aplicativo que o usuário deseja e espera.

Android sim… Google? Não!

A solução para a Nokia resolver esse problema? Uma só: Android.

Se você não pode vencê-los, você deve se unir à eles. Ou, pelo menos, seguir a mesma estratégia deles. A empresa segue relutante em estabelecer uma aliança com a Google, e tudo indica que isso será uma questão de tempo para acontecer. Ou pelo menos assim que a Microsoft conclua a aquisição da empresa.

Nokia-Asha

É simples de compreender: a Nokia segue o seu casamento com a Microsoft, e não há espaço para a Google nessa relação. Porém, há espaço para o Android. O sistema operacional da gigante de Mountain View é a solução para todos os males presentes para eles, ou pelo menos para a linha de dispositivos de entrada e/ou pensados para os mercados emergentes. O grande truque é, nesse caso, explorar o fato do Android ser um sistema operacional de código aberto, e usar isso a seu favor.

Os rumores do Nokia Normandy parecem apontar para um novo smartphone de baixo custo da Nokia com uma versão totalmente personalizada do Android. E quando falo em customização, eu quero dizer até a raiz do sistema. Não seria a primeira vez que essa estratégia poderia dar certo, uma vez que a Amazon aproveitou da mesma premissa para modificar completamente o sistema da Google, limpando todos os serviços de Mountain View, redesenhando a interface, e inserindo os seus próprios serviços, para oferecer uma experiência de uso única e totalmente centrada na Amazon, para os tablets Kindle.

É uma estratégia inteligente, e até elegante. Se por um lado a Nokia se livra do compromisso de ficar atrás dos desenvolvedores, implorando para que eles desenvolvem aplicativos para a sua plataforma, eles se limitam a ter o trabalho de criar a sua própria loja de aplicativos, que comercializará aplicativos Android. Dessa forma, eles agradam os usuários e fortalece os seus serviços, com maior capacidade de monetização das vendas de aplicativos e serviços.

Resumindo: todo mundo sai ganhando.

Para concluir, a Nokia apostar no Android não fará danos à Microsoft e ao Windows Phone. A eventual chegada de smartphones Android da empresa finlandesa poderia sim fazer grandes estragos na concorrência, dentro do segmento dos dispositivos de entrada, que hoje é dominado quase que exclusivamente pelo Android. Além de ser ambicionado pelo Firefox OS, que pode não ter nenhuma chance com uma dupla tão poderosa (Nokia + Android).


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