O mundo da informática está buscando novos horizontes e soluções. E uma dessas inovações que está ganhando cada vez mais força na indústria é a fusão da RAM com o SSD. Esse componente já é batizado de UltraRAM, e pode ser uma revolução para os dispositivos de tecnologia nos mais diferentes formatos.
As suas atraentes qualidades (teóricas, por enquanto) podem ser essenciais para uma produção em massa desse hardware em um futuro próximo. Por isso, vale a pena falar um pouco sobre o assunto, oferecendo uma visão geral do que pode ser uma realidade prática em nossas vidas de usuários de tecnologia.
O que é UltraRAM?
Para quem ainda não sabe do que eu estou falando, a UltraRAM é descrita como uma tecnologia de memória que combina a não volatilidade da memória de armazenamento de dados com a velocidade, eficiência energética e resistência de uma memória de trabalho, como é o caso da DRAM.
A UltraRAM pode ser uma memória universal que, no futuro, pode atender a todas as necessidades de memória, tanto de RAM como de armazenamento, em todos os tipos de dispositivos informáticos, indo de smartphones, tablets e smartwatches até PCs, notebooks e ultrabooks.
Se a UltraRAM der certo, dá para imaginar o tipo de produtos que podemos ter em nossas mãos. Notebooks ainda mais finos e potentes, com um peso mínimo, ruído zero e menor consumo energético (com uma maior autonomia de bateria, com alguma sorte).
Também poderemos ver tablets mais finos, leves e portáteis e até mesmo relógios inteligentes com formatos mais irreverentes e inovadores. O impacto dessa tecnologia pode ser gigantesco na performance e no design dos produtos que estão por vir.
Porém, é melhor a gente não se empolgar muito com o UltraRAM, pelo menos por enquanto.
Ideias revolucionárias podem simplesmente naufragar
Não foram poucas as vezes que testemunhamos ideias revolucionárias e inovadoras ficando no meio do caminho.
Um exemplo clássico disso é o conceito Optante da Intel. Essa era uma tecnologia que tentava preencher o vazio existente entre a DRAM e o armazenamento, o que era algo excelente no papel. Porém, na prática, o conceito não entregou tudo o que prometia.
Resultado: em 2021, a Intel retirou a tecnologia Optane de mercado, e recentemente vendeu a sua divisão de memórias para a SK Hynix.
A UltraRAM tem como ciência fundamental é utilizar as propriedades dos semicondutores compostos, e nesse momento entrega números chamativos para respaldar a sua validade. Por exemplo, a capacidade de armazenar dados durante pelo menos 1.000 anos, com uma velocidade de comutação e resistência aos ciclos de programação e remoção de dados aproximadamente 100 mil vezes melhor que a das memórias flash atuais.
Ou seja, pelo menos na teoria, a UltraRAM se apresenta como a solução para todos os nossos problemas de armazenamento de dados. É uma tecnologia que nasce para ser um divisor de águas na forma em como conhecemos e utilizamos a RAM e o armazenamento em SSD.
Mas tudo o que foi dito aqui ainda está no campo da teoria. Ainda falta muita coisa para que a UltraRAM se popularize, e várias questões pendentes que precisam ser respondidas.
A boa notícia aqui é que, se tudo der certo, podemos dizer que testemunhamos o nascimento da próxima grande revolução informática.