Se você precisa de um telefone bem básico, que só existe para fazer e receber ligações, mandar mensagens nos aplicativos mais populares e consultar e-mails, o Moto E13 pode ser uma boa opção, desde que você esteja plenamente consciente do que vai receber.
A Motorola lançou no Brasil três dos quatro modelos que apresentou recentemente da série Moto G para 2023. O Moto G53 decepcionou por ser mais caro do que muitos telefones melhores, e o Moto G23 também frustrou por ficar acima do valor de R$ 1.500 no seu preço sugerido.
Em comum, os dois telefones só vão receber uma atualização do Android ao longo do seu ciclo de vida.
Adivinha o que aconteceu com o Moto E13?
Isso mesmo: nada de atualizações do Android Go
Eu cantei essa bola quando o Moto G13 foi anunciado lá fora. E antes mesmo de continuar, eu digo: sim, estamos falando de modelos diferentes neste caso, pois até eu me confundi com o lançamento do Moto E13 no Brasil. Fiz uma pesquisa rápida, e confirmei que não estava maluco, pois são sim telefones diferentes.
Olhando para as especificações técnicas do Moto E13, era muito difícil de acreditar que esse modelo receberia algum tipo de atualização para o Android Go que está instalado nele, ainda mais por ser um dispositivo da Motorola.
Eu já levanto algumas dúvidas se o Nokia C2 2nd Edition que a Multi está trazendo para o mercado brasileiro será atualizado. E isso porque considero o trabalho da nova Nokia muito melhor do que o da Motorola neste aspecto, já que a empresa envia as atualizações do Android mais rápido do que boa parte dos fabricantes.
Mas no caso do Moto E13, nem chega a ser uma grande novidade a ausência de atualizações. O dispositivo chega ao mercado brasileiro com o Android 13 Go, e conta com um hardware muito limitado para ir além do suporte das correções de segurança, que são obrigatórias para os dispositivos com o sistema operacional do Google.
É importante lembrar que o Moto E13 recebe o Android 13 Go porque conta na sua tabela de especificações com o processador Unisoc T606, trabalhando com até 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento. Ou seja, é um hardware que só suportaria a versão mais leve do sistema operacional do Google.
As duas boas notícias que esse modelo oferece é a câmera traseira única de 13 megapixels, que poderia muito bem ser um sensor bem pobre de 5 megapixels, além de sua bateria de 5.000 mAh, o que deve garantir pelo menos dois dias de autonomia no telefone sem maiores problemas.
E vou repetir o que já afirmei em outras oportunidades: eu entendo que o simples fato de um dispositivo ser direcionado para um público com condições financeiras mais restritas não dá o direito dos fabricantes de tecnologia em tratar esses usuários com essa enorme falta de respeito que a Motorola faz com os potenciais clientes do Moto E13.
E é horrível pensar que muitos brasileiros estão condenados a comprar esse telefone para ter uma comunicação básica, pois a dinâmica econômica do país impõe essa situação.
Moto E13 no Brasil: vale a pena?
O Moto E13 só vale a pena se você está consciente do que está recebendo.
Ele é perfeito para quem quer ter um telefone simples para fazer o básico, ou para quem precisa de um smartphone reserva para não usar o titular. Mesmo assim, vale a pena olhar para os lados, pois a concorrência está oferecendo dispositivos melhores por um preço um pouco acima do sugerido pelo Moto E13.
Além disso, fique longe a todo custo da versão com 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento do Moto E13. Eu só consigo entender a sua existência para induzir o consumidor a pagar R$ 100 a mais pelo modelo que tem o dobro de suas especificações técnicas.
Ou seja, se é para comprar o Moto E13, compre logo a versão com 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento, apenas para ter um telefone que realmente vai funcionar com o básico. Se possível, espere esse preço sugerido de R$ 1.099 ficar abaixo dos R$ 1.000, ou aproveite alguma promoção no comércio eletrônico para pagar um valor menor por esse telefone.
Em todos os outros casos, olhe para os lados se você puder pagar um pouco a mais do que R$ 1.100.