Desde o lançamento do ChatGPT, a ideia de usar IA generativa como ferramenta de busca vem ganhando força entre os usuários. E o pessoal da OpenAI entendeu isso de forma muito clara, a ponto de usar esse pretexto para desenvolver um buscador próprio, o ChatGPT Search.
É uma aposta em uma eventual disputa cabeça a cabeça com o buscador do Google, oferecendo respostas mais diretas e contextualizadas para as pesquisas dos usuários na internet.
Após a sua chegada ao mercado, é fácil concluir que o ChatGPT Search é sim uma grande ameaça ao buscador de Mountain View. Só que, antes disso, precisa resolver um problema para ser perfeito.
A grande limitação do ChatGPT Search
É importante lembrar que a OpenAI não é pioneira nessa tentativa de acabar com o Google.
A Perplexity foi a primeira a propor um motor de busca conversacional de IA, que inclui referências e links para as fontes, incluindo a busca de fotos e vídeos sobre o assunto.
O Perplexity AI é visto hoje como uma resposta contundente aos mecanismos de busca tradicionais, abrindo um novo caminho e provando ser uma ameaça real ao modelo tradicional ao oferecer conteúdo mais interpretativo e variado.
Dito isso, o ChatGPT Search ainda precisa ser melhor justamente naquilo que o buscador do Google acerta em cheio: nas buscas objetivas.
Para questões pontuais, como “qual foi o placar do jogo do Corinthians hoje”, o ChatGPT Search mostrou-se menos eficaz que o Google, que fornece respostas em tempo real.
Os testes realizados na plataforma da OpenAI indicam que o chatbot pode apresentar erros se as instruções do usuário forem vagas, revelando uma limitação importante para o uso cotidiano.
Especialistas como Emily Bender criticam o uso de modelos de linguagem (LLMs) como substitutos dos buscadores, apontando que muitas respostas precisas dentro dessas plataformas ocorrem por “coincidência”.
Embora a precisão dos LLMs esteja melhorando, ainda há margem para erro, o que é considerado inaceitável para um motor de busca, comprometendo a confiança que o usuário tem nesse tipo de solução.
Chatbots como Perplexity e ChatGPT Search focam na interpretação e resumo de várias fontes para entregar uma resposta composta, o que pode ser vantajoso para perguntas que requerem contexto, mas seu uso ainda é arriscado para questões que demandam precisão imediata e imparcial.
Maior independência do SEO
Outro fator relevante a ser considerado no uso desses buscadores influenciados por Inteligência Artificial é que eles ainda não são influenciados por publicidade paga nos resultados ou SEO, o que permite respostas mais diretas e menos comprometidas. Este é um diferencial positivo para usuários que procuram resultados mais autênticos, e uma grande vantagem em relação ao buscador do Google neste momento.
A IA generativa também traz a vantagem de oferecer respostas sem a necessidade de navegar por múltiplas páginas de resultados.
Isso é péssimo para sites como o TargetHD.net, mas não posso negar que a comunicação de linguagem natural que se aproxima do usuário é um benefício que muitos usuários desejam nos resultados de busca.
A capacidade de manter uma “conversa” para ajustar respostas torna o ChatGPT Search uma ferramenta poderosa em áreas específicas, refinando as respostas a partir de feedbacks contínuos. Algo que o Google não consegue oferecer neste momento.
Os buscadores de IA estão evoluindo rapidamente, e fatalmente serão uma ameaça para o monopólio do Google neste segmento. A tendência é que as duas soluções coexistam, cada uma com vantagens diferentes que atendem às necessidades de usuários de diferentes perfis.
A ausência de confiabilidade de presente é o que impede que uma solução substitua a outra por completo… por enquanto.
O Google está trabalhando nos seus próprios projetos de IA para se manter competitivo, e prepara uma resposta à concorrência. Mas encontra dificuldades em repetir o sucesso do ChatGPT (o Gemini ainda está muito aquém).
Por enquanto, a OpenAI está bem na frente nessa corrida. E começa a ganhar o terreno que antes era da gigante de Mountain View.