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O FAST é o futuro do streaming?

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Escrevi recentemente para o blog um artigo sobre a chegada do MyFree DIRECTV, a mais recente tentativa da tradicional plataforma de TV por assinatura em sobreviver à era do streaming. E penso que a grande maioria dos serviços dentro desse segmento vão para o mesmo caminho.

Não é que as pessoas não gostem de pagar por produtos e serviços. Porém, passa bem longe de ser algo justo ou razoável pagar por algo que recebe publicidade ou intervalos comerciais. E pelo visto, as plataformas perceberam isso.

O que deve salvar o streaming é uma sigla que está se tornando cada vez mais popular no Brasil e lá fora: a FAST.

Vamos conversar um pouco sobre isso.

 

FAST as you can

Plataformas de streaming em modelo FAST (Free Ad-Supported Streaming TV) são aquelas que oferecem o conteúdo de forma gratuita em troca de publicidade. Simples assim.

O número de canais FAST não para de crescer ao redor do mundo, com mais de 1.900 canais disponíveis, sendo mais de 1.300 apenas nos EUA.

Em 2023, os serviços FAST começaram a capturar boa parte do tempo que os espectadores passam assistindo TV. Por exemplo, canais como Pluto TV e Tubi representaram 3,7% do uso total da TV em fevereiro de 2024.

Além disso, 70% dos consumidores estão familiarizados com esses serviços e muitos migraram de assinaturas pagas para opções FAST.

A publicidade está se tornando uma fonte crescente de receita para plataformas FAST. A previsão é que a receita global desse modelo alcance US$ 17 bilhões até 2029, um aumento significativo em relação aos US$ 8 bilhões registrados em 2023.

YouTube e Spotify são plataformas FAST, e construíram boa parte de suas respectivas popularidade e visibilidade em cima desse conceito.

Tudo bem, você pode até reclamar da quantidade obscenamente excessiva de publicidade nos dois serviços. Mas não pode dizer que não são forças dominantes dentro do segmento.

E faz algum tempo que as plataformas de streaming perceberam que é muito mais justo oferecer o conteúdo de graça se a publicidade virá no pacote.

A Pluto TV entendeu esse conceito antes de todo mundo, e se deu bem ao liderar tendências. Não só é líder no setor nos EUA, como também é muito bem recebida pelos usuários brasileiros que não querem pagar os valores absurdos das principais plataformas de streaming.

Dá até para dizer que o Paramount+ sobrevive “em partes” (e entenda uma ironia quando se deparar com uma) porque é a Pluto TV que está pagando as contas.

E com o número de assinantes dessas plataformas estancado ou diminuindo, outras alternativas para manter esses serviços sustentáveis precisam aparecer.

 

É o futuro?

Se não é, está parecendo que quer ser.

A chegada do MyFree DIRECTV lá fora é apenas mais um indício de que o FAST vai virar, no mínimo, uma alternativa para ao menos ser a porta de entrada para as plataformas pagas.

Até porque os próprios assinantes já dão sinais claros de que aceitaram o conceito e vão seguir nele enquanto o jogo não mudar.

Só nos EUA foram US$ 8 bilhões arrecadados em 2023 apenas com os canais FAST, o que mostra que o número de pessoas que aderiram à proposta só aumenta.

No Brasil, Globoplay e SBT+ seguiram os passos da Pluto TV, oferecendo conteúdo de graça para as pessoas que aceitam assistir aos comerciais no lugar de pagar para ver propagandas.

Sem falar que Bandplay e Record TV Plus existem, oferecendo alguns conteúdos gratuitos para quem não se importa com comerciais de tempos em tempos.

E isso porque não mencionei as opções de canais FAST disponíveis em Smart TVs, como são os casos da Samsung TV Plus e LG Channels, que agregam valor aos produtos de forma direta.

E quando até mesmo as poderosas Netflix e Max, empresas que estão com os dois pés no streaming e pensam de forma quase majoritária no lucro com essas plataformas, consideram a possibilidade de oferecer conteúdos de graça em troca de consumo de publicidade…

…é sinal que o FAST é, nesse momento, a melhor alternativa para as plataformas que estão cientes do movimento de mudança do consumidor em relação aos seus próprios produtos.

De novo: não é que o usuário não gosta de pagar por nada. Tinha uma galera que estava dividindo a conta da Netflix sem maiores problemas até o ano passado.

O grande problema é ver os valores de mensalidades aumentando, o fim da divisão de contas e compartilhamento de acesso e, para piorar, um monte de comerciais em algo que já é pago.

Percebe como a conta não fecha?

Então… o FAST chegou rápido no consciente de coletivo.

Até porque é de graça. E todo mundo gosta de coisas de graça.


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