Confesso que é bem complicado para mim encontrar motivos para não recomendar a compra do Motorola Edge 50 Ultra. Esse modelo conseguiu surpreender no conjunto geral e até em aspectos específicos, e alguns afirmam que foi um dos melhores produtos que a Motorola lançou em sua história.
Mas não existe dispositivo perfeito, diferente do que a Apple dá a entender para todo mundo. E os pontos negativos não tornam esse telefone uma porcaria. Só são aspectos que precisam ser observados por alguns usuários mais exigentes.
Neste artigo, apresento os cinco principais motivos para você repensar a compra no Motorola Edge 50 Ultra.
Não é Dual SIM (mas é)
Um pouco confuso, mas vou me explicar.
Para o brasileiro médio que está acostumado a ter dois chips SIM físicos no smartphone, o Motorola Edge 50 Ultra é um dos smartphones que já entregam apenas o combo de um slot para SIM Card, e o eSIM ou SIM virtual como segunda alternativa.
Ou seja, ele é Dual SIM na prática, mas com pelo menos uma das linhas você vai depender um pouco mais da burocracia das operadoras de telefonia móvel. E nem todo mundo gosta de encarar a burocracia na vida.
Não possui expansão de armazenamento
Sei que a esmagadora maioria dos usuários entende que os 512 GB de armazenamento interno são mais do que suficientes para o dia a dia e todas as interações nas redes sociais. Mas acredito que tirar essa alternativa pode ser um problema pontual em alguns casos.
Alguns usuários que são profissionais de fotografia e vídeo preferem retirar o cartão microSD para o uso nos computadores para a transferência das imagens registradas no smartphone, inclusive para uma maior praticidade (é mais fácil fazer isso na hora de entregar para outros fotógrafos ou para o editor de imagens).
Logo, retirar uma alternativa como essa pode não fazer sentido para os mais exigentes.
Bateria abaixo da média
Esse é um dos pontos mais relevantes deste artigo, e o que mais impede o Motorola Edge 50 Ultra em ser um telefone perfeito.
A bateria de 4.500 mAh está abaixo do que hoje considero como ideal em qualquer smartphone, independentemente do perfil de hardware. Para mim, menos de 5.000 mAh passa a ser um problema.
Tudo bem, ele conta com uma carga rápida de 125W e o Snapdragon 8s Gen 3 tende a entregar uma autonomia de bateria tão boa quanto ao que se espera para um smartphone com essa filosofia.
Mas… em termos de tempo de uso no telefone… quanto maior, melhor.
Como a Motorola vende a RAM Boost
Mais uma vez, a Motorola flerta com a indução dos usuários mais leigos ao erro pela forma em como ela promove o recurso RAM Boost no Motorola Edge 50 Ultra.
Não é a primeira vez que a marca faz isso, o que acho algo bem problemático. Colocar que o telefone possui “24 GB com RAM Boost” não descreve a realidade prática do dispositivo. Até porque muitos vão mesmo pensar que o telefone realmente recebe 24 GB de RAM, e que a RAM Boost é um recurso complementar.
O correto seria:
“O Motorola Edge 50 Ultra possui 12 GB de RAM no padrão LPDDR5X, que podem alcançar até 24 GB, através do recurso RAM Boost, que insere uma memória adicional para que o dispositivo possa executar um volume maior de aplicativos”.
Não pode ser tão difícil… não é mesmo, dona Motorola?
Vai receber menos atualizações que merece
Chega a doer essa parte.
É indiscutível que o Motorola Edge 50 Ultra é um dos melhores smartphones Android que desembarcou no mercado brasileiro, e quero acreditar que ele tem tudo pra ser um sucesso em vendas por aqui.
Mas dói em pensar que esse baita smartphone só vai receber três grandes atualizações do Android, e quatro atualizações anuais para correções.
É um dispositivo excepcional, que será abandonado antes do que praticamente todos os seus concorrentes de preço e categoria. E pensar que a Motorola afirma que “são os nossos usuários que optam por isso”.