Acabou a festa.
A Netflix, em um movimento estratégico iniciado em 2023, encerrou oficialmente o plano Básico no Brasil, levando à migração forçada dos assinantes para a modalidade Padrão com Anúncios.
A decisão gerou uma onda de reclamações nas redes sociais, com consumidores expressando frustração pela inserção de anúncios e interrupções em filmes e séries.
Não podemos dizer que ninguém sabia que isso iria acontecer com os assinantes brasileiros da Netflix um dia. Só levou muito mais tempo do que todo mundo esperava. Mas, infelizmente, é o que temos.
E o que resta ao assinante é: ou aceita, ou cancela.
Estratégia de transição
A gigante do streaming começou a ocultar o plano Básico em 2023, confirmando a mudança em outubro do mesmo ano e implementando a decisão cerca de um ano depois.
Deixar o plano Básico inacessível para os assinantes (ou melhor, dificultando em dois cliques o acesso à contratação desse plano) funcionou para a Netflix, já que o número de usuários que aderiram ao plano Básico com Anúncios aumentou em todo o planeta.
O plano Padrão com Anúncios custa R$ 20,90 por mês, representando uma economia de aproximadamente 30% em relação ao plano Básico (R$ 25,90).
No entanto, esse plano inclui propagandas e pausas comerciais, e o assinante está pagando para ver essa publicidade (que já é paga).
Enquanto o plano Básico oferecia os conteúdos em 720p e sem publicidade, o Padrão com Anúncios disponibiliza filmes e séries na resolução 1080p, duas telas simultâneas e a possibilidade de download de conteúdos.
Existem perdas e ganhos no novo plano. Porém, de um modo geral, os assinantes que estavam acostumados a ter o serviço sem a publicidade estão reclamando (e com razão) nas redes sociais.
Impacto para os usuários
A mudança trouxe desconforto para quem prioriza uma experiência de visualização sem interrupções, refletindo uma tendência da Netflix de maximizar receitas por meio da publicidade.
Mais do que isso: a plataforma tenta aumentar sua rentabilidade incluindo as propagandas e, ao mesmo tempo, degradando a experiência de uso dos assinantes.
Na prática, todos estão recebendo um produto de pior qualidade quando a relação custo-benefício da Netflix (principalmente nos seus primeiros anos de atividades) era muito maior.
A Netflix notificou os assinantes por e-mail sobre a migração, detalhando os benefícios e as condições do novo plano.
A mudança reflete uma estratégia global da empresa, e outras plataformas de streaming estão acompanhando seus passos nesse desespero pela monetização e rentabilidade desse modelo de negócio.
Entendo que todas as plataformas (incluindo a própria Netflix) precisam tomar cuidado com essa estratégia e, em alguns casos, reavaliar se vale a pena seguir adiante nessas iniciativas.
Para o consumidor, a conta parou de fechar a algum tempo. E outras alternativas de entretenimento online existem para combater essa sanha pelo lucro a todo custo.
Em alguns casos, tais alternativas nunca chegaram a morrer, tal e como muitos pregaram por aí nos últimos anos.
E você sabe muito bem do que eu estou falando.
Fonte: Tecnoblog