Para quem pensa em comprar o Samsung Galaxy Ring, repense a decisão, pois este é um produto que se torna descartável em caso de problemas na sua bateria. Literalmente.
O pessoal do site iFixit, especializado na desmontagem e análise de reparabilidade nos dispositivos eletrônicos, concluiu que tentar trocar a bateria do Galaxy Ring é algo impossível, com a lata do lixo como destino para o gadget.
Não estamos falando de um gadget barato, e muitos usuários estão interessados nele. Então… por que comprar um Galaxy Ring se o produto é descartável em caso de problemas.
E por que a Samsung fez isso?
Por que o Samsung Galaxy Ring é descartável?
O site iFixit revelou no seu processo de desmontagem do Galaxy Ring que, em casos de problemas com a bateria, é necessário derreter o chassi do anel para ter acesso a esse item.
Na prática, você destrói o produto para alcançar a sua bateria. E aqui, só podemos entender que a Samsung projetou o Galaxy Ring para ser descartado em caso de problemas.
Isso não pode ser uma falha de projeto. É uma escolha. Tanto, que a Samsung não está sozinha nessa decisão.
O Oura Ring, concorrente direto do Galaxy Ring, enfrenta o mesmo tipo de problema, o que indica que os fabricantes de anéis inteligentes estão priorizando a estética e o design, em detrimento da possibilidade de reparação do dispositivo.
E aí, é de se questionar a sério se vale a pena investir dinheiro em um produto que vai para a lata do lixo em caso de problemas mais sérios.
A sustentabilidade contraditória
Os fabricantes de smartphones (incluindo a Samsung) retiraram os carregadores dos kits de venda de smartphones, em nome da sustentabilidade e redução do impacto ambiental.
Agora, os mesmos fabricantes entregam para o mercado dispositivos que são descartáveis, aumentando o lixo eletrônico de forma direta.
O que acontece aqui? Contradição? Hipocrisia? Os dois?
A dificuldade em reparar os anéis inteligentes vai contribuir de forma direta para o aumento de resíduos. E os fabricantes não pensaram nisso em nenhum momento durante o desenvolvimento dos produtos?
De que adianta a Samsung utilizar materiais reciclados em smartphones e notebooks quando entrega o Galaxy Ring como um produto que nem pode ser consertado?
Há um claro distanciamento entre o marketing da Samsung e a realidade prática dos fatos quando olhamos para um produto que será sinônimo de descarte no futuro.
Se a Samsung (e outros fabricantes) trabalharam dessa forma apenas e tão somente para criar um cenário de obsolescência programada, não sabemos.
Mas não podemos julgar as pessoas que concluírem esse pensamento. Afinal de contas, os fatos levam a esse entendimento.
Meu conselho?
Pense umas dez vezes antes de investir no Galaxy Ring, ou em qualquer outro relógio inteligente.
Se você criar o hábito em utilizar o produto todos os dias para monitoramento de sua saúde, vai se tornar dependente do investimento adicional em novas unidades em caso de problemas.
E mesmo considerando as dificuldades em desenvolver produtos com esse formato, não dá para não pensar que o descarte do produto poderia ser evitado de alguma forma.
O Galaxy Ring custa caro demais para virar lixo eletrônico em caso de problemas com a bateria.
E como a bateria é um elemento que se desgasta com o passar do tempo de forma inevitável…
É só fazer as contas.