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O Blu-ray morreu, e a culpa não é da Netflix

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O DVD tem quase 35 anos de vida, e ainda hoje é utilizado, mais ou menos no mesmo nível que o CD. Por alguns poucos, é verdade. Mas é utilizado. Agora… alguém aí se lembra do Blu-ray?

Tem gente da nova geração que nunca usou o Blu-ray, que nem de longe foi consumido como o DVD e está entrando e extinção. E não adianta culpar a Netflix ou os serviços de streaming por isso (ou ao menos não adianta colocar toda a culpa neles).

 

 

Blu-ray, ou como um início ruim pode acabar com uma boa ideia

 

 

As marcas estão deixando de fabricar os Blu-ray players, e abandonando um formato que tem apenas 13 anos de vida. E este será o último grande formato físico de mídia. O streaming chegou para ficar, e não haverá outra forma racional de consumir conteúdo de mídia daqui para frente.

É claro que o streaming entra na matemática do assassinato do Blu-ray. Mas ele não foi o autor do disparo na cabeça do formato físico. O início do Blu-ray foi cheio de tropeços, e até o DVD atrapalhou, mesmo sendo tecnicamente inferior.

Como isso aconteceu?

O DVD foi muito popular. Tudo bem, está cada vez menos em uso, mas ainda registra vendas de 57.9%, enquanto que o Blu-ray só alcança 5.3% do mercado. E o motivo disso é bem simples: o DVD foi o percussor do entretenimento de toda uma geração, varrendo o VHS do mapa por causa de todas as vantagens que oferecia.

No início, um DVD player poderia custar uma fortuna, assim como os primeiros reprodutores de Blu-ray. Isso aconteceu com ambos porque toda uma indústria queria vender a ideia de que a nova tecnologia era a próxima nova revolução do entretenimento.

Porém, a Sony (proprietária do formato Blu-ray) tinha um pequeno problema, que respondia pelo nome de PlayStation.

 

 

Tanto o PlayStation 3 como o PlayStation 4 contavam com um reprodutor de Blu-ray integrado, e esse foi um dos principais motivos para o formato fracassar. Vários players de mídia eram muito mais caros que os US$ 600 iniciais do PlayStation 3, que fazia muito mais coisas do que só reproduzir filmes.

O mesmo aconteceu com o PlayStation 4, e a diversificação de serviços dos dispositivos modernos faz com que um produto que só faz uma coisa acabe morto no mercado. Vide o que aconteceu com o iPod depois do lançamento do iPhone.

Apesar do PS3 não ser o campeão de vendas que é o PS4, ele ainda foi um dos consoles mais vendidos da história. E ele foi o principal motivo para as pessoas não comprarem um Blu-ray player. Até porque o console também aceitava os DVDs (só para piorar as coisas).

Por fim, a última pá de cal no Blu-ray foi o 4K.

O Blu-ray entrega ótima resolução, mas hoje podemos ter conteúdos 4K em qualquer lugar, e com todas as plataformas online. Logo, por que eu vou ver um filme em Blu-ray quando eu posso ver o mesmo filme em formato digital 4K na TV de casa, sem gastar em hardware adicional e dedicado?

 

 

Todos os dispositivos de uso único vão morrer nos próximos anos

 

 

O ser humano é nostálgico. Gostamos até hoje de pensar que o Walkman era melhor do que o áudio digital, e que o nosso DVD player nos basta. Mas a tecnologia moderna pode colocar um fim a um dispositivo que só serve para uma coisa, para dar prioridade para gadgets multifacetados.

O Blu-ray não será o único que vai morrer nos próximos anos. Todos os formatos físicos vão desaparecer em prol do conteúdo digital. Aparelhos que contam com usos específicos não vão sobreviver diante dos múltiplos rivais que podem fazer o mesmo muitas vezes melhor que eles.

E isso é ótimo. A tecnologia tem que avançar, e o que não for capaz de se adaptar à inovação tem que desaparecer. Otimizamos em necessidades ao mesmo tempo em que nos desfazemos de tudo o que não é prático em nossas vidas. Chegaremos a um ponto em que os aparelhos que vamos ter em casa serão capazes de quase tudo, para que nós pensemos apenas no que mais importa e no que mais nos convém.

Descanse em paz, Blu-ray.


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