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O Tinder é melhor que o Google Docs para namorar ou ter um relacionamento sério

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Tudo em nossas vidas foi afetado ou modificado pela tecnologia. E com a paquera e o namoro, não seria diferente. Aliás, nesses campos, a revolução foi profunda e até forçada quando pensamos que passamos um bom tempo recente em nossas vidas trancado em casa.

Encontros em discotecas e bares se tornaram práticas obsoletas. Se você realmente quer conhecer alguém para uma noite casual ou relacionamento afetivo mais sério, o jeito é usar um app dedicado a isso, como são os casos do Tinder, Grindr, Badoo e Twoo.

Ou será que não?

Há quem diga que usar o Google Docs pode ser muito mais eficiente do que perder horas e horas no Tinder para conseguir um bom encontro.

 

Muitos se cansaram dos apps de encontros

Os aplicativos dedicados aos encontros e relacionamentos ainda são muito populares. Alguns deles figuram entre os mais utilizados entre as mais diferentes faixas etárias.

Porém, tem um grande grupo de usuários que está cansado desses aplicativos. E o motivo é sempre o mesmo: a dificuldade em encontrar pessoas que estão procurando um relacionamento sério.

Particularmente, entendo que essas plataformas não são a melhor forma de encontrar alguém para um namoro ou relacionamento a longo prazo.

No máximo um app de namoro pode mostrar para você alguém esteticamente interessante ou com uma personalidade que se alinha com a sua.

Mas no mundo real, você só conhece outra pessoa de verdade conversando e convivendo com ela. E isso (obviamente) leva tempo.

Porém, como muitos desses apps de relacionamentos funcionam majoritariamente a partir da mecânica de “carrossel”, com a sequência de perfis para serem visualizados, até mesmo esses usuários não estão com essa paciência toda em esperar um relacionamento se desenvolver.

É o lance da dopamina. Todo mundo quer se sentir estimulado o tempo todo, o que faz com que as conexões sejam instantâneas.

E as desconexões também.

 

Como nasceu o “namoro via Google Docs”

Connie Li, uma engenheira de software, era uma dessas pessoas que estavam cansadas da superficialidade do Tinder.

Após um término de um relacionamento, ela voltou a usar esses aplicativos. E o que encontrou foi um mar de homens que não estavam interessados em um compromisso sério.

De verdade… eu não culpo os dois lados.

Connie tem o direito de se sentir frustrada com a experiência do Tinder. E os homens tem o direito de escolher se querem usar o aplicativo para um relacionamento sério ou encontros casuais.

Algumas plataformas são mais específicas no tipo de relacionamento que você vai estabelecer ao entrar em uma comunidade. Como é o caso do Ashley Madison.

Nesse app, você não está ali para relacionamentos sérios. A plataforma deixa claro que todo mundo está lá para encontros casuais e extraconjugais.

Quem sabe o Tinder precisasse ser mais específico sobre o que pode oferecer na plataforma. Porém, isso certamente atrapalharia na sua expansão.

De qualquer forma, Connie usou sua criatividade e decidiu conhecer pessoas de uma forma que poucos mortais tentaram até hoje: pelo Google Docs.

Ela criou um documento no concorrente do Microsoft 365 da gigante de Mountain View para se descrever, tanto fisicamente quanto em termos de personalidade.

Depois, ela compartilhou este “currículo amoroso” nas redes sociais. E deixou tudo acontecer.

E deu certo.

 

O fenômeno dos “Date-me Docs”

A ideia de Connie foi batizada como “Date-me docs”, e ganhou popularidade rapidamente, com diversas pessoas criando seus próprios perfis de namoro em plataformas de texto online.

O New York Times comparou essa tendência aos antigos anúncios de encontros em jornais, que a esmagadora maioria dos Millennials e Gen Z jamais chegaram perto de conhecer.

No passado, jornais e algumas revistas temáticas contavam com uma área dedicada aos anúncios de pessoas que estavam procurando um relacionamento amoroso.

No melhor estilo de Classificados, as pessoas colocavam uma breve descrição com idade, altura e tipo de corpo, mencionando o que procurava em outra pessoa para um romance, amizade ou relacionamento casual.

A estratégia de Connie funcionou. Até melhor do que ela esperava, já que 15 homens demonstraram interesse pelo seu perfil, compartilhando os mesmos objetivos de relacionamento sério.

O “Date-me Docs” possui um diferencial importante: destacar a personalidade das pessoas, algo que é negligenciado nos aplicativos de encontros tradicionais.

Quando você elimina o fator estético da abordagem, restam as características intelectuais, emocionais e psicológicas da pessoa. E muitos estão realmente interessados em conhecer a outra pessoa por dentro.

Os documentos do “Date-me Docs” geralmente não seguem um formato padronizado, e são altamente descritivos.

Cada usuário decide como melhor apresentar sua personalidade e interesses, resultando em uma variedade de perfis compatíveis com um leque muito amplo de pessoas.

A estratégia do uso do Google Docs para construir novos relacionamentos são analisados por especialistas em comportamento, como é o caso de Katja Grace.

Ela destaca ao NYT que, em muitos casos, os anúncios em texto são autocríticos, e aconselha aos criadores dos “Date-me docs” que destaquem mais suas qualidades e razões para serem bons parceiros.

A compatibilidade entre as pessoas se faz pelas afinidades de coisas boas. Ser muito crítico consigo mesmo pode afastar a outra pessoa, que perde a chance de ver o melhor que você tem no seu interior.

Para concluir, o mais importante aqui é que você encontrou mais uma alternativa para encontrar o amor verdadeiro na internet, mesmo que eu não acredite que isso é uma regra.

No máximo, é a raridade.

Mas não se esqueça nunca que… conhecer alguém vai muito além de escrever algumas linhas em um arquivo no Google Docs.

A convivência, o “olho no olho” e várias e várias conversas são muito necessários para efetivamente conhecer a personalidade daquela pessoa que, com alguma sorte, pode se tornar a companheira de sua vida.

 

Via NYTimes


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