Não dá para criticar quem acha que o YouTube está se perdendo completamente na sua tentativa de imitar o TikTok para atrair o público jovem. Essa postura está descaracterizando a plataforma que já tinha o seu público bem definido, mas que agora perde identidade na mesma velocidade que perde audiência.
O seu novo teste é mais uma prova de como o Google não sabe direito o que fazer com o YouTube: pense em um feed que você pode deslizar para cima para acessar os novos vídeos longos, na mesma mecânica ou experiência de uso aplicada ao TikTok.
A ideia do novo feed é apresentar uma combinação de vídeos longos e curtos (Shorts), oferecendo uma experiência diversificada de descoberta de conteúdo.
Mas que tem tudo para dar errado.
Como isso vai funcionar?
Antes que você se empolgue, saiba que o recurso está em fase de testes desde agosto, com um pequeno grupo de usuários de Android sendo exposto à experiência.
Ou seja, ainda não está disponível para o grande público, e não sabemos se estará um dia. tenha um pouco de paciência e espere para testar esse novo modo de interação com o YouTube.
O teste permite que os usuários assistam e deslizem para mais vídeos em tela cheia e em orientação vertical, maximizando o uso da interface do dispositivo.
Essa é mais uma iniciativa que faz parte dos esforços do YouTube para explorar novas maneiras de manter os usuários engajados e facilitar a descoberta de vídeos longos.
Além de (obviamente) atrair ao público mais jovem, se aproximando da proposta de interação que hoje está disponível no TikTok.
Um post em um fórum do YouTube detalha que os usuários podem encontrar vídeos de longa duração em locais onde, normalmente, veriam Shorts.
O que pode acontecer na prática é que os usuários menos propensos a verem vídeos longos podem rejeitar ainda mais rápido aos conteúdos que não desejam, diminuindo ainda mais a visibilidade desses vídeos.
Afinal de contas, quem já está acostumado a uma mecânica de vídeos vai manter essa mecânica, ignorando por completo a duração do vídeo.
O Google chama de “estratégia de inovação”
A porta-voz do YouTube, Allison Toh, confirmou o experimento no fórum oficial da plataforma, mas não forneceu detalhes adicionais sobre a mecânica de visualização e sua chegada ao grande público.
O comunicado reforça que o YouTube constantemente experimenta novos recursos para manter-se competitivo em um mercado que hoje é aparentemente dominado por plataformas de vídeos curtos, como é o caso do TikTok.
Se bem-sucedido, o novo feed pode redefinir como os usuários interagem com vídeos longos, transformando a experiência de navegação em algo mais intuitivo e viciante para os usuários.
Não podemos nos esquecer que as mecânicas de carrossel são similares às máquinas de apostas em cassinos, o que ajuda a explicar a adição e alta permanência dos usuários no TikTok.
Aliás, a própria rede social de vídeos sabe muito bem disso, e fez questão de não modificar o seu funcionamento, pois sabia que poderia engajar os usuários pelo seu funcionamento.
O YouTube quer basicamente a mesma coisa. Mas corre o risco de afundar ainda mais os vídeos longos.