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Nokia C2 2nd Edition: faz sentido em 2023?

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Chega a ser curioso ver os movimentos de alguns fabricantes nacionais de tecnologia no segmento de smartphones.

Recentemente testemunhamos a Positivo Tecnologia apresentando o Infinix NOTE 12 Pro no Brasil, mesmo depois de meses de lançamento desse modelo no mercado internacional. Agora, vemos a Multi, antes conhecida como Multilaser, que vai trazer o Nokia G11 Plus e o destaque deste conteúdo, o Nokia C2 2nd Edition, para o nosso mercado.

Isso é algo muito positivo. O mercado de telefonia móvel nacional não pode ficar nas mãos dos mesmos players, e algumas marcas querem bater de frente com os telefones chineses que chegam aos montes via importação.

Só me pergunto se o Nokia C2 2nd Edition vai mesmo atender aos anseios dos usuários que desejam um telefone mais básico para chamar de seu.

 

Será que ele vai receber atualizações?

No caso do Nokia G11 Plus, um dos elementos que a Multi faz questão de dar destaque para promover o produto é a promessa de dois anos de grandes atualizações do Android, e até três anos de atualizações de segurança.

Porém, o Nokia C2 2nd Edition não recebeu essas garantias. Na verdade, deixa algumas dúvidas neste sentido. Seu hardware é bem mais modesto por ser um telefone básico, e o seu software de fábrica quando este conteúdo foi produzido é o Android 11 Go.

Pode até ser que a Nokia ou a Multi acabem entregando o Nokia C2 2nd Edition com o Android 12 Go, mas nada é mencionado sobre isso. Também não existem informações sobre o número de atualizações que esse dispositivo vai receber.

Ou seja, eu não sei se dá para recomendar com muita segurança um telefone que não tem muitas perspectivas de futuro. E esse cenário se torna ainda mais complexo quando olhamos para as especificações de hardware desse telefone.

 

Ele é bem simples, até mesmo para as tarefas mais simples

O Nokia C2 2nd Edition conta com um processador MediaTek quad-core de 1.5 GHz, trabalhando com 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento.

Neste ponto, eu preciso dizer que nem mesmo dá para olhar para o copo meio cheio neste caso. O Nokia C2 que hoje é comercializado no Brasil conta com vergonhosos 1 GB de RAM e 16 GB de armazenamento. E eu nem sei qual é o tipo de usuário que compraria um dispositivo com essas especificações.

No caso do Nokia C2 2nd Edition, entendo que dobrar as especificações de hardware não torna o produto melhor, muito menos válido para o mundo da telefonia móvel que vivemos hoje.

Tudo bem, eu não estou pedindo as especificações do Samsung Galaxy S21 FE ou de qualquer telefone da Xiaomi. Mas se é para competir com os smartphones mais básicos com Android Go, a Samsung e até mesmo a Motorola estão entregando dispositivos melhores.

Até consigo compreender que esse tipo de telefone ainda tem um público específico que pode efetivamente se interessar por um dispositivo com essas características. Por outro lado, é o próprio mercado que precisa repensar essa ideia de oferecer telefones com especificações tão empobrecidas.

E eu entendo por que as marcas fazem isso: para estimular, ou melhor, induzir o consumidor a comprar telefones mais caros para obter uma experiência de uso melhor. O que é algo que me incomoda um bocado.

 

Bateria pequena, câmeras fracas… e uma grande tela

Do mais, a única coisa que dá para chamar de minimamente normal e aceitável no Nokia C2 2nd Edition é a sua tela de 5.7 polegadas. E não falo isso só pelo tamanho, mas pela resolução HD, por incrível que pareça.

Pois tudo o que faltava para questionar com força a existência desse dispositivo seria a adoção de uma tela com resolução de 480 pixels. Nem mesmo a Netflix entrega filmes e séries com resolução tão débil.

Nas câmeras, não dava para esperar mais do Nokia C2 2nd Edition. Mesmo porque eu nem sei se o seu hardware aguentaria sensores com mais de 5 megapixels com foco fixo na câmera traseira, e 2 megapixels na câmera frontal.

E nem preciso dizer que os fãs das selfies que se contentem em publicar fotos com qualidade abaixo daquelas que eram compartilhadas no Orkut em 2003.

E até mesmo na bateria esse telefone não acerta. Para um dispositivo com tela de 5.7 polegadas, ter uma bateria com apenas 2.400 mAh é uma desproporcionalidade que não faz muito sentido para mim.

Há quem defenda que os 2.400 mAh são mais do que suficientes para um smartphone que é gerenciado pelo Android Go, trabalhando com um processador mais modesto. Acontece que as poucas vezes que vi tal combinação foi em dispositivos com telas menores, que contavam com 5 polegadas no máximo.

E eu nem preciso dizer que é justamente a tela o elemento que mais consome bateria em um smartphone.

Logo, comece a fazer as contas.

 

O que eu penso sobre o Nokia C2 2nd Edition

Eu sei que eu vivo em uma realidade completamente diferente daqueles usuários que vão se interessar pelo Nokia C2 2nd Edition. Por outro lado, eu também entendo que aqueles que não contam com tanta grana assim também merecem um pouco de dignidade e respeito, recebendo produtos que podem entregar uma experiência de uso mais fluída e funcional.

Eu realmente não entendo qual é o motivo ou fundamento para o lançamento do Nokia C2 2nd Edition no Brasil que vá além do fator econômico. Ou seja, a Multi oferece uma alternativa para as faixas econômicas menos favorecidas, mas faz isso com um dispositivo que tende a oferecer mais problemas do que soluções.

Eu até posso me enganar pelo fato de jamais ter testado o dispositivo, mas já utilizei telefones com Android Go e conheço algumas pessoas que são proprietárias de dispositivos com um conceito similar ao do Nokia C2 2nd Edition.

Agora, me pergunte se essas pessoas estão completamente felizes e satisfeitas com esses telefones?

Mesmo que o entendimento de felicidade seja algo subjetivo, e o conceito pode variar de pessoa para pessoa, eu consigo compreender os sinais de angústia e descontentamento nas testas franzidas e na demora para responder as mensagens no WhatsApp.


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