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O Firefox pode sobreviver em um mundo monopolizado pelo Google?

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A Microsoft anunciou que vai utilizar o projeto de código aberto Chromium para o seu navegador Edge. Assim, o Firefox da Mozilla é o único grande navegador web a contar com um motor próprio (com exceção do Safari, que está praticamente restrito aos Macs da Apple). Será que o Firefox pode seguir competitivo nesse novo cenário?

A Microsoft reconheceu a derrota, e essa mudança é uma grande vitória para o Google, que aumenta a sua posição privilegiada no segmento de navegadores, algo que alcançou com méritos próprios quando amassou o Internet Explorer. Mas este é um caminho que abonava a Mozilla com o Firefox.

A cota de mercado dos navegadores da Microsoft está em queda livre há muito tempo, a ponto de ter a cota mais baixa desde a queda do Netscape, há quase 20 anos. Em 2018, a queda foi maior, e não há sinais de recuperação no cenário atual.

O uso do Chromium vai beneficiar os usuários do Edge, oferecendo um grande desempenho no processamento de páginas, um número enorme de extensões, atualizações frequentes e a melhoria do código comunitário vem do seu principal mantenedor, o Google.

Sem falar que o navegador passa a ser compatível com os padrões modernos da web, o que beneficia também os desenvolvedores e clientes empresariais da Microsoft.

 

 

O Firefox pode sobreviver com este movimento?

É complicado.

A Fundação Mozilla reconhece que o futuro do Firefox é complicado, e que o Edge Chromium é algo terrível para a Web.

Palavras de Chris Beard, CEO da Mozilla:

“A decisão da Microsoft dá à Google uma capacidade maior para decidir por si na web… Desde uma perspectiva de empoderamento social, cívico e individual, ceder ao controla da infraestrutura fundamental online a uma só empresa é algo terrível.”

A preocupação da Mozilla está no fato que, quando o Chromium tiver uma cota de mercado muito majoritária, os desenvolvedores e as empresas não vão se preocupar se os seus serviços e sites web funcionam bem com outras coisas que não seja o Chromium. E quem fica de fora nesse caso é o Firefox.

“Foi o que aconteceu quando a Microsoft teve o monopólio de navegadores no começo de 2000, antes do lançamento do Firefox. E isso pode acontecer novamente”, garante o executivo da Mozilla.

 

 

O problema do Firefox é o Edge Chromium?

Na realidade, os números de cota de mercado mostram que os problemas do Firefox vão além da Microsoft utilizar o motor do Chrome. Nos últimos meses, o navegador da Mozilla sequer alcançou 10% de cota de mercado, mais de seis vezes menos que o Chrome. Apenas em 2018, o navegador perdeu 50 milhões de usuários ativos mensais, e a tendência para o futuro próximo não é muito diferente da atual. E com o Edge Chromium no mercado, não dá para saber o que pode acontecer.

Para complicar ainda mais a situação, vale lembrar que as receitas da Mozilla dependem totalmente o Google. Em 2017, a gigante de Mountain View pagou 90% dos US$ 562 milhões da Mozilla Corporation por incluir o seu motor de busca no Firefox.

Logo, o problema do Firefox não é a decisão da Microsoft, mas sim a posição dominante do Google na internet (e, em partes, os resultados da própria Mozilla). Uma maior queda de mercado do navegador seria um verdadeiro desastre, pois este é o último entre os grandes navegadores de código aberto (nem Chrome nem Edge são abertos, por mais que utilizem o Chromium), e o único deles que aposta na privacidade em seus fundamentos.

O mercado precisa de alternativas. Veremos como a Mozilla vai posicionar o Firefox como uma alternativa.


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