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O que muda na sua vida o acordo entre TikTok e Oracle?

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Sai Microsoft, entra Oracle.

A Oracle se tornou a “provedora tecnológica de confiança” do TikTok nos Estados Unidos. Isso deve resolver o grande problema da ByteDance com o governo dos Estados Unidos, já que os dados dos usuários norte-americanos da rede social de vídeos curtos vão ficar nos servidores da empresa norte-americana.

Para os demais países (Brasil inclusive), pouco ou nada deve mudar (por enquanto) com esse acordo que fragmentou as operações do TikTok. Mesmo assim, vale explicar o que vai mudar com esse acordo.

 

 

 

Uma operação singular

 

 

Os quase 700 milhões de usuários ativos mensais do TikTok valem ouro, ainda mais nos EUA, já que 100 milhões desses usuários são de lá. Isso mesmo: de cada quatro norte-americanos, um usa o aplicativo pelo menos uma vez por mês.

Donald Trump sempre acusou (sem apresentar provas) que os dados dos usuários norte-americanos paravam nas mãos do governo chinês. E esse é mais um capítulo da guerra comercial que o presidente dos Estados Unidos trava com a China, que já resultou no bloqueio da Huawei no país. Se a ByteDance não vendesse a sua participação do TikTok no país, ele seria bloqueado por lá.

A Microsoft se candidatou a comprar o TikTok nos Estados Unidos, e tinha o Twitter e a Oracle como concorrentes. A ByteDance recusou a oferta de compra da gigante de Redmond, o que colocou a Oracle em uma posição favorável. Isso, e a relação próxima entre Larry Ellison e Donald Trump.

E chegou a hora de entender melhor como tudo vai funcionar.

 

 

 

Como vai funcionar este acordo entre TikTok e Oracle?

 

 

A Oracle se tornou parceira tecnológica e de negócios do TikTok nos Estados Unidos, eliminando assim as suspeitas de Trump no âmbito de segurança nacional. A empresa será a “provedora tecnológica de confiança” da rede social chinesa, mas isso deixa dúvidas sobre o alcance do acordo, já que não é uma venda de uma empresa para outra.

Para o governo dos Estados Unidos, bastava “garantir que o código é, em primeiro lugar, seguro, que os dados dos norte-americanos estão seguros, que os telefones estão seguros e que teremos conversas com a Oracle nos próximos dias com o nosso time técnico”.

O acordo é singular, pois a Oracle é claramente centrada no âmbito empresarial, e o acordo não indica que a empresa terá como missão supervisionar ou gerenciar as operações do TikTok nos Estados Unidos. Ela simplesmente vai oferecer a sua infraestrutura na nuvem para que o aplicativo funcione nos EUA, mantendo os seus dados no país.

O acordo precisa ser revisado pelo CFIUS (Committee on Foreign Investment in the United States), órgão regulador que analisa fusões e suas implicações na segurança nacional. Trump pode aprovar ou reprovar o acordo baseado nas recomendações desse órgão. Mas é pouco provável que o presidente norte-americano vete o negócio a essa altura do campeonado.

Enquanto isso, na China, fontes próximas da ByteDance indicavam que a empresa jamais pensou em vender as suas operações nos Estados Unidos, e que jamais cederia o seu código para um potencial comprador norte-americano.

Nesse meio tempo, o governo chinês também adotou restrições para as exportações de tecnologia, onde a ByteDance não poderia ser adquirida por uma empresa dos Estados Unidos, mesmo que quisesse. Ou pelo menos não em sua totalidade, já que o seu algoritmo é a “fórmula secreta” do seu funcionamento, e não poderia fazer parte de um acordo de compra.

 

 

 

O acordo só afeta aos Estados Unidos

 

 

O alcance dessa parceria é muito limitado, e só existe para permitir que a rede social continue a funcionar nos Estados Unidos. Os planos da Microsoft eram bem mais ambiciosos, com a compra das operações do TikTok nos países de língua inglesa (Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia – não no Reino Unido). Com isso, seriam três operações do mesmo aplicativo: essa (da Microsoft), uma segunda na Europa, África e Ásia (controlada pela ByteDance) e a terceira na China, sob o nome Douyin.

Com o acordo fechado com a Oracle, o TikTok segue controlando as operações em todo o planeta e na China, com o Douyin. A Oracle só entra com a infraestrutura nos Estados Unidos, para acalmar Trump.

Para o Brasil, pouca coisa muda nesse momento, mas ainda é cedo para dizer quais serão as mudanças efetivas que o TikTok pode sofrer por aqui. Inicialmente, o acordo com a Oracle só afeta mesmo os Estados Unidos, com as atividades do aplicativo ficando inalteradas, incluindo as condições de uso do serviço.

Moral da história: uma compra complexa que não alterou absolutamente nada em nossas vidas.


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