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O Brasil ama mais o WhatsApp que a operadora

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Que o brasileiro ama o WhatsApp, isso é fato mais do que consumado. Mas… até que ponto vai esse amor?

A ponto de trair a própria operadora de telefonia móvel.

O acesso ilimitado ao WhatsApp era um benefício promocional, que funcionou como uma solução para criar uma base de usuários que aproveitaram dessa gratuidade, como uma espécie de fidelização disfarçada.

Porém, como várias dessas operadoras acabaram com o WhatsApp de graça e ilimitado, o consumidor está mais do que tentado a trair essas empresas para voltarem a falar com quem quiser pelo app de mensagens do Meta.

 

A maioria ama o WhatsApp de graça e ilimitado

 

Os dados da pesquisa realizada pelo Mobile Time em parceria com a Opinion Box mostram que 53% dos usuários mudariam de operadora se o acesso ilimitado ao WhatsApp fosse suspenso ou encerrado.

A pesquisa contou a participação de 2.099 brasileiros conectados e usuários de smartphones, e também revelou que 24% dos consumidores buscariam alternativas como o uso exclusivo de redes Wi-Fi para acessar o aplicativo, enquanto apenas 6% reduziriam a utilização do serviço.

Não é só o amor do brasileiro ao WhatsApp. É dependência mesmo. Logo, está mais do que explicada uma possível migração dos usuários para a operadora que atendesse às suas necessidades.

E o cenário de caos não é algo teórico. Afinal de contas, em muitas operadoras, a gratuidade do WhatsApp é PROMOCIONAL. E nenhuma promoção é benefício permanente.

Os regulamentos das empresas deixam claro que o benefício não configura um direito adquirido, estando sujeito à revisão ou ao término sem aviso prévio, especialmente caso haja modificações nos acordos comerciais com os detentores do serviço.

Traduzindo: está todo mundo no limbo.

A política transitória das operadoras está sujeita a ajustes repentinos, e todo mundo pode perder o WhatsApp de graça “do nada”.

 

O que diz os contratos das principais operadoras

Os regulamentos das operadoras Claro, TIM e Vivo evidenciam em trechos específicos que o acesso ilimitado ao WhatsApp é concedido de forma promocional e pode ser descontinuado conforme a evolução dos acordos comerciais ou a necessidade de ajustes na política tarifária.

Por exemplo, cláusulas que preveem o encerramento imediato do benefício sem qualquer compensação ao usuário reforçam a fragilidade dessa oferta.

A qualquer momento, os consumidores poderão ser surpreendidos com a retomada da cobrança ou a necessidade de aderir a novos pacotes de dados para seguir utilizando o aplicativo de mensagens.

Aqui, é simples: ou as operadoras começam a rever os contratos pensando na permanência dos usuários, ou o êxodo de clientes vai acontecer quando o pior cenário chegar.

O problema é que algumas operadoras definitivamente não conseguem enxergar o que vai acontecer se as regras atuais prevalecerem.

O ano de 2024 foi marcado pelo fim do zero rating nas redes sociais em todas as operadoras. Os pacotes de telefonia móvel foram modificados, e a nova era de franquias exclusivas para apps como Instagram, TikTok, Facebook e X (Twitter) chegou.

O WhatsApp foi a grande exceção da regra, e em todos os tipos de planos. Mas… até quando isso vai perdurar?

Não podemos nos esquecer que, neste momento, as operadoras de telefonia contam com o WhatsApp como grande adversário nos serviços de chamadas e mensagens pelo celular.

Nada impede que as mesmas operadoras acabem com a farra do boi, suspendendo ou eliminando a gratuidade de acesso da concorrência.

Se isso realmente acontecer, as próprias operadoras serão pressionadas pelos clientes, pois a saraivada de críticas será pesada.

É fato que outros modelos de negócios terão que surgir para evitar uma migração em massa de uma operadora para outra. Mas conciliar rentabilidade, fidelização e relação custo-benefício passa bem longe de ser uma tarefa fácil para operadoras que visam o lucro pelo menor esforço.

Está na cara de todo mundo que a operadora que retirar o último benefício (até então) ilimitado vai perder clientes para as demais.

É estranho que isso ainda não começou.

A primeira operadora que pensar fora da caixa, seguindo na direção contrária das empresas tradicionais, pode vencer o jogo e conquistar muitos clientes descontentes das demais.

Até porque a última coisa que adolescente quer é ficar sem o WhatsApp no meio daquele show que ele juntou uma grana para comparecer.

Ou é melhor viver de WiFi pelo resto da vida, já que a telefonia móvel celular sempre pede de nós mais do que ela entrega na prática.

Ficar só com o WhatsApp no WiFi é possível. Um pouco limitante, já que você não tem conexão de internet em qualquer lugar?

Talvez.

Mas pode ser a saída de muitos que entendem que o que as operadoras estão fazendo tendem ao abuso e exploração.

Mesmo que seja apenas pela retirada de um serviço que, antes, era “promocional”.

Todo mundo gosta de uma promoção. Fato.

E todo mundo ama o WhatsApp. Fato também.


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