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O que vai acontecer com os EUA se o TikTok for banido por lá

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Todo mundo sabe que os EUA está avançando nas leis para banir o TikTok do país. Tecnicamente, a rede social da ByteDance está correndo contra o tempo, contando com menos de nove meses para ser vendida para permanecer na terra dos comedores de hambúrguer.

Mas ninguém está falando com o que pode acontecer com os EUA se realmente o banimento acontecer. Quais são as consequências diretas que o país vai sofrer sem a rede social mais popular do mundo?

Não digo que teremos uma autêntica guerra civil nos EUA, mas muitas pessoas serão diretamente prejudicadas com essa expulsão. E talvez (só talvez) o governo norte-americano não está pensando nos impactos negativos da decisão.

 

A Índia já fez isso antes…

Em 2020, a Índia baniu o TikTok devido a tensões com a China, o que pode servir de exemplo para os EUA. A popularidade e impacto cultural da plataforma são aspectos que precisam ser considerados nessa decisão, mas aparentemente são ignorados.

Tudo bem, precisamos considerar a proporcionalidade do TikTok nos dois mercados. A Índia possui 1.4 bilhão de pessoas, enquanto os EUA contam com pouco mais de 400 milhões. Logo, o banimento da rede social vai causar mais impacto em um país do que em outro apenas e tão somente pelo número de pessoas que serão afetadas.

Por outro lado, os dois países coincidem nos aspectos de influência cultural do TikTok junto à população. Nos EUA, são mais de 170 milhões de usuários ativos por mês, o que significa que tem muitos norte-americanos consumindo e produzindo conteúdo na plataforma.

E é aqui que o governo norte-americano precisa ficar atento para não causar um “pequeno-grande” colapso.

 

…e não deu muito certo

A proibição do TikTok nos EUA pode afetar criadores de conteúdo e pequenos negócios que dependem da plataforma. Tal e como acontece aqui no Brasil, a rede social é utilizada por muitos norte-americanos para ganhar dinheiro, e é a principal via de promoção ou publicidade para aqueles que não podem comprar um espaço publicitário na NBC ou ABC.

O algoritmo do TikTok beneficiou usuários em áreas rurais na Índia, mostrando como a plataforma pode ser uma fonte de renda. E não estou aqui afirmando que “vão todos à falência” com o banimento da rede social, mas que se torna mais difícil não ter a via de conversa com o seu público-alvo principal.

Quem está no TikTok tende a ir para outras redes sociais com características similares como Instagram e YouTube. Mas isso não quer dizer que aquele produtor de conteúdo vai encontrar o seu público nas demais plataformas, o que é um problema a ser considerado logo de cara.

Sem falar que o usuário típico do TikTok que, neste momento, são os jovens nos EUA, estão usando a rede social para outras atividades que vão além do entretenimento.

Por exemplo, para buscar informações na internet. Essa atividade desafia frontalmente o domínio do Google como ferramenta de busca na rede mundial de computadores (e aqui está outro motivo para tentarem banir o TikTok dos EUA).

Na verdade, o que muitos afirmam é que este bloqueio do TikTok nos EUA pouco tem a ver com eventuais cenários de espionagem, roubo ou monitoramento de dados dos cidadãos, mas sim interesses comerciais.

O que o TikTok conseguiu nos EUA foi algo inédito. Até a sua chegada, todas as principais redes sociais que conquistavam os norte-americanos eram do próprio país. Nenhuma plataforma estrangeira teve sequer uma chance de prosperar.

A dominância do TikTok nos EUA é indigesta para basicamente todas as demais empresas norte-americanas que já batalham por um espaço na internet. E todos apostam que a ausência de uma opção fará com que os usuários migrem para outras alternativas, tal e como aconteceu em outras oportunidades.

Para a ByteDance, resta lutar pelo seu direito de existência nos EUA. E a empresa já anunciou que se prepara para enfrentar o governo dos EUA nas esferas legais.

Vamos acompanhar os próximos capítulos da disputa. Mas ao menos agora você (e, com alguma sorte, os EUA) já sabe o que deve acontecer se o TikTok realmente for de “arrasta pra cima” por lá.

E que nem inventem de fazer o mesmo aqui no Brasil, pois as consequências são muito similares.


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