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O fim do Ame Digital é mais um prego no caixão da Americanas (que começou a ser fechado há 10 anos)

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Não existe outra forma de começar este artigo que não seja com essa frase: “o fim da Ame Digital é mais uma pá de cal (ou mais um prego no caixão) da Americanas”.

Todo mundo sabe o que aconteceu com uma das maiores varejistas do mercado brasileiro, e o fim da Ame Digital é apenas mais um capítulo de uma epopeia que, neste momento, é uma luta contra o desaparecimento.

Vou tentar não ser o “engenheiro de obra pronta” para falar sobre o assunto. Quero falar sobre como eu comecei a perceber que a Americanas ia de arrasta pra cima no mercado brasileiro.

 

Era gigante demais

Quem cresceu com a Americanas sabe muito bem o quão gigante a empresa era, antes mesmo da marca chegar na internet.

Lojas enormes em grandes centros, produtos exclusivos, boas ofertas e aquele monte de chocolate que a galera roubava antes de ir para o cinema.

Aliás, os sócios da Americanas muito provavelmente vão roubar essa galera que roubava Sonho de Valsa pela queda da empresa #contémironia.

E quando a Americanas chegou nesse parquinho online que, neste momento, não tem o Twitter para a galera reclamar, queria ser tão grande quanto já era no mercado físico.

E a melhor solução para isso é aquela que segue sendo adotada até hoje por Amazon, Mercado Livre, Magazine Luíza e até a Shopee: o Programa de Afiliados.

Um programa que, no início, funcionava muito bem. Ganhei uma boa grana com as comissões de vendas de produtos, principalmente durante o período da Black Friday.

Porém, quando você para de receber o dinheiro das comissões… é sinal que aquele feijão fora da geladeira começou a azedar.

 

Isso que dá não pagar os sites parceiros…

É uma espécie de maldição que o mundo online criou para várias empresas. E o caso da Americanas não é isolado.

Percebi que algo não estava bem no reino da Americanas quando a B2W, empresa que administrava o braço online do grupo, começou a atrasar os pagamentos das comissões dos afiliados.

Foram vários e-mails e algumas discussões online com os responsáveis pelo programa. Afinal de contas, quem trabalha (ou, neste caso, empresta seu espaço) quer receber por isso.

Enfim… meses depois dos primeiros atrasos, eu comecei a não mais receber pelas comissões, o que me fez desistir da Americanas por completo.

Isso aconteceu há aproximadamente 10 anos, em 2014.

Dez anos depois, testemunhamos o fim da Ame Digital, como mais um sinal de que a Americanas hoje é um remendo da empresa que foi um dia.

 

Sobre o fim da Ame Digital

Transformar a conta digital em um Programa de Fidelidade com benefícios pode funcionar para a Americanas de alguma forma.

Afinal de contas, foi basicamente isso o que ajudou a impulsionar o Mercado Livre, que antes tinha o sistema de níveis e agora tem o Meli+ para frete grátis e descontos em serviços de streaming.

A diferença aqui é que o Meli+ é bem robusto na oferta de produtos atrelados. E não sabemos qual será o seu futuro, com aumentos de preços consecutivos e o fim do Disney+ completo de graça.

Além disso, uma grande questão que precisa ser levantada é: alguém, em sã consciência, ainda confia na Americanas?

Desde que a crise financeira da empresa foi revelada, a mesma Americanas:

  • Acabou com o Shoptime (e-commerce e canal de TV)
  • Acabou com o Submarino
  • Acabou com o programa de benefícios Mundo Ame (que chegou a dar 100% de cashback na Black Friday)
  • Reduziu a validade dos saldos na Ame Digital
  • Passou a cobrar tarifa para manutenção do saldo de cashback na Ame Digital
  • Acabou com a parceria com a Globoplay (que dava 100% de cashback na assinatura do streaming)

Quando o consumidor perde muito de uma única empresa, fica difícil recuperar a confiança para aderir a um novo produto.

Ou seja, só posso pensar que o fim da Ame Digital é mais um capítulo de um desaparecimento que é lento e progressivo.

Tudo o que estamos testemunhando sobre a Americanas hoje começou lá atrás. E começo a achar muito difícil ver uma recuperação da empresa da forma com ela foi um dia.

A sequência de acontecimentos indica que, neste momento, a Americanas está mais próxima de ser uma nova Mappin (guardadas as devidas proporções) do que uma nova Magazine Luiza.

E… não vou negar: já que não pagaram meu dinheiro em dia, a praga veio em doses cavalares.

Nunca mexa com o blogueiro brasileiro.


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