Lembra do artigo que escrevi sobre a possível venda do Chrome por parte do Google (de forma obrigatória) se o juiz do caso antitruste der parecer favorável ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos?
Naquele artigo, mencionei com todas as letras que, na minha opinião, quem tinha a maior chance de comprar o Chrome entre os potenciais interessados era a OpenAI de Sam Altman, com o objetivo de integrar o seu SearchGPT em suas entranhas.
Então… esse artigo mostra que não estava tão equivocado assim na minha visão de futurologia, pois essa passa a ser uma das possibilidades reais para o futuro da empresa dona do ChatGPT.
Um navegador web para o ChatGPT
A OpenAI está planejando lançar um navegador da web que incluirá o seu popular chatbot, o ChatGPT, como recurso integrado. Embora ainda não esteja claro como o chatbot funcionará nesse ambiente, a proposta é vista como um ataque direto ao domínio do Google no mercado de navegação e pesquisa.
Mesmo porque o Google, sabendo que a tendência de futuro é justamente ter os chatbots de IA integrados em qualquer lugar, já colocou o Gemini como parte dos resultados de suas buscas, tal e como o Perplexity.AI faz com muita competência.
Recentemente, a OpenAI introduziu o SearchGPT, uma ferramenta de pesquisa promissora, mas ainda pouco divulgada.
Há especulações de que o futuro navegador da empresa poderia integrar tanto o ChatGPT quanto o SearchGPT, criando uma experiência unificada para seus usuários.
Neste sentido, o Chrome cairia como uma luva. Mas desenvolver o seu próprio navegador é uma solução mais viável e econômica para a OpenAI neste momento.
Porém, diante dos problemas que o Google enfrenta na justiça, quem sabe o Chrome não vem por um preço de banana.
Contexto delicado para o Google
O Google enfrenta nada menos que o Departamento de Justiça dos EUA, que sugeriu a separação do navegador Chrome da empresa. Além das complexidades técnicas e legais envolvidas no processo, a ideia de desvincular o Chrome do Google representa uma ameaça estratégica para a gigante de Mountain View.
Perder os ativos de toda a publicidade gerada e exibida em navegadores Chrome seria um duro baque para o Google. Sem falar no dinheiro que vai perder das parcerias comerciais com os fabricantes de smartphones que instalam automaticamente o software na primeira configuração do dispositivo.
Para dizer bem a verdade, quando olhamos para os lados, constatamos que o Google não é o único que está com problemas dentro do segmento de navegadores web.
A Mozilla luta para se manter relevante no mercado, o navegador Arc foi descontinuado, e opções como Safari e Edge ainda não são concorrentes diretos do Chrome. Esse cenário cria espaço para novos participantes entrarem na disputa, como é o caso da OpenAI.
Diversificando mercados para ser mais relevante
A empresa de Sam Altman não está focada apenas em navegadores web e ferramentas de busca. A Open AI está fechando parcerias com plataformas de e-commerce e serviços como turismo e mercado imobiliário.
O objetivo principal é incorporar a inteligência artificial em diferentes setores e operações comerciais, ampliando o alcance dessa tecnologia e agregando valor ao ChatGPT.
Tudo bem… pode também ser uma forma de seguir devorando a maior variedade possível de dados de seres humanos reais… mas não vamos pensar muito nisso neste momento.
A OpenAI está em negociações para uma parceria com a Samsung, que traria recursos de inteligência artificial para dispositivos da marca. Seria um acordo semelhante ao que a empresa já tem com a Apple.
E aqui, temos mais um duro golpe da OpenAI na Alphabet, pois neste momento Google e Samsung são parceiras no campo de inteligência artificial. Com o fim dessa parceria, é ainda menos dinheiro entrando no caixa da gigante de Mountain View.
Ou seja, está mais do que evidente que o principal adversário da OpenAI é mesmo o Google, já que a luta pode ser direta e irrestrita em vários mercados estratégicos dentro do cenário tecnológico.
O ChatGPT em si já é uma alternativa em muitos cenários, e o GPT-4o compete diretamente com o Gemini Live, da Google, com uma melhora sustentável nas respostas em geração ao GPT-4 e um assistente de voz que é bem mais intuitivo.
Se o Google não tomar cuidado, pode não só perder o Chrome para o seu principal adversário, como boa parte do bolo de dinheiro que recebe hoje pelos diferentes ativos gerados pelo seu (por enquanto) navegador web.