Quando o iPhone e o Android vieram ao mundo, Nokia e BlackBerry riram disso. Mas o tempo e a falta de inovação por parte de ambas deram a resposta. Especialmente no caso da Nokia, que era líder absoluta no mercado de telefonia móvel.
A Nokia estagnou na evolução e nas vendas. Isso resultou em um movimento de queda que foi acachapante a ponto da finlandesa ser comprada pela Microsoft, que tentou entrar no jogo com o Windows Mobile.
Isso iniciou uma sequência de aquisições, decisões ruins e negociações de licenciamento. Mas vamos começar do começo.
Como começou a cair
Em 2010, Stephen Elop foi nomeado CEO da Nokia. E ele era o chefe da divisão de negócios da Microsoft, responsável por projetos como o Microsoft Office. Naquele ano, o Symbian ainda dominava o mercado com 37%, mas a Nokia estava preparando um novo sistema operacional, o MeeGo.
Aí veio o Stephen Elop em 2011 e comparou o Symbian a uma plataforma que queima petróleo, alertando que a empresa precisava desistir dele para sobreviver. Também afirmou que o primeiro iPhone foi lançado em 2007, e a Nokia sequer tinha um produto que chegasse aos calcanhares da experiência de uso oferecida pelo smartphone da Apple.
Em 11 de fevereiro de 2011, a Nokia anunciou uma parceria com a Microsoft, apostando tudo no Windows Phone, deixando o MeeGo apenas no Nokia N9. Já o último smartphone com Symbian foi o Nokia 808, em 2012.
A era Windows Phone
O primeiro smartphone Nokia Windows Phone foi o Lumia 800, lançado em novembro de 2011. Ele e outros modelos teve boas vendas, mas a dominância do iPhone e do Android eram um problema cada vez maior. A linha Lumia tinha resultados abaixo do esperado, e a Nokia estava cada vez mais próxima da bancarrota.
Em setembro de 2013, a Nokia anunciou que ia vender a divisão móvel da Microsoft, e Stephen Elop iria voltar para a sua empresa de origem. A venda foi oficializada em abril de 2014, mas de forma curiosa a empresa lançou uma linha de smartphones Android, a Nokia X. Que foi rapidamente morta pela Microsoft.
Como começou a voltar
O acordo previa que a Nokia não podia vender smartphones com a sua própria marca até o final de 2016. Nos demais segmentos de mercado, a marca seguia viva, com o tablet Nokia N1. Em novembro de 2014, a empresa anunciou que iria começar a licenciar a marca Nokia para outros fabricantes, e no dia seguinte o Nokia N1 foi anunciado como um produto fabricado pela Foxconn.
O Nokia N1 chegou ao mercado em janeiro de 2015, e naquele ano não aconteceram outros anúncios. Em 2016, a Microsoft decidiu vender o segmento de feature phones para a FIH Mobile e HMD Global. Ao mesmo tempo, a Nokia anunciou uma parceria com a HMD Global, que passou a ter a permissão para usar a marca Nokia em smartphones.
Como voltou de vez
O primeiro celular Nokia by HMD foi o Nokia 150, um modelo básico. Em janeiro de 2017, o primeiro smartphone foi lançado, o Nokia 6. Na MWC daquele ano, a HMD Global anunciou os modelos Nokia 5, Nokia 3 e o novo Nokia 3310.
Hoje, a Nokia é uma marca licenciada para a HMD Global. A antiga divisão da Nokia ainda faz parte da Microsoft, que desistiu do segmento mobile. Porém, na base da HMD estão vários veteranos da Nokia, e a empresa também está na Finlândia.
Logo, está tudo em casa, de alguma forma.