Dá pra rodar o jogo Doom em qualquer coisa. Literalmente.
De exames de gravidez até culturas de bactérias, passando por LEDs informativos de impressoras, painéis de controle de tratores agrícolas, relógios digitais e, é claro, consoles de videogames. E esse último é o dispositivo mais surpreendente para rodar o jogo.
Agora, resgataram do passado mais um uso muito inovador de Doom, que serve para reforçar essa versatilidade que o jogo oferece, garantindo que ele seja um legado eterno para a humanidade.
Apresento para você o Captcha mais poderoso do mundo: o Doom Captcha.
A origem do pesadelo
A ideia de utilizar elementos do jogo Doom como um sistema de verificação de usuário nasceu em maio de 2021, quando Miquel Camps Orteza apresentou um projeto que exigia que os jogadores eliminassem quatro demônios de Doom para completar um Captcha.
A ideia era tão perturbadoramente genial, que foi expandida por por Guillermo Rauch, CEO da Vercel, que lançou uma versão ainda mais desafiadora do jogo, para a mesma finalidade.
Na versão atual, os jogadores devem derrotar três demônios em um nível chamado Pesadelo, o que reforça a ideia de que isso aqui é muito melhor para garantir que é um ser humano por trás do computador.
O jogo começa com o jogador armado apenas com uma arma simples e sem acesso ao menu ou controle do mouse, tornando a experiência completamente dependente do teclado.
Isso exige uma adaptação rápida e habilidades aprimoradas para sobreviver aos ataques rápidos dos inimigos para solucionar o desafio e ter acesso aos dados.
Mecânica e experiência de uso
O Doom Captcha utiliza Emscripten e WebAssembly para carregar a versão shareware do jogo Doom armazenado nos servidores, e o nível escolhido é E1M9: Base Militar, um nível secreto que apresenta uma jogabilidade insana.
Os inimigos se movem mais rapidamente e atacam com maior frequência, aumentando a dificuldade do desafio. Os jogadores precisam usar estratégias diferenciadas para superar o desafio, como atrair os inimigos à distância para evitar danos.
Na prática, a experiência de Doom Captcha é descrita como “brutal” por aqueles que tiveram a coragem de tentar superar o desafio, principalmente para aqueles que não estão acostumados com jogos em primeira pessoa (FPS).
A falta de controle do mouse e a necessidade de utilizar apenas as teclas direcionais e a barra de espaço aumentam a dificuldade como um todo, tornando o jogo um verdadeiro teste de reflexos e habilidades de combate.
É claro que alguns jogadores que estão mais do que acostumados com o FPS vão achar a experiência até divertida.
Mas… pense na sua avó, a dona Dulce, que fala “grupo de ZapZap”, tentando confirmar que é ela mesma que está tentando acessar a senha do banco… desse jeito!
Implicações legais? Temos!
É claro que Doom Captcha tem as suas doses de questionamentos legais e éticos na proposta.
O jogo é apenas um experimento, mas pode ter problemas com os donos dos direitos de Doom original por utilizar uma versão shareware do arquivo .wad do jogo.
Além disso, a proposta de usar um jogo como método de verificação de identidade desafia as normas tradicionais dos sistemas CAPTCHA que, por incrível que pareça, tem regras para ser utilizado pelas diferentes plataformas ao redor do mundo.
De qualquer forma, não deixa de ser divertido ver Doom como protagonista em uma fusão entre jogos de videogames e recursos de segurança.
Não será surpresa se alguma grande empresa usar o mesmo método no futuro, só para garantir que os usuários não terão os seus dados roubados por terceiros com facilidade.
Pode não parecer neste momento, mas o Doom Captcha pode ser o início de uma revolução na segurança digital.