Se até a Rede Globo está pensando em ter o seu próprio aplicativo de apostas, é sinal de que o Brasil virou mesmo o país dos bets. Jogo do Tigrinho, aviãozinho, bingo ao vivo cassino e até o “que cor a bolinha vai ficar” entraram no gosto do brasileiro médio com força.
Neste momento, o debate sobre as consequências dessa penetração dos aplicativos de apostas está na mesa, mas pouco se fala sobre como chegamos até aqui.
Quais foram os fatores que levaram seis de cada dez brasileiros a serem usuários ativos dos aplicativos de apostas esportivas e cassinos online?
As respostas podem ser surpreendentes.
Uma mudança cultural
Ao longo das décadas, os usuários buscam diferentes formas de entretenimento em função dos novos recursos e soluções que aparecem em função da própria evolução humana.
Se no começo do século passado os jornais e as rádios eram forças dominantes, hoje encontramos no streaming e nos aplicativos de apostas alternativas para esse entretenimento.
Ao longo do caminho, a televisão, os videogames e a internet ocuparam esse protagonismo, construindo uma linha evolutiva em função dos novos recursos apresentados.
Tudo bem, podemos discutir se os aplicativos de bets podem ser encarados (ou não) como “mero entretenimento”, já que envolve um certo investimento para a diversão acontecer.
Fato é que, de alguma forma, o brasileiro médio decidiu combinar o útil ao agradável: se divertir e, de quebra, tentar ganhar algum dinheiro.
Não podemos nos esquecer que a loteria esportiva sempre foi muito forte no Brasil, o que é um indício claro da propensão do brasileiro médio em tentar a sorte nas apostas.
O que chama a atenção neste momento é que os aplicativos de apostas e cassinos conquistaram todas as faixas sociais, em uma popularidade que (talvez) nem mesmo a loteria esportiva alcançou.
Não coloco a Mega Sena na equação, pois ela sempre foi popular. Estou comparando serviços similares neste caso.
A mudança do perfil econômico
Outro fator que ajuda a explicar essa paixão repentina do brasileiro pelas apostas online e bets é a mudança do perfil econômico.
Alguns podem até discordar disso, mas depois de um período de recessão (muito em parte provocado pela maior crise sanitária global dos últimos 100 anos), a economia brasileira dá claros sinais de recuperação.
O brasileiro médio está com um pouco mais de dinheiro no bolso. E em função disso, fica mais fácil investir esses recursos adicionais em outros setores considerados não prioritários.
E todos os números indicam que uma das prioridades de (pelo menos) seis em cada dez brasileiros está nos aplicativos de bets, cassinos e apostas online.
Mais uma vez, encontramos aqui a tendência do brasileiro em querer aumentar os seus ganhos e, ao mesmo tempo, se divertir com isso.
Obviamente, não podemos deixar de mencionar um aspecto importante de toda essa equação.
Use com moderação
Não sou eu que vou dizer como você deve usar o seu dinheiro, ou levantar questões sobre a moralidade dos aplicativos de apostas e cassinos online.
A essa altura do campeonato, não tem como impedir que o brasileiro utilize esse tipo de aplicativos. E sou a favor de uma legislação que regule o setor no Brasil.
O que posso fazer (aliás, devo fazer, como produtor de conteúdo) é reforçar o uso com moderação desses aplicativos.
Alegar que a responsabilidade em gastar apenas o dinheiro que você não vai precisar nos aplicativos de cassinos e apostas beira ao óbvio.
E a grande preocupação neste momento está justamente na falta de discernimento de alguns sobre o uso adequado desses aplicativos.
Ter o bom senso na hora de utilizar os apps de cassinos e apostas é um exercício que precisa ser colocado em prática por todos os usuários.
É sim possível ter uma diversão online que não comprometa o bem-estar financeiro do cotidiano.
Por isso… use com moderação.