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O mundo da tecnologia se rebela contra as referências racistas

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Para muitos de nós (para mim, inclusive), termos como ‘master’ e ‘blacklists’ dentro do mundo da tecnologia sempre passaram desapercebidos. Porém, contam com conotações racistas, e empresas como GitHub e Microsoft estão tentando motivar o uso de termos mais neutros.

Em tempos onde precisamos acabar com o racismo, toda iniciativa para modificar a cultura de massa é válida.

 

 

 

As conotações racistas são evidentes

 

Leah Culver (co-fundadora do app de podcasts Breaker e de protocolos como OAuth e oEmbed) falou sobre o assunto recentemente nas redes sociais.

 

 

Termos como ‘master/slave’ são usados por anos em vários segmentos da tecnologia. Os usuários mais veteranos conhecem muito bem esses termos com as velhas configurações de discos rígidos (lembra dos tais jumpers?), ou na conexão de periféricos.

Alguns termos sempre foram controversos por causa das conotações raciais, e agora várias empresas incentivam mudanças por termos mais neutros, como ‘main’, ‘default’, ‘root’, ou ‘primary’. O mesmo ocorre com blacklists e whitelists, termos utilizados para bloquear ou receber certos termos nos comentários de um blog. No lugar, podemos usar simplesmente ‘lista de permitidos’ e ‘lista de excluídos/negados’.

 

 

 

Muitos querem mudar, mas não todos

 

Desenvolvedores de primeiro nível como o Android já trabalham nas mudanças, e o mesmo ocorre com os responsáveis pelas linguagens de programação, como Go, PHPUnit, OpenSSL e Curl.

Nat Friedman (CEO do GitHub) afirmou que estão trabalhando nas mudanças, o que é relevante pois esse é o repositório de software mais importante do mundo, com milhões de projetos de código armazenados.

 

https://twitter.com/natfriedman/status/1271253144442253312

 

Tal conotação está em discussão há muito tempo, e os desenvolvedores do Drupal já substituíram o master/slave por primary/replica. Outros projetos como a linguagem de programação Python, os sistemas de bases de dados Redis ou o PostgreSQL e até mesmo o navegador Chromium também realizaram mudanças similares nos últimos anos.

Porém, alguns estão resistentes às mudanças. Alegam (por exemplo) que o termo ‘blacklist’ não tem nada a ver com a escravidão dos negros, mas estaria relacionado aos livros da Inglaterra medieval com listas onde eram escritos os nomes dos trabalhadores problemáticos para evitar contratá-los no futuro.

 

 

 

Por que as mudanças são importantes

 

Apenas um idiota completo, um imbecil sem escrúpulos ou pessoas completamente desprovidas de qualquer tipo de inteligência ainda acreditam, em pleno 2020, que um negro merece ser diminuído, humilhado e até exterminado pelo simples fato de ser negro. E esse é o principal motivo para que tudo o que está relacionado ao racismo e à discriminação racial seja exterminado do planeta Terra.

Porém, se esse não é um motivo forte o suficiente, eu preciso lembrar que o mundo e a humanidade precisa evoluir como um todo. Práticas que antes eram consideradas como ‘algo normal’ não são toleradas nos tempos de hoje.

Não falo isso por ser negro. Felizmente, posso dizer que, dentro do meu meio (dos produtores de conteúdo de tecnologia), eu quase não senti o racismo e o preconceito, pois meus colegas sempre foram mentalmente evoluídos. Porém, o dito ‘mundo normal’ se valeu do racismo estrutural por muito tempo. E esse tipo de racismo é perigoso demais, e precisa ser eliminado de uma vez por todas.

E parece que a morte de George Floyd iniciou a melhor chance para que o racismo estrutural acabe.

 

 

Via ZDNet


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