A Nike vai deixar de vender os seus produtos na Amazon. As duas empresas estavam mantendo desde 2017 um programa piloto onde a empresa de artigos esportivos vendia produtos no maior e-commerce do mundo em troca da empresa de Jeff Bezos colocar mais ênfase na luta contra as falsificações que canibalizavam as vendas.
Aposta na sua loja online, sem intermediários
A Nike explica que a mudança acontece com o objetivo de melhorar a experiência dos clientes através de uma aproximação mais direta e pessoal. Sobre a Amazon, isso não quer dizer que a empresa não vai seguir colaborando com outras empresas que vendem os seus produtos. A mudança é específica para sair do e-commerce de Bezos, e a empresa esportista vai seguir utilizando o Amazon Web Services (AWS) como plataforma na nuvem para os seus sites e aplicativos.
A decisão da Nike chega depois da contratação de John Donahoe (que foi o CEO do eBay e está no conselho do PayPal) como o próximo CEO da Nike. Mark Parker, atual CEO da empresa, anunciou recentemente que deixará o seu posto ao longo de 2020.
O novo CEO da Nike parece decidido a focar os seus esforços no comércio eletrônico, e quer fazer isso por conta própria e não por intermediários.
Outras lojas e particulares podem seguir vendendo produtos da Nike, e a própria Amazon estava se preparando para essa saída, negociando com vendedores inteligentes que vendem o material da empresa.
O acordo envolvendo Amazon e Nike em 2017 não rendeu os resultados esperados. A venda de forma oficial para combateria pirataria só teve consequências parciais, pois os produtos não autorizados seguiam aparecendo na loja com outro nome e com mais reviews do que os produtos legítimos da Nike, o que prejudicava a visibilidade da marca junto ao consumidor.
A mudança também se explica pelo fato das vendas online da Nike em canais próprios crescer 35% no último ano, o que faz com que a empresa não dependa tanto de terceiros para vender.
Sinal de alerta ligado para a Amazon
De qualquer forma, o sinal de alerta para a Amazon é bem claro. Empresas gigantes podem construir o seu cenário de independência, e por mais que o e-commerce de Jeff Bezos conte hoje com um público consumidor em potencial enorme, não é algo tão complexo ou impossível de ser alcançado para as grandes empresas a construção de suas lojas online para, dessa forma, obter margens de lucro ainda maiores.
E a Amazon tem um histórico recente que serve para reforçar o aprendizado. Depois de guerrear com Google e Apple quando ambas retiraram os seus produtos da loja, Jeff Bezos baixou a bola e decidiu que era melhor fazer as pazes do que ficar sem a parte dos lucros dessas gigantes.
Via CNBC